30.4.06

Pequenas alterações

- Sinopse do livro modificada (porque a orelha foi modificada).
- Mais um post no blog de Maria Luiza (já estava lá há um tempo, mas não custa fazer notar.)
- Novas legendas de Daria.

27.4.06

humming

Esqueça rock oitentista (Joy Division) ou trip-hop (Portishead) ou mesmo o blues (Billie Holiday). O ritmo mais depressivo do mundo é o minimal. Depressivo no sentido da droga que devem dar aos hiperativos e bipolares na fase maníaca: calminha que é hora de voltar pro hangar. Você está muito espalhado. Crawl back into your mind.
É como a oferta de um platô (mil platôs). Altas repetições e baixas ondulações. Um jogo de Atari. Um protetor de tela do AfterDark. A radiação de fundo que forma um sonho quando você fecha os olhos. Um solo de bateria delicado. Uma forma de pensar mais construtiva (se você é obsessivo e/ou ansioso) ou mais destrutiva (se você tende à sinuca mental - shit, how do I get out - que suponho que também atende por bad trip e consiste em se ficar preso num mau canto de sua mente).
A mim me faz bem. Fico toda zen quando ouço minimal. Ação pela inação. Balanço a cabecinha para lá e para cá. Penso em coisas e tenho insights. Escrevo posts inúteis como este.
Sobre editores:

(...) they don't care for anything but the literature itself, and they as good as despise influence. But they do care for books, and are eager to get them and examine them, no matter whence they come, nor from whose pen. If you will send yours to a publisher -- any publisher -- he will certainly examine it, I can assure you of that.

Falamos sobre isso em uma das aulas de Produção Editorial. A professora trabalha em uma editora grande, e duas alunas também, como estagiárias. A pergunta -- como é o exame de originais onde você trabalha -- ficou no ar até que alguém a apanhasse. Não tem ninguém específico para fazer isso, foi a resposta geral.
(Imagino que pelo menos a faxineira passe periodicamente.)
Quer dizer, a imagem do estagiário passando os olhos por montanhas de originais, copiando os endereços e lambendo selos para colar numa montanha de cartas de recusa padronizadas nunca me afetou, palavra. Mas nem sequer estão olhando o que chega. Pessoas com alguma posição ou influência são publicadas: jornalistas, publicitários, acadêmicos, prostitutas - parte deles só para dar um xis naquela velha lista (agora só falta fazer um filho). Pessoas são publicadas, não livros.
Imagino que as pessoas que mandaram seus livros para editoras grandes fiquem aguardando alguma resposta. Bem, podem ficar tranqüilas. Vocês nem chegaram a ser rejeitadas.

Fui fazer Produção Editorial justamente para sujar as mãos, e não para deixar o desânimo e a revolta me corroerem. Sabendo como as coisas funcionam, é mais difícil me enganarem ou ter esperanças erradas. Só acho interessante participar aos ilustres leitores minhas descobertas.

26.4.06

depois da copa, depois do carnaval

É no mínimo irônico que um livro que critique justamente essas coisas tenha que ser detido por elas. Minha tentativa original de lançar o livro em janeiro naufragou porque não se lança livro não-escolar em janeiro: é antes do carnaval. Agora o que é que esse livro está esperando? A Copa! Não se lança nada em julhos bissextos! Então, a previsão atual é de agosto/setembro. Como agosto é irmão de janeiro na minha cabeça doentia (é outro "mês maldito" no imaginário brasileiro) e é logo antes das eleições (dado que A feia noite tem um leve viés eleitoral) achei até bom. Mas esperar é chato. Já estou até escrevendo outro.

25.4.06

Fui buscar Campos de Carvalho e Philip K. Dick pelos sebos. Difícil, mas consegui encontrar os dois esquivos. Não houve deliberação, encontrei apenas uma obra de cada um e comprei: as Obras reunidas do primeiro e a Lotaria Solar do segundo (Lotaria e não Loteria, que ninguém quer publicar o doido do PKD nesse país; bem, só quando sai filme). Notável foi que salvei uma velhinha: eu estava parada numa esquina consultando um mapa quando ela tropeçou numa pedra da calçada quebrada e ela era tão levinha que segurei seu ombro direito e impedi a queda com uma só mão; ela demorou um pouco até perceber que não ia cair de cara no poste de ferro (pois ia) e ficou tremendo na ponta do meu braço. Eu só pude soltar uns 20 segundos depois. Não quis nem pensar no que aconteceria se eu não andasse exercitando os braços, ou se não estivesse procurando Philip K. Dick e Campos de Carvalho, ou se não fosse perdida o suficiente para ter que consultar mapas em esquinas. Não sei, confrangeu.

