29.11.08

Sinopses

São 12 os contos do Amostragem complexa, meu próximo livro (deve sair em fevereiro de 2009). Seguem na ordem pretendida (não sei se vão mudar) com sinopses feito as que se vêem nos filmes da semana:

01 – Mousmé (conto japonês)

Iniciada nas armadilhas da vida de forma teórica e inexorável, colegial busca motivos para cair nelas mesmo assim.

02 – Herói

Rapaz incorre em passatempo voyeurístico de baixa tecnologia por não poder acessar sites pornô a partir do local de trabalho.

03 – Senhora, senhorita

Uma senhora de 72 anos rejuvenesce e retoma a revolução sexual de onde tinha parado.

04 – Composição

Um dia de trabalho de um vitrinista num shopping.

05 – Ao cubo

Pequeno estudo de estranhos hábitos de acasalamento.

06 – Segundo andar

Moça desempregada teima em não vender o apartamento a uma clínica plástica que precisa de ampliação mesmo quando todos os seus vizinhos já venderam.

07 – Sexo em Anegue

Moça com pouca auto-estima busca maneiras de virar gente.

08 – Tabu

Estagiária faz o trabalho sujo da pesquisa para a biografia de um figurão das letras nacionais.

09 – Elidu

Moça desesperada para mudar de vida foge de casa com um plano radical na cabeça.

10 – O último dia

Quadro vivo mostrando o último dia de atividade de um colégio.

11 – Tão bonito que dói

Rapaz procura organizar o mundo em sua cabeça enquanto pratica metodicamente seu vício incomum.

12 – Wifi

Cientista brasileiro usa sua fantástica invenção não-registrada para fraudar concursos públicos.

25.11.08

Se isso não fizer a pirralhada ler Machado, não sei o que vai fazer.

Capitu teaser na íntegra high quality


Àqueles que notarem a estranheza da "reconstituição de época": é pra ser atemporal.
E o ator que faz o Bentinho jovem é meu primo Cesar! (Ok, nepotismo, mas poxa, parece que vai ser bem legal). Pior que nem é o primeiro personagem icônico da literatura nacional que ele encara (ele estreou na TV como o Pedrinho do Sítio do Picapau Amarelo). Admiro muito ele.

14.11.08

É isso, gente. Acabei, entreguei, espero que saia logo. Enquanto isso vou tocando outros projetos e ganhando os cobres pra dezembro. Meu computador deu pau no dia de entregar o livro, mas dei a volta em Murphy salvando tudo direto no pendrive. Continuei a trabalhar do laptop e agora tá tudo direitinho com o computador principal -- muitos reais depois.
Agora tenho que decidir quais contos vão entrar aqui de graça. É isso mesmo, faz parte do contrato de patrocínio disponibilizar boa parte do livro em pdf na internet. Um já está online pela coleção Mojobooks: clique aqui pra baixá-lo. O resto, só mais perto do lançamento (previsto pro ano que vem, não se afobem).

(Alguém conhece uma ONG que aceite peças de computador? Estou com um monte aqui.)
(O conto abaixo foi solucionado ouvindo iPod no escuro e, literariamente, mais com a ajuda de Anaís Nin. Aliás, Uma espiã na casa do amor tem semelhanças com o meu A feia noite que não pude deixar de notar.)

7.11.08

Estou tentando alinhavar uma cena de comunicação não-verbal do meu "Conto africano". Quando escrevo, geralmente ponho as cartas na mesa através de diálogos, mas como fazer isso numa situação em que as pessoas são tão íntimas que não precisam de palavras? (e, céus, usando palavras para descrevê-lo!)
Resolvi dar uma olhada em Dostoiévski (Nietótchka). Tem cenas não-verbais muito boas, mas a maioria com beijos demais e -- principalmente -- se passam no decorrer de dias inteiros. A minha se passa em uma hora, se tanto.
Não sei mais de quem colar. Vou ter que dar um jeito sozinha -- se é que tendo lido tudo o que li nos últimos dias ainda posso ser considerada sozinha.

Ah, estou blipando também (é um troço de música, vai lá).

3.11.08

Pedi uns livros aqui. Sempre peço, mas notável é que o Coisas frágeis do Gaiman veio com um canto amassado, que irónico.

Fiquei assombrada ao ler esse trecho do Reparação:
Começou a correr num ritmo tranqüilo pela grama e pensou que seria capaz de continuar assim a noite inteira, cortando o ar sedoso como uma faca, impelida pelo impulso férreo do chão duro sob seus pés e pela escuridão que parecia duplicar a sensação de velocidade. Briony tinha sonhos em que corria assim, depois se inclinava para a frente, abria os braços e, confiando na fé -- a única parte difícil, mas dormindo era até fácil --, desprendia-se do chão com um simples passo, sobrevoava a baixa altura sebes, portões e telhados, depois ganhava altura, aproximando-se, exultante, da camada de nuvens, vendo os campos lá embaixo, e depois descia outra vez. Sentia agora de que modo isso seria possível, apenas com a força do desejo; o mundo que ela atravessava correndo a amava e lhe daria tudo que ela quisesse, e permitiria que isso acontecesse. E então, quando acontecesse, ela o descreveria. Pois escrever não era uma espécie de vôo, uma forma realizável de vôo da fantasia, da imaginação?
..porque, duh, essa era eu com doze anos. Mas havia o reverso da moeda. A sensação de que o universo viria me pegar depois para fazer a cobrança (repo man) do que tinha me cedido. Eu tinha essa sensação especialmente em noites muito estreladas no campo -- não tinha muito problema em sairmos ou mesmo em cairmos na piscina de noite, então eu saía só para me sentir perseguida e agorafóbica, que delícia -- ou na varanda do apartamento. Mas acho que Reparação vai chegar lá, até porque vi o filme.

Bônus: vídeo do What else is there - Royksopp. haunting.
Não sei se gosto mais de quando ela passa pela floresta ou de quando ela desvia o pezinho do cachorro. (Ver também: Dublin)