Mil e uma utilidades
Hoje de madrugada, descobri onde mexer no registro pra extirpar aquele site pornô que não saía da página inicial; porque o meu browser não dava mais login e onde baixar a solução, e o mais importante: que posso trocar a merda da NET por Directv. Com isso, vou receber os mesmos canais, com exceção dos Telecines, Multishow e outros que não fazem falta, mas em compensação tem o HBO e o Cinemax. Vou receber também 129 canais em vez de 70. Vou pagar 12 reais a menos. E ainda consegui uma promoção em que vou pagar 50 reais de inscrição em vez de 200.
Ridículo, não?
27.7.03
Quinn the brain and the greenish indians
Nesse episódio, Daria tem sua identidade nerd usurpada por sua irmã, Quinn, quando ela entrega uma redação brilhante. Mas o que é essa "redação brilhante" de Quinn? É um panfletozinho contra a "prisão acadêmica", ou seja, o fato de a escola roubar tempo de suas pequenas futilidades. Fora a linguagem, uma coisa desnecessariamente rebuscada que usava palavras que mal existiam...
Aí me lembrei de uma certa amiga que eu tinha (e se alguém não sabe eu era nerd). Meus sucessos acadêmicos deixavam uma pontinha de inveja nela. Até porque ela não tinha muito. Tá bom, ela era péssima na escola. E repetiu, bum, no segundo ano.
Ela ficou com a minha ex-professora de português e suas pulseiras. Um dia, cansada de tanta redação (haja redação naquele lugar), ela surtou. E veio me contar:
- Eu escrevi muita merda!
E me mostrando o rascunho, e rindo pra caramba, eu vi do que se tratava. Não só ela havia escrito muita merda, como ela achava que ia funcionar, ou seja, que ia tirar uma nota boa. Era um tipo de redação que demandava ufanismo, um tema meio nacionalista, não lembro qual, e ela havia escrito coisas tipo "matas e índios verdejantes", e poucas vírgulas em períodos longos, e pontos de exclamação e parágrafos longos, e clichês, clichês, clichês...
Poderia funcionar com algum desavisado. Mas não achei que a professora fosse um deles. Minha amiga pedia minha opinião e eu não sabia o que dizer.
-É... bom... pode funcionar!
Terminamos o recreio rindo da redação dela. Eu não queria ser escrota, mas estava convencida de que num lugar de "excelência acadêmica" (ou seja, obcecado por vestibular) como aquele, aquela redação não faria sucesso. Então fui chamando a atenção para os pontos que eu tinha notado (por exemplo, que índios não são verdes) e a gente acabou rindo daquilo (como ríamos de muitas coisas, inclusive do meu "mundinho paralelo").
Mas qual não foi a minha surpresa quando a menina me surge, dali a alguns dias, vangloriando-se de uma nota alta. A professora lera para a turma e apontara aquilo como exemplo, brandindo os badulaques. Comecei a me sentir estranha. Não sabia o que dizer, apenas assisti ao show da minha amiga, que agora dizia que eu não sabia o que estava dizendo, afinal a própria professora falara que, e tal, e tal.
Então, me sentindo estranha, estranha porquê? Comecei a apertar pra saber onde doía, como num exame. A hipótese mais óbvia era inveja, mas não era isso, porque eu não estava querendo "escrever como ela", de jeito nenhum. Estava desconfiando da minha capacidade de julgamento? Talvez... mas não, índios não podem ser verdejantes...
Finalmente cheguei ao ponto, que era um pouco complicado. Primeiro, eu estava simplesmente desconfiada da capacidade de julgamento da professora. E depois, o mais terrível... se ela havia julgado minhas redações no ano passado, e eu tirara um monte de boas notas, será que eu escrevia mal e não sabia? Gaaaah!
Depois não sabem porque sou exigente comigo mesma. Eu me tornei.
Nesse episódio, Daria tem sua identidade nerd usurpada por sua irmã, Quinn, quando ela entrega uma redação brilhante. Mas o que é essa "redação brilhante" de Quinn? É um panfletozinho contra a "prisão acadêmica", ou seja, o fato de a escola roubar tempo de suas pequenas futilidades. Fora a linguagem, uma coisa desnecessariamente rebuscada que usava palavras que mal existiam...
Aí me lembrei de uma certa amiga que eu tinha (e se alguém não sabe eu era nerd). Meus sucessos acadêmicos deixavam uma pontinha de inveja nela. Até porque ela não tinha muito. Tá bom, ela era péssima na escola. E repetiu, bum, no segundo ano.
Ela ficou com a minha ex-professora de português e suas pulseiras. Um dia, cansada de tanta redação (haja redação naquele lugar), ela surtou. E veio me contar:
- Eu escrevi muita merda!