24.4.06

Esqueci de falar das palmas na música contemporânea:
Saviour piece, do Snap ant
Tongue tied, da Mia doi Todd
Um monte de house music.
máquina de fumaça


Fog index de Gunning do post anterior: 16,92.
Motivos não-herméticos para ser nevoenta:
1. Londres.
2. Myst, o jogo.
3. Meus pais lêem isso daqui, e acho que eles não enxergam bem em nevoeiros. Quando subíamos a serra de carro, pelo menos, era assim - e agora os dois usam óculos.
4. Fazer as pessoas se perderem de seus pontos de fixação comuns (wander into the fog!), ou seja, deixarem de ser bitoladas.
O Prosa & Verso acertou de novo. Não consegui parar de ler a matéria de capa sobre os enfoques do vício na literatura ao longo da história.
Talvez o segredo seja agir como um leitor. Ou seja, em vez de sempre pegar um lançamento de livro e tagarelar sobre ele, pegue um tema que perpassa vários livros e aponte as recorrências numa diagramação inteligente com ilustrações interessantes. Só é difícil para os preguiçosos que não lêem ou não pesquisam.

23.4.06

A ginasta que parte o pé em Elektrobank é a Sofia Coppola. Eu nunca teria imaginado.

22.4.06

O pior filme do mundo foi feito quando eu era criança. Não sei, parece que o início dos anos 90 sofreu alguma conjunção astral desastrosa que ocasionou, por exemplo, Milli Vanilli, tactel fosforescente e vestidos trapézio.
Quando eu vi o trailer do filme em que a Julia Roberts namorava um cara que estava morrendo de câncer, e ele corria pela praia - careca e de cobertor quadriculado - ao som de Kenny G, e ela ria cheia de dentes pra ele da varanda, fiquei toda arrepiada. "Que estupor", pensei, porque na época andava lendo Monteiro Lobato.

21.4.06

Quando me perguntam se gosto de tal filme ou música, a resposta é sempre parcial. Porque o certo seria fazer um gráfico XYZ apreciação/tempo/humor:



Respondo sempre com base no XYZ daquele momento. Mas poderia dizer, de mau humor, às 2:34 da manhã de 23 de janeiro de 2006, eu achei esse filme o melhor já feito.
De qualquer forma, assisti Napoleon Dynamite e não é tudo isso. Donnie Darko é muito melhor. É a típica coisa de acesso difícil que um que teve acesso vai encher a bola só para, bem, encher a própria bola. É esquisito e eu gosto de esquisito, mas assim como um álbum conceitual não é genial só por ser conceitual, isso não sustenta o filme. Quem quiser conferir pode baixar do Emule; há também uma legenda em português de Portugal muito gira.
Stella was a diver and she was always down,

do Interpol, bem podia ser a trilha do curta Trampolim. Just a random thought.

(Sempre quis ver essa porra desse curta e não tem no Porta-Curtas. Damn!)

19.4.06

Acreditem: Riven é legal e Uru é chato. Vou terminar só porque é bonito.
cochichando

Diferenças entre 2001 e 2006:

O eletro caiu, o minimalismo voltou. Steve Bug, Michael Mayer, Nathan Fake, Marco Passarani, MANDY, Booka Shade...
Há também esses grupos de agora que guincham e fazem vozinha de criança: Múm, Deerhoof, MU, Lali Puna. Ou então emocionantemente melodiosos, como Goldfrapp e Mia doi Todd. Fico pensando se querem emular voz-de-namorado-no-ouvido, cobertor de orelha. Mas ainda assim são agradáveis, fazer o quê. Ou então é a influência mista de funk carioca com bossa nova.
Aliás, vejo influência do funk claramente em coisas como M.I.A. e Dizzee Rascal. E da bossa nova em símiles de Cat Power como Nedelle, Samara Lubelski, Nouvelle Vague (duh).
Em suma, tá todo mundo falando ou baixinho ou esganiçado. A impressão que me passa: sufocados por ditirambos propagandísticos e informação excessiva, as pessoas se voltaram para canções de ninar/freakishness como forma de minar o poder. Sublevação - desde o fundo de uma mente coletiva até à frente, revolução em baixos decibéis.
Posso estar completamente errada.

