30.1.03

Livros, livros, livros

Hoje eu fui à FNAC e comprei o "A ditadura escancarada", o volume 2 das "Ilusões Armadas" do Elio Gaspari. Estou achando o livro 1 perfeito e estou quase terminando o calhamaço. E olha que achei Senhor dos Anéis (o livro) um porre... Não gosto de livro grande sem necessidade. Mas o cara conta a história de um jeito... Você vê que era caveira-de-burro mesmo, a pessoa que ia fazer algo pra situação não ficar pior morria, era impedida... O Elio vai dando a versão dele das coisas, tipo: "Fulano diz que foi assim, sicrano diz que foi assado, mas na verdade foi assim".
Você vê os desbocamentos das "figuras históricas". O Geisel falando no telefone, por exemplo: "Cuidado que tem uns filhos da puta aí que andam empoleirados em cargos públicos, que querem ouvir a conversa. De maneira que vão à merda". Lindo, não é?
Acabei de ler Lavoura Arcaica. Avancei em Alta Fidelidade. Mas não peguei mais em Mrs. Dalloway. Meu livro está quase pronto, estou deixando ele descansar pra massa fermentar. Mas com o tempo vou debulhar tudo, don't worry.

28.1.03

A tia pirou

Quase fui assaltada aqui perto de casa hoje. Mas eu sou uma péssima pessoa pra ser assaltada. O pivete ia levar de mim um desses dois:
1 - Dois reais e sessenta e quatro centavos e um relógio de pulso de 6 anos de idade.
2 - Porrada.
E adivinha qual foi?
Sim, eu não acreditei que estava sendo assaltada por um pivete de 13 anos e um de 10, ambos desarmados. Decidi que aquilo não seria um assalto, ainda mais porque ele estava com um daqueles relógios grandões e tênis de marca e eu de sandália velha. Foi joelhaço no grandinho, e pro menor bastou posição de luta e um iáááá! O maior atravessou a rua correndo, o menor que estava só olhando continuou parado, sem saber o que fazer (pô, a tia tinha pirado) e saiu de perto devagarzinho.
Ou seja, eu podia ter batido nele, mas não quis. Eles ainda têm tempo de se consertar. Os scrubs velhos que te dizem sacanagem na rua já tinham que ter se mancado, deles eu não tenho pena.
Foi como bater no amigo do irmão menor que tenta te ver pelada ou coisa assim. Sorte que eu não tenho um irmão menor.

27.1.03

Alívio imediato

A peça chegou ao final. Tomei Doril no domingo e a dor sumiu.
Começou no sábado à noite, quando voltei a falar com alguém e resolvemos pendências. Domingo almocei com a minha mãe e o meu pai, ela decidiu me dar uns reais, acabou o drama, pelo menos por enquanto. Domingo de noite falei algo que estava por falar há tempos e a dor acabou de sumir.
Em apenas um dia.
Meu horóscopo devia estar bom.

24.1.03

Eu sou

Uma mistura de Ayanami Rei (de Evangelion) com personagem de Tchecov.
Além de ser deprimida e fechadona, não consigo tomar nenhuma atitude razoável pra sair de onde estou.
Vamos encarar?

Minha vida está péssima.
A música de hoje é Radian, do Air. Por tudo que me tem acontecido. A falta de dinheiro, a morte encomendada de uma pessoa que eu gostava, o computador dando pau, desentendimentos. Um amigo me convidou pro aniversário numa churrascaria e não vou poder ir, porque não tenho dinheiro pra pagar o rodízio.
Parece que nada dá certo. Estou deprimida, quase clinicamente. Nunca estive tão disléxica.
Estive pensando. Agora consigo dormir razoavelmente, as tais bolinhas nas pálpebras sumiram, minha vó diz que estou parecendo mais alegre e afetuosa - até mesmo com todas essas chuvas-de-sapo ocorrendo.
Mas isso não importa pra minha mãe. Ela quer que eu me encaixe no modelo de vida perfeita dela, mesmo que para isso eu tenha que ficar doente e triste. Ela quer que eu seja amiguinha dela e trate meu pai como um loser e coma em restaurantes caros (pizzas DOC, Outback Steakhouse, 30 reais por prato...). E não que eu coma num restaurante de 89 centavos o quilo, seja amiga do meu pai e considere-a a própria escória da humanidade.
I will survive.
Terrinha sem lei