E me mostrando o rascunho, e rindo pra caramba, eu vi do que se tratava. Não só ela havia escrito muita merda, como ela achava que ia funcionar, ou seja, que ia tirar uma nota boa. Era um tipo de redação que demandava ufanismo, um tema meio nacionalista, não lembro qual, e ela havia escrito coisas tipo "matas e índios verdejantes", e poucas vírgulas em períodos longos, e pontos de exclamação e parágrafos longos, e clichês, clichês, clichês...
Poderia funcionar com algum desavisado. Mas não achei que a professora fosse um deles. Minha amiga pedia minha opinião e eu não sabia o que dizer.
-É... bom... pode funcionar!
Terminamos o recreio rindo da redação dela. Eu não queria ser escrota, mas estava convencida de que num lugar de "excelência acadêmica" (ou seja, obcecado por vestibular) como aquele, aquela redação não faria sucesso. Então fui chamando a atenção para os pontos que eu tinha notado (por exemplo, que índios não são verdes) e a gente acabou rindo daquilo (como ríamos de muitas coisas, inclusive do meu "mundinho paralelo").
Mas qual não foi a minha surpresa quando a menina me surge, dali a alguns dias, vangloriando-se de uma nota alta. A professora lera para a turma e apontara aquilo como exemplo, brandindo os badulaques. Comecei a me sentir estranha. Não sabia o que dizer, apenas assisti ao show da minha amiga, que agora dizia que eu não sabia o que estava dizendo, afinal a própria professora falara que, e tal, e tal.
Então, me sentindo estranha, estranha porquê? Comecei a apertar pra saber onde doía, como num exame. A hipótese mais óbvia era inveja, mas não era isso, porque eu não estava querendo "escrever como ela", de jeito nenhum. Estava desconfiando da minha capacidade de julgamento? Talvez... mas não, índios não podem ser verdejantes...
Finalmente cheguei ao ponto, que era um pouco complicado. Primeiro, eu estava simplesmente desconfiada da capacidade de julgamento da professora. E depois, o mais terrível... se ela havia julgado minhas redações no ano passado, e eu tirara um monte de boas notas, será que eu escrevia mal e não sabia? Gaaaah!
Depois não sabem porque sou exigente comigo mesma. Eu me tornei.
Legendas
Mas, de qualquer modo, não é o que eu queria dizer, que é que a legenda é uma atividade eminentemente antiliterária. O que o cara fala em inglês tem necessariamente muito mais nuances do que a sua tradução que-tem-que-caber-em-duas-linhas. Como não sou contratada, às vezes eu quebro essa regrinha, até pra efeito cômico (se um cara fala depressa, por exemplo, é viável encher as 3 linhas). Mas o normal é ser obrigada a mutilar uma pérola que até tinha uma comprida, mas muito legal, tradução (quando termino de legendar um episódio de "Daria", estou cheia de remorsos).
Felizmente, na tradução literária não tem isso. Você pode manter todos os floreios, ou quase todos. Porém, é isso que a torna tão difícil... um dia, eu chego lá.
Mas, de qualquer modo, não é o que eu queria dizer, que é que a legenda é uma atividade eminentemente antiliterária. O que o cara fala em inglês tem necessariamente muito mais nuances do que a sua tradução que-tem-que-caber-em-duas-linhas. Como não sou contratada, às vezes eu quebro essa regrinha, até pra efeito cômico (se um cara fala depressa, por exemplo, é viável encher as 3 linhas). Mas o normal é ser obrigada a mutilar uma pérola que até tinha uma comprida, mas muito legal, tradução (quando termino de legendar um episódio de "Daria", estou cheia de remorsos).
Felizmente, na tradução literária não tem isso. Você pode manter todos os floreios, ou quase todos. Porém, é isso que a torna tão difícil... um dia, eu chego lá.
Droga
Faz um tempo que entrei num site pra buscar um crack prum programa e de alguma forma o maldito contaminou meu Internet Explorer; não importa quantas vezes eu mudava a página inicial, a porcaria de um site pornô voltava a aparecer toda vez que entro na internet. Depois, ficou pior: eu não conseguia mais entrar em nenhum site que exigisse senhas, incluindo o Blogger. E eu já tentei Ad-Aware, SpyBot, o diabo; preciso de uma intervenção papal, ou de um bom técnico, ou reinstalar o Windows... porque o Internet Explorer eu já tentei. Se alguém tiver enfrentado o mesmo problema e souber como resolver, cartas pra redação.
Faz um tempo que entrei num site pra buscar um crack prum programa e de alguma forma o maldito contaminou meu Internet Explorer; não importa quantas vezes eu mudava a página inicial, a porcaria de um site pornô voltava a aparecer toda vez que entro na internet. Depois, ficou pior: eu não conseguia mais entrar em nenhum site que exigisse senhas, incluindo o Blogger. E eu já tentei Ad-Aware, SpyBot, o diabo; preciso de uma intervenção papal, ou de um bom técnico, ou reinstalar o Windows... porque o Internet Explorer eu já tentei. Se alguém tiver enfrentado o mesmo problema e souber como resolver, cartas pra redação.
