29.3.07

O que me deixa puta da vida é mania de brasileiro ser moralista com os outros quando se está certo (e quando se está no horário de almoço) e todo o resto do tempo agir segundo a Lei de Gérson (a de "levar vantagem em tudo", para quem não é daqui). Ou seja: linchar assaltante na rua todo mundo quer, mas guardar papel de caramelo no bolso nem pensar, o chão taí pra isso.
Todos se comportando direito o tempo todo, com justiça social e paz entre os homens seria apenas uma outra espécie de inferno. Talvez por isso os países nórdicos de IDH alto tenham tantos suicídios. A Inglaterra resolveu isso inventando os punks, que ainda por cima aqueceram a indústria de moda e fonográfica. (A Inglaterra é o meu país preferido.)
Mas o brasileiro se comporta - e é aí que a porca torce o rabo - como se fôssemos o povo mais honrado do mundo quando a própria realidade documenta o oposto. Isso sim dá muita vergonha - pela negação infantil, óbvia, e inútil; e pela covardia em assumir o que se é ou então mudar.

Aliás, eu vi O cheiro do ralo. E gostei. Não é o filme da minha vida, mas não é o desastre que Nina (do mesmo diretor, Heitor Dhalia) foi. Ele está acertando a mão.

27.3.07

Dois livros de que quero falar há tempos

* Dei o Mãos de cavalo do Daniel Galera para minha meia-irmã de 13 anos ler. O motivo é simples. Ela, minha outra meia-irmã e minha madrasta vieram do Sul, então enquanto eu lia o livro eu as conhecia melhor. Elas estavam lá, all over. Tem algo de muito sulista ali, não sei se é um lance de subúrbio familiar protegido, mas com a malícia rondando, talvez escondida em algumas das crianças mais precoces.
* Foi preciso ler outro poeta para ver como Bruna Beber era boa. Nesses últimos 12 meses, atipicamente, li três livros de poesia. Um deles era do Blake, então é justo dizer que o A fila sem fim dos demônios descontentes ficou em segundo - na fila. Os poemas da Bruna Beber descem fácil, mas não tanto que você nem sinta o gosto. É que nem tomar sorvete em dia de mormaço: você saboreia.

26.3.07

Finalmente leio uma resenha de alguém que francamente entendeu o livro A feia noite. Esse alguém é Mariana Mourente, que inclusive fez um trabalho acadêmico sobre um conto meu, Bondade. Aliás, é ótimo ver alguém de Letras que não faz trabalhos (só) sobre cadáveres ou medalhões.
não bota a mãe no meio

Só pra esclarecer: ao contrário do que saiu na Folha de São Paulode hoje, minha mãe não viu um anúncio pedindo novos autores na época do No shopping. Eu vi uma matéria sobre uma editora pedindo novos autores. Minha mãe fez, isso sim, boa parte do contato com a editora e assinou o contrato, que eu era dimenor.
Sei que os repórteres têm que resumir as coisas, só que, do meu lado, esclarecer é necessário, pois quem conta um conto aumenta um ponto e chega gente dizendo coisas completamente disparatadas. Já andaram dizendo por aí que eu sou ingrata aos blogs que me projetaram (os blogs estavam sendo inventados em 1999-2000, quando escrevi meu primeiro livro) e que sou autobiográfica (pop, sim, às vezes, mas detesto autobiografismo exibicionista), entre outras sandices.

