26.12.06

"Penados y rebeldes" é o romance multilíngüe que estou escrevendo online. Check it out.
Exploração espacial não é o máximo. Não quando você está trabalhando para uma corporação gigantesca. Isabel Vinola, Delphina Dainesi e Michæl Nygäard, membros de um dos "teams" de colonização além-lua, são cooptados pelo profeta Jack Jesus para ajudarem em sua missão de disseminar uma tecnologia que pode virar a sociedade de cabeça para baixo.
Nesse universo, japonês e espanhol se infiltraram como línguas principais, logo ao lado do inglês; os corpos podem ser mais que perfeitos, desde que você tenha divisa (dinheiro); e tecnologias corrompem a integridade física e mental das consciências que as tocam.
"Penados y rebeldes" é uma obra licenciada pela Creative Commons. Trocando em miúdos, você pode criar sua própria história com elementos desse universo desde que sem fins lucrativos e me dando o crédito. Se quiser, pode me avisar que coloco o link lá.
Ah, minha sugestão para o oitavo Tomb Raider: Lara em uma bicicleta!
Pronto. Deixei minha página pessoal menos confusa. Agora só tem coisas estritamente ligadas à minha carreira de escritora. As bobagens continuarão com sua programação normal aqui neste blog, que é lugar delas.

25.12.06

role model

Acabei hoje o novo Tomb Raider (codinome "Legend"), o sétimo. Disseram que não foi o desastre que foi o sexto, então fui lá conferir. Os designers amorenaram Lara outra vez e deram a ela um monte de gadgets, a la James Bond - e isso está bem descarado na seqüência de abertura, totalmente decalcada da franquia que mais merece to be put out of its misery no momento. O que mais gostei foi o arpéu (grapple) magnético, basicamente um cabo com ímã que ela pode grudar em objetos metálicos para subir ou usar como cipó e atravessar para o outro lado.
O melhor nível é o do Japão; tirante o clichezão dos "chefes da Yakuza" (só não é pior que o da "ex-base soviética caindo aos pedaços" no Cazaquistão), tem um monte de referências e anedotas sobre a cultura japonesa, como a paixão pela tecnologia de ponta, as acompanhantes sorridentes etc etc.
Tem referências aos primeiros jogos, como a volta ao mosteiro dos monges silenciosos que olhavam para a bunda da Lara (eles não estão mais lá, parece que foram comidos por tigres brancos). Ainda é meu nível preferido dentre todos os sete jogos. Eram monges pacíficos; mas se você sacasse a arma, eles paravam e ficavam olhando fixamente para você; se você atirasse num deles, mesmo que sem querer ou de raspão, vinham todos para cima de você com estacas (iááá, iááá) e te matavam em cinco segundos.
Mas isso não vem ao caso. Interessa que o jogo ficou bom. A trilha sonora ficou boa. Os controles estão mais fluidos. Kurt não está lá. E ouviram minha sugestão sobre a Excalibur e o rei Arthur, aparentemente.

Quando jogo Tomb Raider, começo a querer dar triplos mortais também. Não dá. Faço só o que posso: malho pra ter o corpo da Lara (eu tinha, na época do primeiro jogo, mas é mais difícil sem se ser digital), visito freqüentemente a piscina, viro estrelas na grama.
Hoje fiz uma descoberta. Ragtime se parece com minimal. Bem que podiam pegar Maple leaf rag, por exemplo, e trocar a parte da mão esquerda por uma batida minimal (tic tac tic tac) criativa, um snarezinho etc. Se eu soubessa fazer isso, oh deus.

22.12.06

Borges' pet

Eu li Borges ("Ficções") com 16 anos. Estou guardando dinheiro pra comprar o "Borges completo" e aí sim ler o resto. Mas tenho medo. Veja porquê:

"Duas pessoas buscam um lápis; a primeira o encontra e não diz nada; a segunda encontra um segundo lápis não menos real, contudo, mais ajustado a sua expectativa. Esses objetos secundários se chamam hrönir e são, ainda que de forma desairada, mais compridos."

Li isso citado no blog de uma amiga.
Eu estou agora trabalhando num estágio bacana. Meu trabalho é ir para a Biblioteca Nacional, seção de Periódicos, e pesquisar entrevistas com personalidades. Eu fico lá rodando a manivela dos microfilmes com tanta destreza que o cara da mesa ao lado invariavelmente me olha com pensamentos sujos. E eu penso: "estou punhetando Borges, não você". Todo dia me lembro de Borges por lá, de uma forma ou de outra. Boa parte das pessoas que trabalha e freqüenta lá é bizarra, especialmente o velhinho da cafeteria. Até comecei um conto sobre isso (chamado "Este é autobiográfico"), mesmo achando que não vai pra frente.
Eu levo o material da editora para lá. Inclusive o lápis da editora, que tem um carimbinho na ponta marcando a propriedade. Faz uma semana, eu percebi que não tinha levado o lápis de volta para a editora no dia anterior, como sempre faço. Fui para a Biblioteca normalmente e indaguei do lápis: ninguém tinha deixado o dito-cujo no balcão da seção de Periódicos. Mas eu sabia onde tinha esquecido: na máquina de microfilme que tinha usado no dia anterior. Só podia ser. Vasculhei o chão, perto dali, tudo. Até que me lembrei de olhar embaixo da máquina de microfilme. E lá estava um lápis. Mas não era o meu. Era ligeiramente mais comprido e tinha sido apontado com estilete, sem sinal de carimbinho nenhum. Levei a "réplica" pro balcão e ninguém a reclamou; ficou pra mim.
Detalhe: em dezembro, a Biblioteca Nacional fica deserta. Todos já entregaram seus trabalhos e estão na praia. E a máquina de microfilme em que trabalhei era de um tipo pouco usado, e fica completamente isolada das outras.