Um amigo meu e do meu pai morreu de tiros encomendados. Ele chama Pastor Valdeci. Tinha sido eleito deputado; comprou um carro usado e continuou morando na Abolição com seus quatro filhos, que criava sozinho. Foi eleito novamente, mas alguém impediu-o de tomar posse. Provavelmente porque não quis entrar em algum esquema. Ele não roubava.
Que país é esse?
Contando clusterzinhos

Eu contava carneirinhos quando era criança para poder dormir. Um dia, nem cem, nem quinhentos foram mais suficientes. Eu parei de contar carneirinhos.
Ontem contei outra coisa. 1.221.000 e quebrados, no meu HD. E, durante a madrugada, dei meu primeiro bocejo quando o Scandisk chegou a 198.202 clusters. Meu pai insistiu para que eu fosse deitar; dali a pouco eu fui, porém só preguei os olhos às 4, simultaneamente com a maquininha. A maquininha que contava todo o meu rebanho de clusters, que continham minhas músicas e escritos - para que eu pudesse pegar no sono.
Hoje, depois da contagem, pastorear os clusterzinhos para seus lugares: dei um De-Frag. Minhas ovelhas azuis... azul-claras, azul-escuras, e teal (a cor emblemática do meu personagem Francisco).

23.1.03

De salto alto

Confrontei-me com a maior dor/incômodo do mundo. É usar salto alto, bem alto.
O seu pé começa a se incomodar em dois minutos e a doer em três. Depois você acostuma, é como se andasse sobre cascos ou coisa assim. Aí você só quer sentar; mas percebe que, sentando, a dor ao recomeçar a andar volta!
É por isso que quem usa salto alto "vicia" e só passa a usar isso. Andar "no plano", depois, é dificílimo...
Uma semana

Estou aproveitando essa semana de vácuo para terminar o Lavoura Arcaica e ler mais o Miss Dalloway. Estou gótica, insone e tristinha. Perfeito.
(Em compensação estou tendo várias idéias pro livro, que é depressivo).
Gótica

Voltei a ser morena. Morena com calda de morango, já que não deu pra cobrir todo o cabelo. E ficou preto, não castanho (a mulher disse que depois sai; então tá; se a raiz aparecer toma um processo).

20.1.03

Janie Mnemonic

Downloading 4 Files.
Title: A Ditadura Envergonhada Author: Elio Gaspari Progress: 41 / 389
Title: Lavoura Arcaica Author: Raduan Nassar Progress: 19 / 196
Title: Mrs. Dalloway Author: Virginia Woolf Progress: 51 / 213
Title: Alta Fidelidade Author: Nick Hornby Progress: 88 / 260

Uploading 1 File.
Title: A Feia Noite (beta version) Author: Simone Campos Progress: 72 / ???

18.1.03

Pequenas obsessões

Eu sempre fui boa em interpretação de textos (e nem tanto em gramática). Lembro que gostava de usar essa habilidade pra descobrir (sei lá, eu mesma não escrevo o que acontece comigo) os podres dos meus ídolos musicais (referências a drogas, sexo, AIDS).
Mas no caso do Underworld, é estranho porque os versos/referências se repetem em várias músicas de vários álbuns diferentes; e desde grandes hits como "Born Slippy" até coisas-desconhecidas-que-só-eu-gosto como "Confusion the Waitress". Aqui tem uma lista das obsessões do cara:
- trens que vão para Romford
- conversas picantes no telefone
- telefones em geral
- ela disse (she said)
- sou só uma garçonete (i'm just a waitress)
- sentir-se sujo (i fell so dirty)
- lágrimas (tears)
- gritar, especialmente "o amor" (shout your love)
- lâminas (razor)
- aço inoxidável (stainless steel)
- trovões (thunder)
- açúcar (sugar)
- coca-cola
- trilhos (rail)
- loiras
- tubehole
- linguagem industrial/tecnológica (bootleg babies, conector in/receiver out, backdoor, cut me to open, random, wires)
Deve ser alguém especial para ele.
Fora o estranho fato deles assumidamente nomearem as músicas (pelo menos algumas) com nomes de cachorros corredores. "É só abrir o catálogo e está lá", li numa entrevista. Estranho e esquisito.
Se quiser verificar por si mesmo, clique aqui. O último álbum (Hundred days off) foi produzido sem o Darren Emerson, então desconsiderem...