25.3.07

comunicando por nocaute

Hoje rolou aquele momento mesa com amigos que já tinha rolado com No shopping. Dessa vez, pasme, as pessoas compraram e leram. Confessaram ter entendido, respectivamente, "70% ou 80%", "60%" e "50%". Eu fiquei feliz: eu consegui me comunicar pelo menos um pouco sem fazer concessões.
O meu livro novo também não faz concessões. Mas os contos que vão saindo do forno estão ficando excepcionalmente "limpos" e comunicando que é uma beleza. Você entende tudo o que se passa. Eu pulei do Barroco-Rococó direto pro Clean-Neoclássico. Meu Deus, justo eu que tinha tanto grilo com não conseguir escrever conto, será que vou acabar me saindo melhor nisso? Só o tempo dirá...
Acabo de perceber que, se pudesse, escreveria toda a adaptação do "A feia noite" para cinema com músicas do Daft Punk (um filme desses já existe, e é o Interstella 5555). Mas não, quero mesmo que esse filme saia. Ou melhor: sei o que tenho que fazer para fazer com que ele tenha chance de sair nesse país. Algumas concessões. Tudo bem. Ponho um pouco de música brasileira. Mas tem um Daft Punk lá que não pode sair.
Top 11 shows que eu vi na vida

1 – Daft Punk
2 – Leftfield / Orbital
3 - Prodigy
4 – Ladytron
5 – Chemical Brothers
6 – Kraftwerk
7 – Bia Grabois/Rogério Skylab (dois shows em seguida)
8 - Massive Attack
9 – Fatboy Slim

Top descuidado quase-100 filmes

A última vida no universo
Blade runner
A viagem de morvern callar
Extermínio (28 days later)
O profissional
Matrix
Pi
Clube da luta
May
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Beleza americana
Avalon
Fonte da vida
Em alto astral
Fucking amal
O silêncio dos inocentes
A fantástica fábrica de chocolate (com depp)
Ruang talok 69
Onibaba
Utena
Men in black
Batalha real
X-men (trilogia)
Shaolin soccer
Corra lola corra
Trainspotting
Interstella 5555
A deusa de 1967
Os excêntricos tenembaums
Sin city
Meu namorado pumpkin
My first mister
Metropolis (original)
Requiém para um sonho
A bela e a fera (disney)
Suicide club
O show de truman
Bend it like beckham
Metropolis (anime)
Último tango em paris
Os aventureiros do bairro proibido
Lost and delirious
Waking life
Adorável rita
Redentor
A viagem de chihiro
Donnie darko
Chasing amy
Cidade dos sonhos
Psicopata americano
Jalla, jalla
Ghost world
Container
Kill bill 1 e 2
O invasor
O amante
Meninas malvadas
Casshern
O sobrevivente (survivor)
O gosto do chá
O lenhador
Hard candy
Laranja mecânica
Heathers
Os 27 beijos perdidos
The gift
My summer of love
O pântano
Miranda
Amélie poulain
O oposto do sexo
Oldboy
Dançando no escuro
Grandes esperanças
Terra em transe
Encontros e desencontros
Baise-moi
Apocalypse now redux
Almas gêmeas
A fantástica fábrica de chocolate (sem depp)
Alphaville
Tiros em columbine
Dogville
A vida sonhada dos anjos
Pleasantville (uma vida em preto e branco)
Meninas superpoderosas - o filme
Esqueceram de mim
Risco duplo
Memento

Desta lista se tira: que não gosto muito do cinema francês, no fundo; que gosto de violência; que também gosto de filme sensível; que gosto de cinema oriental; que filmes politicamente conscientes não me despertam prolongado interesse, ao contrário dos de sessão da tarde; que não tenho nada contra blockbusters nem contra cinema independente; e ,principalmente, que gosto de filmes bizarros.
Esta lista foi feita nas coxas. Monty Python não está nela, por exemplo. Mas vou deixar assim senão ela nunca vai ver a luz do dia.

21.3.07

Dinheiro do contribuinte... dinheiro do contribuinte. Ele paga uma faculdade pública sem papel higiênico e com professores picaretas (como a minha). Ele paga as mordomias, extras, jetons, aposentadorias da corte de Luís XV, ops, da Câmara, do Senado, do Judiciário... Paga os filmes de Cacá Diegues e Hector Babenco... Então acho certo dar apoio cultural a escritores e publicações sim. Especialmente os que têm qualidades como 90% da lista da Amores Expressos.
E vocês pensam que tenho inveja? Ela morreu no berço quando li no TodoProsa que você é seguido e filmado. O meu ia parecer um filme de terror: eu correndo da câmera, tropeçando pela rua e dando gritos de pavor.