É o mesmo medo que tenho de ler Philip K. Dick: a literatura desses dois tem a propriedade de se entranhar de um modo tão bizarro na minha vida que eu viro uma personagem deles - e personagem sofre.
Minha dislexia começa a se agravar e leio palavras inexistentes; eu pego detalhes que ninguém mais pega e fico com eles na mão, sem saber o que fazer; é como um sonho de terror absurdo.

PS: Me veio a idéia criminosa de vender meu hrönir legítimo no Ebay.

16.12.06

Fui em outro evento de anime, e antes que fique unmistakeably velha, estou aproveitando para fazer um monte de bobagens. Aprendi uma coreografia de para para, abracei alguém que estava oferecendo free hugs, participei de qual-é-a-música de animes e nisso faturei um prêmio. Bobagens. Tudo muito divertido. Outra coisa: comprei um guizo.

13.12.06

cubo mágico

Meus diretores-roteiristas preferidos são o Richard Kelly e o Darren Aronofsky. Eles não têm tanto a ver um com o outro, mas andam com manias paralelas. Primeiro resolveram cada qual dirigir sua ficção científica (Southland tales e The fountain, respectivamente); agora que estão prontos os filmes, comparam a estrutura das histórias com um cubo mágico ("Rubik's cube").

Provas:
Kelly's cube
Aronofsky's cube

(O nome do Rubik's cube em português, aliás, é sem-noção: devia se chamar cubo científico, ou cubo matemático, sei lá. Se bem que não ia vender nada.)

Darren agora está tratando da adaptação de Lone Wolf and Cub, um mangá fofo e violento sobre as aventuras de um samurai e seu menino pequeno. Eu também sou viciada em filmes japoneses/asiáticos em geral (chineses são os mexicanos da Ásia: só fazem coisa trash. Mas gosto). Engraçado como associo coisas aparentemente díspares e elas por si só acabam se aglutinando. Cubo mágico.

P.S.: Outro que está no meu pódio é Charles Kaufman, roteirista de Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Agora inventou de ser diretor também. Vamos ver no que dá.

12.12.06

Lembram deste sonho?
Entendi mais uma coisa sobre ele. Era uma partida de xadrez. O homem que se encantava comigo era um bispo, eu era a rainha negra e o resto eram peões.

11.12.06

Sabiam que o "score" de The Fountain foi feito não só pelo Clint Mansell de sempre como também recebeu uma mão do Mogwai? Isso explica os tinidos em Tree of life e o andamento de Death is the road to awe, sendo que esta chega a lembrar os colegas do GYBE! (Godspeed you black emperor!). Pós-rock puro - ou ligeiramente mesclado à música erudita, tanto faz, ficou ótimo.


PS: os Naipes à vossa esquerda classificam os posts do blog. Finalmente terminei de classificá-los, eram mil e tantos. Clique em um para ler todo o conteúdo ligado ao assunto.
Elegant waste era o nome do livro de que Katchoo gostava em Estranhos no Paraíso (que hoje acho muito emo, mas tem seus méritos). E é o nome desta lista de músicas para o iPod, que começou apenas com Deer stop e Moonlight serenade e agora está graaande.

1. Goldfrapp - Deer Stop
2. Lali Puna - Together In Electric Dreams
3. Radiohead - The Tourist
4. Clint Mansell - xibalba
5. Glenn Miller - Moonlight Serenade
6. Vive la Fête - Joyeux
7. Boards of Canada - Seeya Later
8. micatone - quiet boy
9. Ladytron - Destroy Everything You Touch (Hot Chip Remix)
10. Thom Yorke - Black Swan
11. chopin - Prelude in E Minor, Op. 28, No. 4
12. Hot Chip - Crap Kraft Dinner
13. orbital - halcyon (prodigy remix)
14. steve bug - november girl
15. Boards of Canada - Melissa Juice
16. Boards Of Canada - Everything you do is a baloon
17. Boards Of Canada - Turquoise Hexagon Sun
18. João Donato - O amor em paz
19. Boards of Canada - Tears From The Compound Eye
20. Hot Chip - Shining Escalade
21. Linda Perhacs - If You Were My Man Studio
22. Herbie Hancock - Jane's Theme
23. Micatone - Sit Beside Me (Club Mix)
24. Miranda Sex Garden - Caravan
25. Sao Paris - notebook of dreams
26. Morphine - Whisper
27. Boards of Canada - Olson
28. Massive Attack - Special Cases
29. Vector Lovers - Tokyo Glitterati (Extended)
30. Mum - We Have a Map of the Plane
31. Susheela Raman - Meanwhile
32. Françoise Hardy - le premier bonheur du jour
33. Boards Of Canada - Carcan
34. Tricky - Ponderosa (Original 7 Edit)
35. Deftones - Lucky You

6.12.06

velhos ingênuos falam...

fita (= filme)
garotada (= jovens)
desaparecimento (= morte)
chico (= menstruação)
numa nice
gozado (= engraçado)
provocação (= performance chata)
perro (= teimoso)
chato de galochas

5.12.06

Mais resenha do A feia noite, dessa vez do Leia Livro. Só não entendi porque a noite em que eles vagam é "santista". Só estive em Santos uma vez, e era de tarde...