17.1.03

Dirty

Hoje eu dancei Dirty Epic, do Underworld. Cantei (ou gritei?) junto na parte em que ele canta: i get my kicks on channel six.
"call me wet trampoline,"
she said today

(Esse verso, aliás, é dez. Quem foi que disse que techno não pode ter letra?).
Depois, emendei com Cowgirl. Aquela que começa, everythingeverythingeverythingeverything...
one final scream of love
who couldn't climb this high
she looks beautiful like a child
a fuel of tears
and i wanna scream you know what i mean
this is hurting no one
and a razor of love.
Aníbal

Como pude esquecer dele? O vizinho gay do prédio do meu pai. Ele deu carona algumas vezes, pra mim e pro meu pai, quando estávamos sem carro. Mas isso foi há muito tempo. Eu não sabia se o Aníbal ainda morava aqui. E mora!
Ele sempre me chama de princesa e é muito gentil. Eu adoro ele. Ele hoje estava com uma camisa bem fashion, de bonequinhos de palitos. Mais legal ainda é que meu pai, mesmo sendo evangélico, trata ele de igual pra igual.
Mas que esse prédio aqui é foda, lá isso é. Quando eu tiver certeza de ter catalogado todas as figuras daqui, eu faço um apanhado.

16.1.03

Frase do dia

Minha vó de longe até que é legal; minha mãe, nem de longe é legal.

15.1.03

Ontem eu estava tão feliz

E hoje, fatos:
1-BATEU o cheque do condomínio (261 reais).
2-Meu pai cobrou minha metade das despesas.
3-Meu pai informou que o seu salário (e, logo, minha pensão) será reduzido à metade.
4-Minha mãe disse que não vai me ajudar porque "não quer que nossa relação seja só dinheiro".
E em seguida, ela ofereceu (com voz de serpente bíblica) para eu ir morar lá, na Lagoa, com ela, porque assim "eu não ia ter que pagar nada: nem empregada, nem comida, nem NET, nem internet". Eu respondi: "Eu não quero morar no Inferno". Ela não deve ter entendido.
Me fascina, sabe, essa habilidade dela de torcer a verdade ao seu bel-prazer. Porque diabos ela está me oferecendo tantos bens materiais em troca de morar com ela se "não quer que nossa relação seja só dinheiro"? Não é óbvio que ela está se contradizendo? E que só se preocupa com as aparências (todos devem estar perguntando, "mas porque sua filha não quer morar com você?")?
A conversa terminou comigo dizendo: "Porque além de eu ter uma mãe que não me dá amor, ela agora não me dá nem o que comer. Sua puta.". Ela está sendo burra. Se não tivermos uma relação de bens materiais, não teremos nenhuma. Isso também é óbvio, pelo menos pra mim.

14.1.03

E a propósito

Não, as fotos não saíram boas. O Alexandre ficou de escanear e mandar. Vamos ver se ele cumpre a promessa.
Aliás, vocês sabiam? O Alexandre tirou fotos só duas ou três vezes na vida. Claro que tinha que sair horrível. Mas ele só nos avisou isso depois da sessão!
Só pra vocês saberem

Ao que parece, a Garota Esquizofrênica está rolando bolas de boliche pelo chão de casa.
Do último andar se vê o mar

Não sei o que se passa na cabeça das pessoas para construírem um prédio de 29 andares. Tive que tirar segunda via do DUDA no DETRAN que funciona num desses (santa burocracia).
Sentei numa cadeirinha ao lado de um balcão e tentei ler "Alta Fidelidade". Mas não estava com vontade. Então, fechei o livro. E imediatamente recordei-me da voz do atendente me dizendo o endereço: vigésimo-nono. E de que eu estava sentada numa reles cadeirinha encostada a um janelão de vidro cristalino!
Pânico! Telhados de casas lá embaixo e pessoas transformadas em formigas, como se meu avião tivesse decolado ou eu voasse.
Virei o rosto e respirei fundo. Tive que preparar-me psicologicamente antes de voltar para a vista. Achei meu possível futuro apartamento. Ele estava lá, pertinho da Estação Uruguaiana. E a antena parabólica do McDonald's da Rio Branco é vermelha e tem o "M" marcado.

12.1.03

Da série: traduções horríveis

Mind the gap = Olha o buraco
Aqui a diversão nunca termina

O meu prédio também revelou recentemente:
1-Pessoas com poodles.
2-Uma deficiente mental (não a esquizofrênica - outra).
3-Um velho-que-fica-sempre-na-portaria, só que para ser pior que sua contraparte feminina ELE FUMA.
4-O porteiro da manhã TAMBÉM FUMA e ninguém faz nada (a não ser acompanhá-lo).