18.3.07

O ocidente é um acidente

Estou delirante com a sensação de estar terminando um conto perfeito. Não é brincadeira: nenhum conto até agora me deu esta sensação de completude e honestidade. Eu já me afastei por mais de um mês dele, esqueci como era, voltei para melhorar, e está bom, muito bom. Está com uma cara meio Salinger, mas principalmente com a minha. Deve ser o carro-chefe (é um conto mandão) do meu próximo livro, só de contos e um poema narrativo histórico, estilo Romanceiro da Inconfidência (brincadeirinha. Puética é com a Bruna Beber).
Este é o Conto japonês. Se a Ana Paula estiver certa, tenho um fluxo de pensamento oriental (um dos maiores elogios que alguém já me fez) e - acréscimo meu - isso me faz tão original quanto incompreendida, no Ocidente pelo menos.
Tem outro que parece Rabelais com Borges - o Conto africano. Este não tem nada a ver com perfeição. Simplesmente não é um conceito para ele. Este tem que ser intestinal - embora para obter este resultado eu não escreva com as entranhas (tira do Allan Sieber), e sim digite como uma pessoa civilizada.

13.3.07

Um cara horroroso e meio careca, de seus 30 anos, segue uma menina de 14 anos que sai da igreja e diz que quer namorar com ela.
- Mas eu tenho 14 anos.
- Não faz mal, eu gosto de menina nova.
- Mas eu não gosto de homem mais velho.
- Mas eu gosto de menina nova, dá licença? (pausa) Eu sou trabalhador. Trouxe aqui o certificado de conclusão do curso de garçom pra te mostrar...

Este diálogo surreal, porém real, é apenas uma das muitas histórias constrangedoras que tenho colecionado desde que tenho 12 anos. Mas tenho que dizer que a quantidade de constrangimento concentrada no vagão das mulheres do metrô é muito maior.
Eu achei completamente desnecessário e não queria andar nele. Até o dia em que li no jornal a seguinte opinião de um trabalhador sobre o vagão feminino:
- Acho ótimo! Assim, a mulher que não quer ser molestada pode ir para lá, e a mulher que quer ser molestada fica nos outros vagões.
Desnecessário dizer que passei a usar o vagão das mulheres no horário do rush. Só que percebi que, se no início eram poucos os infratores, agora tem muito homem que entra no vagão feminino expressamente para "apreciar a vista". Ou seja, voyeurs do inferno que preferem mais mulheres por metro quadrado - não importando que estas tenham tido o trabalho de mudar de vagão exatamente para evitar esse tipo de secada. E ficam cutucando o meio das calças "mui discretamente" enquanto decidem qual fêmea merecerá suas atenções, gênero sultão em harém, ou secando (sentados) quase com a língua de fora os glúteos das mocinhas (de pé). Em suma, uns cavalheiros.
Eis o problema: como a tal lei não prevê punição, o que mais se vê são ávidas caras de tarados se dirigindo para a faixa cor-de-rosa que reserva a área do vagão feminino. E se você delicadamente os adverte, eles respondem: sim, e daí? Vai fazer o quê?
Isso me faz querer voltar a pegar um dos outros vagões, mas, francamente, não sei se vai dar certo. É impossível dizer não a esses indivíduos! Quem sabe confeccionar um cartaz de mulher-sanduíche (não há nisso qualquer sugestão sexual, vamos deixar bem claro) dizendo: eu estou no vagão misto e não quero ser bolinada; e para quando quisesse andar no vagão feminino, quem pisar no vagão é mulherzinha.

