29.3.04

Só no SBT

Sempre achei que o cara disfarçado de abelha dos Simpsons era muito parecido com o Chapolin (as anteninhas, a roupa chamativa, a barriguinha saliente etc.). Apesar de ter lido no álbum do Chaves (lembra?) que as aventuras dele tinham chegado aos EUA, não achava que fosse assim tão disseminado. Mas hoje isso me veio à cabeça (não me pergunte como) e uma simples procura no Google me trouxe a resposta. Positiva!
Do FAQ dos Simpsons:
"Quem é o cara disfarçado de abelha?
O programa cuja estrela é um homem disfarçado de abelha é similar ao show "Lo mejor de Chespirito", da emissora Univision. O ator que interpreta Chespirito é mais conhecido como Chaves ou Chapolin, no Brasil. Também já disseram que há semelhanças com "El Show de Luis De Alba".
Por um longo tempo o personagem só era conhecido como "Bumblebee Man" (Homem Abelha), mas em "Team Homer" descobrimos que seu nome verdadeiro é Pedro."
Chespirito nos Simpsons. O humor não tem fronteiras. Ao contrário da vida real.

25.3.04

Outro dia disse que não sou uma pessoa interessante. Mantenho minha posição, mas presenciei uma coisa interessante ontem. 00 no domingo, e ontem, Cine Cachaça. Curta legal do Zé do Caixão ("Manhê!"). Depois, música: samba, rock, então samba-rock, e músicas de onde se tiram samples e fazem drum'n'bass geniais (Carolina, do Jorge Ben, a música de onde tiraram o sample de Groove is in the heart, a versão original daquela nem vem que não tem de Cidade de Deus etc.). E de repente, antes das 2 da manhã, o DJ anuncia a saideira (Detalhes tão pequenos de nós dois, Roberto Carlos). E saiu mesmo, guardou as coisas e foi embora, enquanto as pessoas que ainda enchiam a pista começavam a puxar umas músicas, a maioria de carnaval (vê-se logo porque não participei, fiquei olhando. Sou chata, vá embora.). Logo surgiu um cavaquinho (explicável, cabe numa mochila) e depois um violão (não se sabe de onde). A manifestação social de cunho espontâneo abarcou a cabeleira do Zezé, a jardineira, o deserto do Saara, mamãe eu quero, quem não chora não mama - e você pensa que cachaça é água? A turma do funil continuou deixando os outros tontos, cantou descendo a escada, estacionaram na frente do Odeon, a dona da festa tinha sacado uma mini-dv, aparentemente querendo provar que a festa era chata mas as pessoas eram legais.

21.3.04

(as fundamentais)

they only want you when you're 17
when you're 21
you're no fun
they take a polaroid and let you go
say they'll let you know
so come on
ladytron - seventeen
(se eu publicar meu segundo livro antes do próximo aniversário, posto essa aí de novo)

In the city your footsteps float in the air
in the city at night there's no one else there
saint etienne- we're in the city
(se você viu "but i'm a cheerleader" e gosta de eletro)

stones and flowers in the ground
we are lost and found
but love is gonna save us
shadows walking on the crowd
we are lost and found
but love is gonna save us
benny benassi - love is gonna save us
(a letra não dá a verdadeira dimensão da grandiosidade desta. se você gosta de clarice lispector e eletro, faça-se o favor de ouvir)

Baby's on fire
Better throw her in the water
the venus in furs - baby's on fire

la... la...... la... la... lalala
marilyn manson as christine - the la la song

SAVE YOURSELF FROM THIS
marilyn manson - little horn

(as tolas)

stacey q - 2 of hearts (anos 80 total)
benny benassi - i love my sex
benny benassi - change style
wÿlde ratz - tv eye
dizem que as canções mais farofas (=best sellers do mal) são aquelas que têm muito "love" e "baby". um livro é farofa (=best sellers do mal) proporcionalmente à quantidade de "de repentes" que possuir. quanto mais "de repente" e variações (de súbito, etc.), mais "ação" e "surpresa" - do tipo óbvio e fútil, claro. aventuras, infanto-juvenis, conspiração e fraude, etc.
"ao acordar", "espelho", "carícia", "no dia seguinte".
nomes-farofa? "Ben" (estrangeiros) e "Marco(s)" (nacionais).
outra coisa interessante é que best sellers quase nunca falam em "livros".
estou inscrita em análise de discurso esse semestre, além de outra matéria que usa muito o Bakhtin. e nem aprendi o método decente ainda.