18.4.06

Quando você apalpa gostoso ovos de páscoa depois da Páscoa porque estão tão baratinhos, já sabe que está procurando sarna. Com sorte, eles vêm quebrados ou com algum outro problema que você, leigo em chocolate, jamais identificará à primeira vista.
Apalpei o meu e me encaminhei ao caixa. Dez reais. Aberto, ele parecia perfeito. Provado, delicioso. A surpresa veio quando fui comer a outra metade.
Embaixo dela tinha uma crosta do chocolate externo grudada na embalagem, como se tivesse derretido e solidificado de novo no ar-condicionado.
A imagem que veio na minha cabeça foi a de uma criancinha segurando pressurosa um ovo de chocolate enquanto a mãe compra as coisas "sérias". Depois de uma longa fila, a mãe chega no caixa, descobre que seu cartão de crédito ainda está debilitado do Natal, Carnaval & Volta às Aulas, e manda a criancinha devolver o ovo pro lugar. A criancinha chora e devolve. E eu o compro.
Ewww.

17.4.06

Agora vou ser poética.
Quando você olha para o poente, especialmente de um lugar que, com moldura, daria um bom cartão-postal, você nota que você não consegue apreender as mudanças mínimas de tom que, a cada milésimo de segundo (ou pentelhésimo), tornam o quadro geral de rosa cada vez mais pra vermelho. E de vermelho pra roxo. E de roxo pra preto.
Você só consegue registrar essas "fotografias" de estágios sucessivos, cada vez mais escuros.
Como na situação do Rio, o tempo passa - e temos favela, mais favela, tiroteio em favela, polícia subindo favela, traficante aliado a policial, narcotraficante elegendo representantes, traficante fechando comércio, tiroteio em praça pública (o primeiro, na Praça Saens Peña), "Cidade de Deus", passeatas pela paz, faixas de "basta" nas varandas dos ricos, os políticos cada vez menos realizadores e cada vez mais eleitoreiros, roubo de rifles, exército subindo favela, assaltante invadindo prefeitura, e daqui a pouco somos a Colômbia e ninguém sabe como chegamos nessa.
Não sei se algum dia alguém - de baixo pra cima ou de cima pra baixo - vai algum dia pôr as mãos nas cadeiras e decretar: "ah, tá bom. Agora chega.". Como se não tivesse chegado antes. Ninguém parece estar tentando a sério. E quando decidirem (precisarem!) tentar, vai ser tarde demais para chegar numa solução comedida e tenho medo do que pode vir. O yeah, tenho medo.
Não concordo com as dondocas, não acho que o morro vá "descer". Esta pitonisa de araque divisa outro cenário: as drogas sintéticas começam a predominar, a classe média começa a dominar o tráfico e o morro, revoltado, começa uma onda de assaltos/arrastões/seqüestros tentando retomar o prejuízo. Pode haver algum lider messiânico nessa bagunça, de um ou dois ou mais lados. Os políticos, acuados, vão rapar suas contas em paraísos fiscais e fugir todos para Miami (como aconteceu na Springfield dos Simpsons um episódio aí). Eu não vejo Rosinha Garotinho nem Cesar Maia "afundando com o navio", de jeito maneira. Você vê?
Falta honra, caráter, dignidade, brio, respeito. Faltam todas aquelas palavras que adoramos usar em pulseiras de borracha e camisas justinhas.

