Are you OK, Annie?
A melhor cena de Annie, na minha opinião (começa aos 6:40 do vídeo acima), é quando ela sai da cama para entrar no escritório do ricaço Daddy Warbucks em busca de atenção e, enquanto isso, atrás dela, um sujeito barbudo de terno saltita pelo jardim da casa. Mas Warbucks a ignora e continua trabalhando enquanto o sujeito barbudo arremessa uma bomba dentro do escritório, estilhaçando uma janela. Enquanto Annie olha atônita e Daddy Warbucks continua vituperando em sua ligação intercontinental, o criado oriental de Warbucks (Asp) passa a bomba para o criado indiano, que a arremessa de volta para fora com uma elegante pirueta, onde ela explode. O cão de Annie arrasta o sujeito pelo terno, Asp lhe dá alguns golpes de caratê e o indiano o imobiliza, levando-o para dentro.
Aí Annie diz à secretária, chocada:
"Who would try to kill Mr. Warbucks??"
"The Bolsheviks, my dear. He's living proof that the American system works and they don't want anybody to know that."
"The Bolsheviks? Leapin' lizards!"
Ninguém, no entanto, pergunta se Annie está bem. O que funciona a favor da cena.
(Annie é de 81, Smooth Criminal de 85.)
25.6.09
there's no spark
Eu gosto de Lígia especialmente pelo começo. O refrão já fica excessivamente meloso - suspeito que por intromissão de, puah, Chico Buarque. Mas o princípio denota um diálogo de sucessivos tocos dados por Lígia em um pretendente.
- Eu sonho com você todo dia.
Eu nunca sonhei com você.
- Gosta de cinema?
Nunca fui ao cinema.
- Vamos pro samba, então. Ou à praia. Vamos, Lígia?
Não gosto de samba, não vou a Ipanema.
- Então vamos para o Horto. Num dia de chuva ou de sol, você é quem sabe.
Não gosto de chuva, nem gosto de sol.
*de Lígia (Tom Jobim e Chico Buarque)
Eu gosto de Lígia especialmente pelo começo. O refrão já fica excessivamente meloso - suspeito que por intromissão de, puah, Chico Buarque. Mas o princípio denota um diálogo de sucessivos tocos dados por Lígia em um pretendente.
- Eu sonho com você todo dia.
Eu nunca sonhei com você.
- Gosta de cinema?
Nunca fui ao cinema.
- Vamos pro samba, então. Ou à praia. Vamos, Lígia?
Não gosto de samba, não vou a Ipanema.
- Então vamos para o Horto. Num dia de chuva ou de sol, você é quem sabe.
Não gosto de chuva, nem gosto de sol.
*de Lígia (Tom Jobim e Chico Buarque)
Marcadores:
baka,
filosofada,
influenza,
música,
natureza,
rei ayanami,
sexo,
vintage
23.6.09
post do triunfalismo nerd
Trabalho em grupo, até o Ensino Médio, significava correr atrás das outras pessoas para fazer a parte delas antes que elas fizessem besteira. Mas com a internet - que me atingiu em sua plenitude lá pelo 2o ano do Ensino Médio - e a faculdade de Produção Editorial comecei a encontrar colaboradores dignos, com ideias ótimas, que complementam as minhas (e vice-versa). Em Produção Editorial, a confiança atingiu níveis tais que cheguei a fazer trabalhos em dupla no esquema "você faz um, eu faço o outro, e no dia da apresentação a gente se encontra antes da aula e se inteira do que a outra preparou". Quando a competência dá as mãos, o mundo é sua caixa de areia - e os incompetentes ainda não perceberam, claro, mas ficará cada vez mais difícil para eles subirem na carreira. Até porque suas velhas armas - puxar o saco, roubar ideias alheias e sabotar quem é melhor - e seus vícios de destrabalho - nivelar por baixo, desistir quando parece difícil - não valem nada num mundo que cobra cada vez mais resultados concretos.
Tenho visto de escritórios de arquitetura a agências de propaganda, e dos grandes, sendo trocados por outros porque não mostraram serviço. Há que mostrar serviço, e serviço consistente.
E tenho dito.