PS: Sério, estou muito cansada de tentar pôr ordem na casa. Parece que estou tentando o tempo todo ser all self-righteous e tenho prazer nisso? Não tenho, não. Estou com muita vontade de me evadir para um lugar onde as coisas simplesmente funcionem. E juro que não vou abraçar causas ainda mais xiitas como o vegetarianismo ativista quando e se chegar lá. Lá, reclamarei das mesmas coisas daqui (corrupção, machismo, burrice), caso apareçam, nestes termos: não comecem com isso, senão vão ficar igual ao Brasil! Ó que feio!

10.3.07

tão frívola quanto Einstein

Querem uma risada? O Globo de hoje, Segundo Caderno, página 3.
Foto mais normal no Jornal do Brasil de ontem, Caderno B.

3.3.07

Versão hetero-nerd do teste de grudância

Inspirado no teste de breguice que minha amiga Carmen Sandiego (vulgo J.) postou no Abacaxi com Tofu.

1. Vocês já se deram presentes nerds mutuamente (vale DVD, CD, livro, action figure, acessório tecnológico) e acertaram na mosca? Um ponto.
- Bônus de 3 pontos se foi fora de data comemorativa.

2. Vocês gostam dos mesmos seriados de TV e já dividiram entre si quais boxes de DVD cada um é responsável por comprar, para depois assistirem juntos? O mesmo vale para livros, filmes, HQs etc. Mais um ponto.
- Se também detestam os mesmos seriados, livros, HQs etc., some mais 3 pontos.

3. Os amigos dele já lhes definiram como "vocês se merecem", "farinha do mesmo saco" ou "cês têm tudo a ver" (homem é tão sutil...)? Mais um ponto.
- Foi depois de uma cena irritantemente melosa ou de entrosamento miraculoso em público? Some mais 3 pontos.

4. Aliás, se ele já perguntou o caminho por você ou se você já deixou de perguntar o caminho por ele, some mais dois pontos.

5. Vocês já se flagraram envolvidos com passatempos, hábitos e interesses piegas em que nunca estiveram envolvidos antes? Por exemplo, fotografar pôr-do-sol, mandar cartão do Garfield, falar óóó quando vê um bebê fazer algo fofinho? Mais um ponto.
- Se passaram a usar as palavras "fofo", "fofinho" e "kawaii" para se referir de forma positiva às coisas, some 3 pontos.
- Se o uso de "fofo", "fofinho" e "kawaii" acontece quase toda vez que se encontram, some 5 pontos.

6. Algum de vocês começou a apreciar alguma "comida romântica" (algodão-doce, milk-shake com dois canudinhos, bombons, maçã-do-amor, pipoca, champanhe) que antes detestava? Mais dois pontos.
- Se vocês deram pedacinhos na boca um do outro (ou cruzaram as taças ou partilharam o canudinho), some mais 5 pontos.

7. Vocês falam "momô", "axim", "gotoso" e muitas outras palavras em baby-talk, tatibitati, miguxês, l33t5p34|< ou outro idioma apócrifo? Mais dois pontos.
- Se vocês fazem isso em conversas por escrito (mensageiro instantâneo, email, mensagem de texto no celular, bate-papo durante o deathmatch...), some mais 5 pontos.

8. Vocês desenvolveram algum apelido inexplicável pelo qual sempre se chamam um ao outro? (Por exemplo, minha tia e meu tio se chamam de "bebei".) 5 pontos.
- Se vocês se chamam pelos seus apelidos na frente de outras pessoas, some mais 10 pontos.

9. Cantaram karaokê juntos ou um pro outro? Mais 3 pontos.
- Foi com uma música de anime? Mais 5 pontos.

Resultado:

Mais de 30 pontos: Parabéns! Vocês são quase o Venom! Tomem cuidado para não começarem a só usar a primeira do plural: 'Nós amamothhh tethhhtesssss!!!', 'nós vamos comer vothhhê à Osvaldo Aranha, Petey!!!