15.4.06

all systems go

Estou começando a achar o Prosa & Verso um pouco menos chato. Primeiro teve aquelas quatro matérias sobre "Mitos e Verdades do mercado editorial", que poderiam ter sido enfadonhas, mas não foram. Antes disso, aliás, teve o João Ximenes Braga com umas matérias very jiggy.
Eu não agüentava ver mais matérias de capa sobre Graciliano Ramos, Machado de Assis e "literatura regional", aparentemente a única a retratar "o verdadeiro Brasil", o "Brasil profundo".
Aí hoje fizeram uma capa que me surpreendeu. O título é "Astonautas literários" (estou copiando o título da edição online, achei graça). E em vez de falar de Asimov e Philip K. Dick, ou de qualquer superlançamento de megaconglomerado editorial, fala de brasileiros que escrevem ficção científica. Aqueles bem desconhecidos e fuleirinhos. E reconhece que o gênero tem que ser desbravado ainda. O que sempre achei.
O livro que escrevo agora, ou blog, sei lá, pelo seu formato um tanto propenso à internet, deve ser uma aventura espacial.
Aí estou lendo a matéria sobre Judas lá da página 5 quando dou de cara com uma carinha conhecida. Legal, legal.
Se você reparar, a matéria do "freak of the week" (matéria geralmente comemorando o centenário da sua formatura de segundo grau ou primeiro corte de cabelo, e assinada por outro medalhão) que normalmente ocuparia a capa foi parar no verso. Issaí.

13.4.06

Antes que eu me esqueça: frase imbecil do dia.

"Eu gosto de escrever... assim... usando palavras."

Não impressiona, exceto se você considerar que a entonação não era a de quem estava construindo uma redundância proposital, mas de quem estava pensando no assunto a ponto de doer (e/ou feder).
Ai, a burrice tem que ser denunciada. E tripudiada.
Essa onda direitista já está fazendo estragos. Como a esquerdista produziu barbas ricas em piolhos e canecas do Che, agora temos pessoas achando que são engraçadas e iconoclastas. Engraçadas por serem iconoclastas. Aí começa a fazer merda, tipo insinuar que o Collor era bacana. O Collor não, gente.

Não há necessidade de ser radical com (contra) os radicais. Eles são bobos. Eles acham que querem chocar, mas secretamente querem ser engraçadinhos. Eles querem que você os ache engraçadinhos e os coloque em cima da cama com os outros bichos de pelúcia. Relíquias da infância.
Eu tinha um primo que socava meus ursos de pelúcia. Eu era meramente desinteressada e quando falavam em "dar brinquedos para os pobres", eu imediatamente os matriculava, junto com as Barbies. Ainda passava por altruísta.

12.4.06

squeaky yoko

Bardo Pond + Bjork + Blonde Redhead = Deerhoof

Se você agüenta isso em teoria (Bardo Pond + Bjork + Blonde Redhead), baixe a Siriustar:

Boom, light that fire.
Howl, howl, howl.
Deergod's eyes.
Wild music of the hoof playing in big fire.
Boom, light that fire.
Howl, howl, howl.
Lunatic night rises.
Sonic of the moon flips them inside out.

Glowing slowly.

Sonic of the moon lifts us to higher.
You got to rouse now.
How, how, how?
Be a Siriustar.
Nobody's no more fools you to think how.
No gabs about them.
No, no, no.
Open your eyes wide.

Breathe sets you free.

Count the stars.
Be blind to see.
Whisper I will seek out
A luminous tonight.
Sights are fading.

Revive your fire.
Now, now, now.
We have wolf minds.
Knock your door of the minds hard to wake them up.
Bark to the moon loud.
Shout, shout, shout.
Make a wish come true.

Glare eternity.

11.4.06

Eles têm salgados excelentes. Excelentes, eu disse. E têm que ser, porque quando vou lá tenho que ouvir mulheres maiores de 21 chamando a atendente de "tia"
- Tia, dá um café?
- Ô tia... tem isqueiro?
...além de conversas inspiradas como esta que relatei outro dia. Mas as opções são limitadas. Há um lugar cognominado "sujinho" que combina com o nome, e é cheio de gente com barba + camisa do Che ou camisa social azul clara de manga comprida + óculos de pagodeiro. Aliás, freqüentemente pagode, valha-me.
Há também o lugar com ar-condicionado congelante e a garçonete que te olha com ódio ou o lugar com salgados horríveis em que os homens exibem sorriso-de-porteiro quando você entra e olham para a sua bunda quando pensam que você está distraída.
Eu faria uma marmita, mas sempre teimo em achar que não vou sentir fome no final da aula.

