Livros
Botei só nacionais. A propósito, lancei meu livro também, o romance A vez de morrer – leitores têm elogiado bastante.
Fiel (Jessé Andarilho) - Primeiro
livro-com-temática-favela que leio que não só é bom, como muito bom. Parece Ender’s Game numa favela carioca
(Antares, em Santa Cruz). Tem uns probleminhas (tipo siglas e uma ou outra
frase fora do lugar), mas, de resto, muito bem montado. Provavelmente o
primeiro livro com "mariolas ex machina".
A
cabeça do santo (Socorro Acioli) – A história do rapaz que vai morar dentro da cabeça de um
santo cujo corpo nunca foi concluído e acaba ouvindo as orações das mulheres da
cidade. Um livro redondo e gostoso de ler, com mistérios que seguram a atenção
do leitor até o fim da história. Tem uns clichês que me incomodaram um pouco
(como o nome da moça Madeinusa vir de "Made in USA"), mas fora isso,
tudo muito bem.
Biofobia (Santiago Nazarian) - O estilo de
Santiago está todo lá, mas mais depurado: as originais associações de ideias,
as alfinetadas na vida real, o gore.
Pense em A morte sem nome com um
protagonista masculino e mais focado, ainda que seja em consumir drogas e
retomar o sucesso da juventude. Tudo no livro é muito convincente, de maneira
mais emocional que racional – as questões existenciais de quem já fez 40 anos,
a forma como a mãe de André se mata e ninguém nem tenta elaborar muito sobre
isso, a rapa que os parentes fazem na casa, e todos os mistérios que surgem
naqueles dois ou três dias em que se passa o livro.
Poética (Ana Cristina Cesar) – Poesia completa. Não gosto muito de poesia, mas quando é
boa assim... especialmente a partir de A
teus pés, a autora arrasa.
Ilha
da decepção (Alice Sant’Anna e Alexandre Sant’Anna) - Não gosto muito de poesia, mas quando é boa assim... e com fotos em P&B
boas assim... Mas é difícil achar o impresso, que teve edição limitada (e incrível); tomem uma versão em vídeo.
Games
Olhando essa lista penso: Adoro gente traumatizada.
Adoro geometria. Mas também gosto de rir.
Todos esses jogos são encontráveis na plataforma Steam.
Todos esses jogos são encontráveis na plataforma Steam.
Antichamber – Um jogo baseado em geometria não euclidiana. Você pode dar a volta numa coluna
e topar com uma sala que não estava lá antes. Não há inimigos, há apenas uma
pistola que suga blocos do ambiente e depois os cospe em lugares convenientes
(e ela vai ficando mais poderosa conforme você avança no jogo). O visual clean é impecável, com destaque para os
pôsteres motivacionais que você encontra pelo caminho.
TheBinding of Isaac Rebirth – jogo difícil e viciante em que
você é um menininho traumatizado cuja arma são as próprias lágrimas. Várias
referências bíblicas e satânicas. Remake do jogo de 2011 que era em Flash e
meio bugado. O remake está poderoso. Mil troféus a serem conquistados, itens ainda
mais inventivos, e nenhum bug até agora. Vale o reinvestimento.
HatofulBoyfriend – Jogo de namoro virtual com humor sombrio. Nele, sua personagem humana pode conquistar
um namorado dentre vários... pombos. Sua personagem é uma
caçadora-coletora e mora em uma caverna; o mundo parece dominado por aves
inteligentes. É um mundo meio Hora
da Aventura (o desenho animado): o apocalipse já aconteceu e tudo parece
bem. No final, você desbloqueia a verdadeira história do que aconteceu – e é um horror.
Pombos são maléficos...
The Cat Lady – Uma moça deprimida se suicida, mas volta dos
mortos com a missão de encontrar e punir cinco psicopatas. Começa sombrio e
desorientador, mas logo vira uma história de primeira. Logo que você volta para
casa, percebe o desafio que é para o deprimido lidar com suas tarefas
cotidianas – estragar o café, queimar a comida e ficar sem luz no apartamento
podem ser verdadeiras tragédias –, mas a investigação logo absorve nossa
heroína, especialmente quando ela arruma uma sidekick que lembra a Lisbeth
Salander (da trilogia escandinava Millenium).
Jazzpunk – Jogo hilário do Adult Swim. Um mundo feito de bonequinhos da Vivo em que você
é um agente secreto recebendo as mais improváveis missões. Excelente trilha
sonora, humor nonsense, referências as mais variadas. Um dos minigames dentro do jogo é “Cake”, multiplayer de
mentirinha em que as armas e itens são todas referências a casamento.