16.3.04

domingo: stalemate
você pode perder agora, ou ir fugindo com o rei que em dez jogadas eu cerco com a torre e a dama, e como você não tem mais o bispo pra te defender, você que sabe.
sábado: leave liv
-pô, é muito. dá raiva.
-quê?
-não posso ver isso.
-por quê?
-é tortura. ver uma mulher linda, ruiva, branquinha, oferecida, bem na minha frente e não posso pegar.
-é mesmo.

15.3.04

Legendas para quem sabe o que fazer com elas

Em português:
Clube do suicídio (Suicide club)
Batalha Real (Battle Royale)
Batalha real 2 (Battle royale 2)
May
O romance de Morvern Callar (Morvern Callar)
(peçam pra mim ou procurem no e-donkey)

9.3.04

por que fui?
por que voltei?
uma certa pessoa costuma dizer que você não precisa de um motivo pra não fazer uma coisa. precisa de um motivo para fazê-la.
hoje, andando até o metrô, pensei numa coisa. eu não sou uma pessoa fantástica. não sou sequer interessante, a não ser pela minha imaginação.
escrevo porque sou viciada em escrever.
publico porque quero que os outros leiam.
quero que os outros leiam porque parece uma forma mais adequada de comunicação do que falar sozinha.
é só isso.
Desconfio muito quando vejo alguém lendo/citando/idolatrando autores marginais importados. Sobretudo americanos.
Fico ressabiada. Com a pulga atrás da orelha. Quem cita filósofos franceses é um chato inofensivo. Mas não é repulsivo. Não acha que é o rei da cocada preta. Os idolatradores de autores marginais importados não só o acham como têm certeza. Acham que são o equivalente brasileiro de. De alguma forma, mesmo que nem escrevam. "Não se encaixam" no mundo e têm orgulho disso. Mas o mundo há de adorá-los. Suas loucuras descritas com detalhes gráficos lotam blogs e lesam sistemas de comments, quando os têm - não precisam da opinião dos outros, bem entendido. Na vida real você os vê com livros destes autores numa mão e cigarros/cervejas/drogas baratas na outra. Sim, porque drogas caras são para os riquinhos. O adorador-de-autor-marginal é pobre e reclama disso, mas no fundo gosta. Senão, ele não seria marginal como seu ídolo.

Questão crucial: por que esse cara não idolatra um autor marginal do Brasil? Da cidade dele? Da idade dele? Com experiências talvez parecidas com a dele, com a qual ele poderia se identificar mais? Será que o marginal-local carece de qualidade técnico-literária ou será que é uma merda? Não, é que ninguém pode ser melhor que o idólatra-de-marginais-importados na "categoria" dele. É como um peso-mosca com medo de apanhar de um peso-pena. Se possível, ele nem lê o marginal-local. Se ler, necessariamente execra, não necessariamente com argumentos razoáveis.

E é hilário: o cara que é assim e "ainda" não conheceu seu autor-marginal... dê um livro pra ele de aniversário e observe sua felicidade ao encontrar sua alma gêmea. Dirá que tudo o que ele pensava estava ali. Claro, o mundo é uma merda & very mean para alguém tão brilhante/especial quanto ele, assim como o foi para; suas burradas amorosas em comum parecerão bem melhor no papel; igualmente para os pileques/viagens/overdoses/vômitos em sarjetas anônimas.
Periga até ele achar que alguém deveria escrever um livro sobre suas desventuras, e porque não ele próprio? Aí, sai de baixo...