Femmes fatales

Ai, tô louca pra ver se essas fotos saírem boas. Porque algumas podem ter ficado realmente fodas. A da Thaís se suicidando no sol poente, por exemplo. A minha com o bastão de madeira imitando a garota kendô de Love Hina, com o sol ao fundo. A da Fernanda blasé, de pernas cruzadas, sobre a pia do banheiro. Serão nossas fotos emblemáticas? Aquelas que mostraremos para os netos para eles verem que já fomos legais?

11.1.03

Do outro lado (da câmera)

Hoje fui modelo de um amigo da faculdade. O tema: "Mulheres" (agh). A Fernanda fez cara séria de femme fatale; eu posei de clubber e de personagem de mangá; a Thaís interpretou uma deprimida/suicida de longo preto.
Parece sério, mas foi a maior sorte termos conseguido fazer certo. A luz não estava boa, tava calor, pessoas passavam a toda hora, o Alexandre não sabia mexer na máquina... O ensaio foi mais NOSSO do que dele. Quero ver como isso vai sair...

9.1.03

Status do livro novo

Em Brasília, fiz uma escala de acontecimentos por dia (do livro) na agenda. Baseando-me nisso, editei o livro na base do corte-e-cola. Sabe como é, aquele exercício de CA de ordenar a historinha (o que vem primeiro, a plantinha ou a semente?) não foi de todo inútil.
Agora é só preencher os buracos! Espero que termine até março.

8.1.03

Love Hina anime

Não me condenem. Gosto de Love Hina. Mas nunca gostei de Barrados no Baile, nem de Família Dinossauros (na verdade, odiava fervorosamente). Moral: me deixem com as minhas bobagens. Pelo menos a minha é intercontinental.
Eu sei, eu sei; a trama de Love Hina é absurda e recheadas de taras japonesas (gays, lésbicas, incestos, meninas de uniforme de colegial e de torcida). Mas fora isso, tem personagens absurdamente carismáticos e complexos.
Depois de ler o mangá avidamente, resolvi baixar a série animada de Love Hina. E gamei. Gostei das vozes, das roupas, da trilha sonora (que é engraçadinha), do Keitarô levando porrada cartunesca que nem nos desenhos do Pernalonga. Só assim pra não se machucar mesmo.
Coloquei metade da série num CD. O CD deu pau. Êêêêê.
Às vezes o analógico é mais confiável. Depois de me dar conta que nunca terei todos os DVDs que eu quero, passei a mão nas fitas velhas de curso-pra-concurso do meu pai, e comecei a gravar. Ontem foi "Em Alto Astral" e "Mundo Cão". Só que "Em Alto Astral" não gravou pelo estúpido motivo de o vídeo não estar no canal 3.
Tecnologia, em geral, não é confiável.

6.1.03

Leftfield - Swords

Danger, in every corner.
I have become pure water.
I can identify.
I close my eyes.
I wear my sword at my side.
Cleanse me.
Deep in the fire.
I have become pure water.
I wear my sword at my side.
I have become pure water.
I have become pure water.

5.1.03

Brasília II

Les filles ne peuvent pas faire le trottoir parce qu'il n'y a pas de trottoir.
Brasília I

Vi o Lula não, apesar de ter ido na posse. Não tive coragem de chegar perto do populacho ensandecido que se agrupou . (Viram as pessoas agarrando o Lula? E pulando na "piscininha do Planalto"?? isso a Globo acho que não mostrou...). Eu tava esperando que ele seguisse em carro aberto pelo "tapetinho jamaicano" (é sério, estenderam um tapete - sem grades em volta - com as cores da Jamaica no asfalto, pra ele desfilar depois da posse). Mas as pessoas tavam tão fora de si que desistiram. Aí eu não vi o barbudo, só pelo telão!
Mas tirei fotos relativamente legais doi momento. Vou revelar e mostro.
Fiquei na casa do meio-irmão do JP... Ele é legal, a "meia-sobrinha" do JP também, só que a esposa dele era nojenta... parecia minha mãe. Algumas das pérolas da perua: "Votei no Roriz porque ele rouba mas faz..." (sabem que o safado do Roriz comprou voto com camiseta e ganhou a eleição de um petista por pouco, né?). E quando estávamos assistindo um programa sobre a Argentina: "Lá é muito melhor do que aqui... Não tem essa mistura feia de raças... É uma gente mais européia." (Detalhe: ELA É NORDESTINA). Isso fora as tentativas dela de me convencer a "comer de tudo"! Faltou pouco pra eu mandar a perua se foder... Arghhh... Mas no todo a viagem foi legal...
Comprei o presente do meu "amigo(a) oculto(a)" em Brasília... Foi ridículo, porque comprei na C&A! (Pelo menos posso dizer que "trouxe da viagem").