Trabalho em grupo, até o Ensino Médio, significava correr atrás das outras pessoas para fazer a parte delas antes que elas fizessem besteira. Mas com a internet - que me atingiu em sua plenitude lá pelo 2o ano do Ensino Médio - e a faculdade de Produção Editorial comecei a encontrar colaboradores dignos, com ideias ótimas, que complementam as minhas (e vice-versa). Em Produção Editorial, a confiança atingiu níveis tais que cheguei a fazer trabalhos em dupla no esquema "você faz um, eu faço o outro, e no dia da apresentação a gente se encontra antes da aula e se inteira do que a outra preparou". Quando a competência dá as mãos, o mundo é sua caixa de areia - e os incompetentes ainda não perceberam, claro, mas ficará cada vez mais difícil para eles subirem na carreira. Até porque suas velhas armas - puxar o saco, roubar ideias alheias e sabotar quem é melhor - e seus vícios de destrabalho - nivelar por baixo, desistir quando parece difícil - não valem nada num mundo que cobra cada vez mais resultados concretos.
Tenho visto de escritórios de arquitetura a agências de propaganda, e dos grandes, sendo trocados por outros porque não mostraram serviço. Há que mostrar serviço, e serviço consistente.
E tenho dito.
17.6.09
Ôlho
Ontem dei uma portada na minha vizinha. Foi sem querer. Ela veio jogar um lixo fora bem no momento em que eu empurrava a porta do elevador, e não manteve a distância defensiva, por assim dizer. Além disso, a porta é ultrapesada, precisa ser empurrada com força, e tem um minúsculo retângulo para você ver quem vem chegando.
Pedi desculpas, mas não acho que ela tenha aceito. Até porque temos uma história - reclamei de algumas coisas que ela fazia, e ela parou, mas não parece em paz com isso (também).
O que fiquei pensando, na verdade, enquanto eu enfiava a chave na fechadura e ela também, é que ela olhou para dentro da minha casa, provavelmente vendo a decoração meio retrô, o gato, a quantidade excessiva de livros e a Bíblia aberta em frente ao computador ligado. O que ela deve ter pensado? Certamente, não que sou crente, pelas roupas e horários em que saio.
Serial killer foi minha aposta. Figurinha mais crível que escritora.
Ontem dei uma portada na minha vizinha. Foi sem querer. Ela veio jogar um lixo fora bem no momento em que eu empurrava a porta do elevador, e não manteve a distância defensiva, por assim dizer. Além disso, a porta é ultrapesada, precisa ser empurrada com força, e tem um minúsculo retângulo para você ver quem vem chegando.
Pedi desculpas, mas não acho que ela tenha aceito. Até porque temos uma história - reclamei de algumas coisas que ela fazia, e ela parou, mas não parece em paz com isso (também).
O que fiquei pensando, na verdade, enquanto eu enfiava a chave na fechadura e ela também, é que ela olhou para dentro da minha casa, provavelmente vendo a decoração meio retrô, o gato, a quantidade excessiva de livros e a Bíblia aberta em frente ao computador ligado. O que ela deve ter pensado? Certamente, não que sou crente, pelas roupas e horários em que saio.
Serial killer foi minha aposta. Figurinha mais crível que escritora.
Agora que ando jogando jogos de fuga, acordar de certos sonhos ficou bem mais difícil.
Sonhei que estava numa casa desconhecida, onde acessei um vídeo na internet e depois adormeci no quarto ao lado.
O vídeo era um curta japonês maluco, de época, sobre uma filha de nobres decadentes que não queria se casar com o consorte, e foi, claro, uma seção separada do sonho. Lembro que, pelo computador do sonho, mandei o link desse curta-sonho para duas ou três pessoas (é óbvio que agora tenho que checar se elas receberam).
Mas depois que eu adormecia dentro do sonho, no quarto ao lado, eu sonhava que estava numa praia onde pessoas do meu passado que não tinham nada a ver comigo jogavam voleibol. Era um sonho com outro clima, completamente diferente, de amplitude e frescor. Inclusive, quando a brisa marítima me atingiu no rosto, senti um desejo incontornável de entrar na água de roupa - e foi o que eu fiz. Bastou eu entrar, porém, para acontecer o que sempre acontece quando estou na praia em sonhos: o mar começar a engolir a praia e, depois, até a terra. Mas já aprendi a flutuar nessas condições, então simplesmente aproveitei. Quando o mar voltou à calmaria (desistindo, talvez, de me afogar), eu percebi que o sonho tinha acabado e que era hora de sair dali. Me deitei na pele da água e fechei os olhos. Quando abri de novo, estava de volta à cama. Mas não à minha cama. Eu estava de volta ao sonho anterior, tal e qual.