7.3.04

Porque amor e ódio são parecidos

eu te amo____________________________________________________eu te odeio
entao preciso continuar com as investidas___então preciso continuar com as investidas
até conseguir te levar ao clímax___________________até abrir um buraco na sua pele.
Fatboy Slim is fucking in Rio de Janeiro
Jeremias, o bom no Rio de Janeiro = Grace em Dogville
Também era obrigada a me depilar com cera quente, quase sempre me deixava com lágrimas nos olhos.
E ardia durante e depois. Também fui obrigada a usar um tomara-que-caia justíssimo na minha festa de 7 anos (imagine, eu não tinha sequer a sombra de um peito!). Acho que a culpa foi da Malu Mader em "Anos Dourados". Quando comprei o vestido, na loja, já estava apertado e eu dizia: não quero levar, está muito apertado. A mulher da loja sorriu amarelo e, lutando pra abotoar o colchete, disse: para ficar bonita, tem que sofrer! De nada adiantaram meus argumentos de que obviamente eu só
usaria aquela roupa uma vez (e foi bem cara).
Na época eu já achei aquilo de um machismo inominável. Eu era, sim, uma mini-feminista que não acreditava, entre outras coisas, que a mulher tem que sofrer humilhação e dor calada pra servir, glorificar e agradar o homem. O problema é que não havia percebido ainda que minha mãe...
1-não era assim...
2-não queria que a filha fosse...
3-mesmo que para isso ela tivesse que se tolher e se tornar infeliz.
E isso nunca mudou. Quem mudou fui eu. Tive que peitar muita gente pelo simples direito de usar o cérebro.
It's all coming back to me now.
Parece que fazer as próprias unhas é uma realização anti-burguesa. Ter que pagar mulheres mais pobres para tornarem de 10 a 20 exíguos (3x2cm) pedaços de pele + compostos de cálcio lisos e coloridos parece, de alguma forma, o cúmulo da maria-antonietice. Ainda mais se for 6 reais a cada semana e meia.
(A primeira amiga que fez minhas unhas direito era justamente filha de uma manicure. Já falei dela aqui, a Branka. Pois a Branka pintou minhas escalavradas unhas tão bem, mesmo sem tirar cutícula antes, que eu elogiei e disse inocentemente: você podia bem ser manicure. E ela: deus me livre de ter a mesma vida que a minha mãe.)
O meu problema era com os 6 reais, mas também outros.
1.Eu não queria fazer as unhas sempre, então minha mãe me obrigava.
2.as manicures faziam no mínimo cara feia para minhas unhas, que eu roía.
3.Fazer as unhas me dava um sono irresistível.
Minha mãe me obrigava a ir nessa mulher sádica que mandava eu parar de roer as unhas e puxar as cutículas. Como eu não o fizesse, ela me castigava. Metia o algodão com acetona bem no meio da ferida, puxando a pele com o dedo para entranhar mais; lixava furiosamente minhas unhas, que já estavam no sabugo, portanto doía; empurrava com violência aquela pele que nasce sobre a base da unha com aquele instrumento de tortura dela. Eu a odiava. E minha mãe me obrigava a ir. Tentei outras manicures do salão, que eram menos sádicas, mas tiravam bifes de onde não estava ferido e punham a culpa em mim.
Hoje, aprendi a fazer minhas unhas. Quando conto isso pra minha mãe, ela faz uma cara de nojo.

5.3.04

Hoje descobri finalmente o nome da música que emanava suicídio na subida da serra:
Holiday, dos Bee Gees.

1.3.04

Voltei

Quero dizer o seguinte (apenas o seguinte).
Em março............
Para quem tem Telecine Emotion, "A deusa de 1967".
Para quem tem Cinemax, "O romance de Morvern Callar".
Amém.