6.4.06

chain gang of serendipity

Eu nunca dei bola pro Philip K. Dick até um enorme maremoto de coincidências me jogar bem no colo dele hoje. Somos irmãos de piração. Achar que as coisas estão conectadas, resistir ao entorpecimento da realidade, a ficção científica filosófica, esquizoidia, o "tempo ortogonal".
Não sei bem como descrever o maremoto de coincidências. Digo que ele envolveu o shuffle do Winamp, o filme Waking life, o Livro de Atos (que consultei exaustivamente para uniformizar os termos de um livro sobre Jesus que fala um bocado de São Paulo e do ribeiro de Qumram), cartas da Sakura, hemisférios do cérebro, episódios de desenho animado, os posts dimensionais do mês passado e, pasme, meus dois livros não-publicados: o A feia noite e o de ficção científica mencionado uns dias atrás.
Então temos a srta. Maria Luiza do A feia noite. Parte do seu mistério (spoilers adiante) é justamente que a construí como uma andróide, uma "andróide com defeito": ela obedece às leis de Asimov de uma forma completamente fucked up. Só percebi isso no final do livro. Maria Luiza também é uma versão da lenda de Santa Clara, padroeira da televisão e amiga de São Francisco. Também só percebi isso quase no final do livro (a tempo de colocar a frase "é dando que se recebe" na boca do amigo de Maria Luiza, Francisco, um consultor político).
Eu poderia dizer que estou passada, mas há uns dois dias eu andava com um pressentimento de... deixa pra lá.
Achei divertido fazer o imposto de renda. Preencher aquelas coluninhas com dinheiro. Deve ser falta do que fazer, ou alguma perversão.
Hoje o despertador tentou me acordar com uma frase do Dale Carnegie. Dei-lhe um tabefe.

4.4.06

Truques para viver no Brasil

1-Evite a polícia.
2-Diga a verdade, assim todos sempre terão certeza de que você está mentindo.
3-Minta, assim todos fingirão acreditar.
4-Seja tão ambicioso quanto o país tem tamanho.
5-Se o gigante ameaçar despertar do pesadelo, aumente a dose do Rohypnol intravenoso.

Em verdade, em verdade vos digo: se nosso povo tivesse metade dos brios dos parisienses, andaríamos sobre escombros e não calçadões.

3.4.06

Growl growl, ugly monsters

Como eu esperava, Silent Hill é sonolento. Uma nevezinha caindo, musiquinha pretensamente de suspense, mulheres bonitas apertando os olhinhos pro cara principal, que está procurando a filhinha de sete aninhos... bleargh! Tudo muito inho, desisti. Prefiro ser um herético matador de demônios ou uma saqueadora de tumbas, muito obrigada.
Melhor ainda, volto minha atenção para as seqüências de Myst: Riven, Uru e Exile. Jornada mística cheia de puzzles e um visual polido, é disso que preciso agora. Basta olhar pr'esse design do blog...
Perceberam como eu não sou de designs de blog minimalistas? Esse ficou um pouco demais até pra mim, mas aumentei as margens e coloquei uma fonte amiga, Lucida.
Eu também amo os meus errinhos de leiaute. O jeito como as coisas se empilham como podem. Dêem só uma sacada neste menu à esquerda, todo torto.
Truques pra dormir

1-De lado, estique bem os dois braços juntos para a frente e incline-os para baixo um pouco, como um golfista que acabou de dar uma tacada. Feche os olhos. Durma.
2-Esfregue os dedões do pé no dedo adjacente. Lentamente. Languidamente. Você terá sono. Muito sono.
3-Pense em coisas sem sentido e embarque na dissociação. É isso o que acontece no adormecer normal, você só estará induzindo.
4-Deite de bruços abraçando a cama.
5-Expulse a companhia e se espalhe. (Colherinha de cu é rola, if you know what i mean.)

Bem, vou tentar uns desses agora. Junto com o chocolate quente.