- Funcionou - observei - mas ai. Ainda falta acordar no quarto certo.
Minha mãe interviu, dobrando umas fronhas:
- Essa não é sua casa. Procure a saída.
Então o sonho assumiu uma interface meio Myst. Depois de procurar pelo quarto, desisti e abri a porta. Havia um banheiro em frente e, ao lado, o quarto do computador, com a porta entreaberta. Foi o que eu escolhi.
Nesse quarto, o que logo me chamou a atenção foi o espelho. Como sempre nos meus sonhos, olhar no espelho mais que três segundos exibia uma imagem ligeiramente distorcida, pendendo para o monstruoso. Mas ainda assim, me pareceu uma possível saída.
Como cada sonho tem regras diferentes, decidi testar minhas suspeitas: avancei a mão e toquei no espelho. Sim, ele era uma membrana permeável, e dava para o lado real. Minha mão tinha acordado quando ultrapassei o espelho com ela. Então tomei distância, a maior possível no pequeno quarto, e pulei contra o espelho. Fiquei entalada na metade, então resolvi fechar os olhos e esperar. Só aí eu acordei no meu verdadeiro quarto.
Sonhei que estava numa casa desconhecida, onde acessei um vídeo na internet e depois adormeci no quarto ao lado.
O vídeo era um curta japonês maluco, de época, sobre uma filha de nobres decadentes que não queria se casar com o consorte, e foi, claro, uma seção separada do sonho. Lembro que, pelo computador do sonho, mandei o link desse curta-sonho para duas ou três pessoas (é óbvio que agora tenho que checar se elas receberam).
Mas depois que eu adormecia dentro do sonho, no quarto ao lado, eu sonhava que estava numa praia onde pessoas do meu passado que não tinham nada a ver comigo jogavam voleibol. Era um sonho com outro clima, completamente diferente, de amplitude e frescor. Inclusive, quando a brisa marítima me atingiu no rosto, senti um desejo incontornável de entrar na água de roupa - e foi o que eu fiz. Bastou eu entrar, porém, para acontecer o que sempre acontece quando estou na praia em sonhos: o mar começar a engolir a praia e, depois, até a terra. Mas já aprendi a flutuar nessas condições, então simplesmente aproveitei. Quando o mar voltou à calmaria (desistindo, talvez, de me afogar), eu percebi que o sonho tinha acabado e que era hora de sair dali. Me deitei na pele da água e fechei os olhos. Quando abri de novo, estava de volta à cama. Mas não à minha cama. Eu estava de volta ao sonho anterior, tal e qual.
- Funcionou - observei - mas ai. Ainda falta acordar no quarto certo.
Minha mãe interviu, dobrando umas fronhas:
- Essa não é sua casa. Procure a saída.
Então o sonho assumiu uma interface meio Myst. Depois de procurar pelo quarto, desisti e abri a porta. Havia um banheiro em frente e, ao lado, o quarto do computador, com a porta entreaberta. Foi o que eu escolhi.
Nesse quarto, o que logo me chamou a atenção foi o espelho. Como sempre nos meus sonhos, olhar no espelho mais que três segundos exibia uma imagem ligeiramente distorcida, pendendo para o monstruoso. Mas ainda assim, me pareceu uma possível saída.
Como cada sonho tem regras diferentes, decidi testar minhas suspeitas: avancei a mão e toquei no espelho. Sim, ele era uma membrana permeável, e dava para o lado real. Minha mão tinha acordado quando ultrapassei o espelho com ela. Então tomei distância, a maior possível no pequeno quarto, e pulei contra o espelho. Fiquei entalada na metade, então resolvi fechar os olhos e esperar. Só aí eu acordei no meu verdadeiro quarto.
14.6.09
it's ALIVE
Achei o primeiro blog que tive na vida, em 2001: http://desembucha.brinkster.net/exibir-blog.asp?blog=simonecampos
Eu era muito empolgada.
Tem o esboço de A feia noite (sim, já em 2001).
E o servidor que o abrigava subiu no telhado pouco depois do 11 de setembro. Achei que nunca mais veria os meus posts.
Depois vou incorporar os posts dele a este blog, nas devidas datas.
E, nossa, quero ver dizerem que "surgi dos blogs" agora.
Achei o primeiro blog que tive na vida, em 2001: http://desembucha.brinkster.net/exibir-blog.asp?blog=simonecampos
Eu era muito empolgada.