Mais de 20 pontos: Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Vocês estão a caminho de uma casa de três quartos: um para o guri vestido de Batman no carnaval, outro para os action-figures, DVDs e gibis, e outro para vocês (e pros bagulhos que não cabem no outro quarto).

Mais de 10 pontos: Procurem o Professor X: vocês são jovens promissores, mas ainda têm muito o que aprender no quesito grudância. Ah, e não se mirem na garota com a mecha branca.

Entre 5 e 10 pontos: Você tem lido quadrinho europeu demais. Renda-se à pieguice de uma vez.

De 5 para baixo: Você está namorando o quarterback / a cheerleader, não é? Você sabe que isso não vai dar certo...

2.3.07

O que vai ser, senhora?

Acho que está chegando a hora de fazer as malas e se mudar daqui. Provavelmente às pressas no meio da madrugada. Só falta escolher a catástrofe:
a) maremoto - aquecimento global e bueiros entupidos por papel de bala: não é uma boa combinação.
b) convulsão social - os traficantes não conseguem pagar as extorsões, que estão pela hora da morte, e fazem alguma cagada realmente muito grande.
c) anarquia não-solicitada - os Três Poderes de nossa gloriosa nação se estapeiam para ver quem consegue se conceder o maior aumento enquanto o país vai pro inferno.
Mas é claro que não são estes os únicos meios da metrópole virar escombro. Vamos ser mais criativos do que isso - afinal, somos brasileiros. Quem sabe não sobrevém uma hecatombe ainda mais inesperada, como uma epidemia de câncer de pele, uma forma de dengue mutante que transforma todos em zumbis ou uma radiação alienígena que frita os cérebros de todos os que estiverem assistindo à final do Big Brother Brasil? E que tal tudo isso durante o Pan? Que delícia!

1.3.07

Tem um cartaz de um cursinho de computadores e inglês perto do metrô que é emblemático. É um cara de abrigo puído e aparelho nos dentes levantando um indeciso punho no ar. A legenda é algo como "venha vencer com a gente". A frase veio pronta - em inglês, mas pronta:
"A loser with his fist up in the air is still a loser".

O consultor entrou. Suas roupas eram cuidadosamente limpas e dava para ver sua manicure recente. Ele ofereceu uma mão molenga, que apertei vigorosamente, o que o assustou. Então ele começou a falar. Sua fala transitava assustadoramente entre humildade jeca e arrogância marqueteira. Enquanto ele falava disfarçando algum sotaque e procurando fabricar uma voz macia, eu não conseguia parar de olhar para os dentes desencontrados que espiavam para fora dos lábios. Era evidente que a empresa não conseguiu ninguém mais qualificado para trabalhar pelo salário medíocre que certamente ofereciam, e havia muitos postos desse nível por preencher, então...
Depois disso eu não consegui olhar muito mais para ele; era muito triste. Era um retrato do Brasil. Sei que todo mundo acha que nordestinos retirantes e meninos de rua são a imagem do país, mas digo que não. Pedintes nem me comovem: ficaram espertinhos, autoconscientes, sabendo-se foco da mídia, como celebridades depois de um escândalo que as envolva. Mas este homem era um pobre fodido com uma camada de verniz tentando "projetar uma imagem de sucesso" para que a empresa lhe pagasse um salário um pouco menos chulé. Como um país que é pobre e fodido tentando passar uma imagem de "em desenvolvimento, não me chamem mais de terceiro mundo". Só a imagem: cresce 2,9% ao ano, tem chacina todo dia e diz que tá tudo bem.
Detalhe: o cara em questão percebeu que eu tinha atentado para os detalhes, que tinha ficado consternada com aquilo, e isso o deixou profundamente sem jeito. Já disse, não pude evitar: e o texto nascia em minha cabeça. O problema é que, ao contrário dele, o país parece acreditar na própria mentira.