1.4.06

Duas notas ao post anterior:
1-Tratar normalmente as pessoas, na minha acepção, é: mamãe disse pra não falar com estranhos.
2-Outra semelhança notável com meu avô é a insaciabilidade de ambos por cultura inútil. Eu li os 8 volumes dos picles de curiosidade em capa dura herdados dele antes de descobrir o Guia dos Curiosos. Foi com este conhecimento que ganhei todo tipo de prenda fuleira e inúmeras partidas de Master (aliás, Dale Carnegie recomenda deixar os outros ganharem).
O avô que não conheci, o materno. Sempre fizeram questão de me frisar que ele era um homem popular, que todos ficavam magicamente enganchados em sua cativante conversa, que tinha muitos amigos - talvez para me envergonhar de minha pequena lista de amigos do Orkut (tenho "apenas" 70, boa parte "conhecidos", e olhe que entrei antes de todo mundo).
A verdade é que digo muitos nãos no Orkut e na vida também. Tentando ser boazinha, me chamaria de seletiva; mazinha, de metida. Mas não é que "escolha bem" minhas amizades nem que me julgue melhor que todo mundo; é só uma tentativa de ser fiel a mim mesma. Tem essa coisa, que creio que se possa chamar de "afinidade", que sinto com algumas pessoas e outras não. As não-afins eu trato normalmente; as afins, trato melhor.
As pessoas, as mesmas que me falam de como o meu avô era o superpopular quarterback sarado ou sei lá o quê, dizem que eu seria mais feliz se deixasse mais gente entrar em minha vida. Não adianta começar a explicar que só comecei a ser feliz quando comecei a bloquear aproveitadores, confusos e psicopatas; meus conselheiros continuam a achar que estou me privando de alguma coisa muito, muito boa.
Por esse motivo me dei conta de que talvez eu conheça meu avô mais do que estas pessoas que conviveram com ele e me falam dele. Veja bem, esse meu avô gostava de livros. E mantinha um caderno. No qual relatava inúmeras preocupações e dissabores e problemas.
Eu salvei os livros desse avô do caminhão da COMLURB algumas vezes. Livros velhos e empoeirados, ninguém queria; reclamei-os. Alguns dos que salvei:
O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
Papillon - Henri Charrière
Oliver Twist - Charles Dickens
Quincas Borba - Machado de Assis
Os miseráveis - Victor Hugo
Por quem os sinos dobram - Ernest Hemingway
A montanha mágica - Thomas Mann
Como fazer amigos e influenciar pessoas - Dale Carnegie
Como evitar preocupações e começar a viver - Dale Carnegie
Tudo bem que livros não costumam ser exatamente alegres, a ficção só rende com conflito e blábláblá, e tem um Dumas ou dois no meio dessa coleção, mas acho que já expus meu argumento com clareza: vovô rei-do-baile não era a pessoa mais feliz do mundo. Ele se sentia preso, sufocado, vivendo uma vida falsa. Na cabeceira de sua comprida mesa no clube português, entre uma taça de vinho e outra, seus olhos ficariam distantes e ele pensaria que diabos fez da vida. E devia armar uma caçada com os amigos para esquecer as mágoas. É, disso sei que ele gostava. Assim como eu gosto de first- e third-person shooters.
Ele morreu de câncer antes dos 50 anos.
Playlists estranhas

Já é suspeito o fato de tantos gêneros diferentes conviverem numa mesma coleção musical. Como se não bastasse, peguei a mania de fazer playlists estranhas com conceitos que só eu entendo.
Hoje fiz umas dez. Algumas mais normaizinhas, outras mais delirantes.
Bizarro - com Zumbi do Mato, Helena Roitman, Ângela Maria etc.
Gahhh! Rock - basicamente canções que começam com guitarras detonando.
Cruas - músicas minimalistas e viajantes dos mais diversos gêneros. Preferência para as que têm samples estranhos e/ou vão acrescentando elementos num crescendo. (Como eu disse, são conceitos que só eu entendo).
Praticamente wicca - música celta, medieval, folclórica, Bjork, Goldfrapp...
Post rock - rock feito quase sem guitarras, etéreo e/ou misterioso, com toques de jazz e eletrônica.
E não, não tem a ver com o nosso astronauta. Eu tive essa idéia em 2004, por causa de a) um sonho b) uma pichação de muro.
Eu sempre quis escrever uma aventura espacial; acho que vou realizar meu desejo de infância. Claro que não é uma aventura espacial comum. É tão doido que acho que vou ter que publicar na web. Quando ficar pronto, claro. O que pode demorar um ano ou dois.