Tem o esboço de A feia noite (sim, já em 2001).
E o servidor que o abrigava subiu no telhado pouco depois do 11 de setembro. Achei que nunca mais veria os meus posts.
Depois vou incorporar os posts dele a este blog, nas devidas datas.
E, nossa, quero ver dizerem que "surgi dos blogs" agora.
11.6.09
6.6.09
descompressão
Sei que devia compartimentalizar mais a minha vida - tipo, não misturar assuntos pessoais e profissionais no blog; não postar pares de coisas díspares, como pole dancing X ponto cruz, ou pró-choque de ordem X clubbing, ou nerdice X fashionismo - mas não tenho muita paciência para manter abertos vários estabelecimentos virtuais diferentes. Resultado é que a maior parte das pessoas gosta muito de uma das pontas da minha vida mas não tolera o todo.
Às vezes penso que sou um personagem inverossímil. Ou que estou fazendo o que tanto desdenho, usar "metamorfose ambulante" como desculpa para falta de coerência. Mas sou coerente com minha complexidade: gosto de manter minhas opções abertas. Realmente gosto de robôs gigantes, ponto cruz, vintage, fofice (kawaii), tradução, literatura, cinema, anime, gatos, videogames, quadrinhos, divulgação científica, dança do ventre, coisas toscas, animação, sexo, música eletrônica, livros (com fetiche), ópera, fotografia, política, ficção-científica, design e não designers, Tijuca e não Ipanema, países insulares e tantas outras coisas. Que fazer?
(Decidi usar negrito, mas não vou abusar.)
Sei que devia compartimentalizar mais a minha vida - tipo, não misturar assuntos pessoais e profissionais no blog; não postar pares de coisas díspares, como pole dancing X ponto cruz, ou pró-choque de ordem X clubbing, ou nerdice X fashionismo - mas não tenho muita paciência para manter abertos vários estabelecimentos virtuais diferentes. Resultado é que a maior parte das pessoas gosta muito de uma das pontas da minha vida mas não tolera o todo.
Às vezes penso que sou um personagem inverossímil. Ou que estou fazendo o que tanto desdenho, usar "metamorfose ambulante" como desculpa para falta de coerência. Mas sou coerente com minha complexidade: gosto de manter minhas opções abertas. Realmente gosto de robôs gigantes, ponto cruz, vintage, fofice (kawaii), tradução, literatura, cinema, anime, gatos, videogames, quadrinhos, divulgação científica, dança do ventre, coisas toscas, animação, sexo, música eletrônica, livros (com fetiche), ópera, fotografia, política, ficção-científica, design e não designers, Tijuca e não Ipanema, países insulares e tantas outras coisas. Que fazer?
(Decidi usar negrito, mas não vou abusar.)
Lista de gente que fez bem ao Brasil e o Brasil tratou mal
- Monteiro Lobato
- Mauá
- D. Pedro II
- Fernando Sabino
- Wilson Simonal
Tem umas pessoas que eu particularmente questiono se fizeram bem mesmo, então não entraram na lista. Ou então, eu posso simplesmente ter esquecido. Mais algum? Mande-me um e-mail.
- Monteiro Lobato
- Mauá
- D. Pedro II
- Fernando Sabino
- Wilson Simonal
Tem umas pessoas que eu particularmente questiono se fizeram bem mesmo, então não entraram na lista. Ou então, eu posso simplesmente ter esquecido. Mais algum? Mande-me um e-mail.
Top 10 países preferidos
1-Escócia (e Inglaterra, e o resto do Reino Unido)
2-Japão
3-Rússia
4-Polônia (e Ucrânia, e o resto das ex-repúblicas soviéticas)
5-Brasil
6-Portugal
7-Chile
8-Espanha
9-Canadá
10-França
- Se não fosse o meu gosto moderado por tosquice, essa lista poderia ser muito diferente.
- Na lista tem países que eu não conheço, e nem todos os que conheço entraram na lista.
1-Escócia (e Inglaterra, e o resto do Reino Unido)
2-Japão
3-Rússia
4-Polônia (e Ucrânia, e o resto das ex-repúblicas soviéticas)
5-Brasil
6-Portugal
7-Chile
8-Espanha
9-Canadá
10-França
- Se não fosse o meu gosto moderado por tosquice, essa lista poderia ser muito diferente.
- Na lista tem países que eu não conheço, e nem todos os que conheço entraram na lista.
Assinar:
Postagens (Atom)