26.7.03
23.7.03
A festa de Saddam
Em "A festa do bode", Llosa conta a história de Urania, que volta à República Dominicana para revolver feridas que carrega desde sua adolescência, durante a ditadura. O livro todo é chocante, mas a parte que achei mais chamativa (sem ser a parte em que Urania pensa que os homens latinos olham as mulheres como um boi olha pruma vaca) é a descrição das atrocidades, provavelmente reais, de que Trujillo e seus filhos foram capazes.
Lembrei disso lendo a historinha (bed-time story) dos filhos de Saddam que o titio Bush matou. Coisa literária. Imaginei o repórter escrevendo aquilo com cara de nojo, meio incrédulo. A semelhança com a outra ditadura é grande. Quase que dou razão ao Bush.
Nomes: Uday e Qusay. Uday era um pitboy violento (redundei), mas com a sensível diferença de ser poderosíssimo. Pobres iranianas. Qusay era "frio, calculista" e o provável herdeiro de Saddam. Quando eram pequenos, seu pai os levava em alegres excursões às câmeras de tortura.
Não é literário? Come on... Os dois disputando a atenção do pai. Misturando as aptidões pessoais com a vontade de agradar a um homem daqueles. Uday quase mata um assessor de Saddam de porrada numa recepção com representantes de outros países. Qusay tinha a fama de ser pelo menos tão casca-grossa quanto o pai na direção do "Serviço de (falta de...) Inteligência".
Precisamos de alguém pra romancear esse troço. Já! Quem se habilita?
Em "A festa do bode", Llosa conta a história de Urania, que volta à República Dominicana para revolver feridas que carrega desde sua adolescência, durante a ditadura. O livro todo é chocante, mas a parte que achei mais chamativa (sem ser a parte em que Urania pensa que os homens latinos olham as mulheres como um boi olha pruma vaca) é a descrição das atrocidades, provavelmente reais, de que Trujillo e seus filhos foram capazes.
Lembrei disso lendo a historinha (bed-time story) dos filhos de Saddam que o titio Bush matou. Coisa literária. Imaginei o repórter escrevendo aquilo com cara de nojo, meio incrédulo. A semelhança com a outra ditadura é grande. Quase que dou razão ao Bush.
Nomes: Uday e Qusay. Uday era um pitboy violento (redundei), mas com a sensível diferença de ser poderosíssimo. Pobres iranianas. Qusay era "frio, calculista" e o provável herdeiro de Saddam. Quando eram pequenos, seu pai os levava em alegres excursões às câmeras de tortura.
Não é literário? Come on... Os dois disputando a atenção do pai. Misturando as aptidões pessoais com a vontade de agradar a um homem daqueles. Uday quase mata um assessor de Saddam de porrada numa recepção com representantes de outros países. Qusay tinha a fama de ser pelo menos tão casca-grossa quanto o pai na direção do "Serviço de (falta de...) Inteligência".
Precisamos de alguém pra romancear esse troço. Já! Quem se habilita?
20.7.03
Incomum
A camisa de biquíni acabou ficando ótima, ao preço de praticamente secar o marcador de tecidos vermelho.
Naquela tarde, comprei também duas bóias de piscina, daqueles canudões, que parecem artefatos eróticos. Desfilei com aquilo pela Av. Presidente Vargas, entrei no metrô, peguei o trem (claro que tive que ficar de pé), e antes de chegar em casa ainda precisei dar uma passada no banco. Desgraça pouca é bobagem.
Eu nunca na minha vida vou conseguir afetar seriedade (mesmo porque eu não tento).
A camisa de biquíni acabou ficando ótima, ao preço de praticamente secar o marcador de tecidos vermelho.
Naquela tarde, comprei também duas bóias de piscina, daqueles canudões, que parecem artefatos eróticos. Desfilei com aquilo pela Av. Presidente Vargas, entrei no metrô, peguei o trem (claro que tive que ficar de pé), e antes de chegar em casa ainda precisei dar uma passada no banco. Desgraça pouca é bobagem.
Eu nunca na minha vida vou conseguir afetar seriedade (mesmo porque eu não tento).
Saara e os anos 80
Adoro esses títulos com "E" tipo "Lúcia e o sexo", "O demônio e a srta. Prym" etc. O inconveniente é que eu raramente chego a saber o conteúdo dessas obras. Não sei se é coincidência, mas despreze o "E" e leia assim mesmo...
Tive uma epifania oitentista no meio de uma loja do Saara. Procurava uma camisa bege para desenhar um biquíni, tipo uma pegadinha... na verdade, uma crítica ao fato de o biquíni ser símbolo da "mulégostosa". E também uma saída de praia original.
Não tinha camisa bege. Mas tinha "Save a prayer", do Duran Duran, ecoando pelo lugar. Ecoando, aliás, seria uma inexatidão da minha parte: sabe aquele som de rádio-de-fundo de loja? Então.
E de repente, parei pra olhar as paredes mal pintadas, de cores indigentes, aquelas roupas cafonas, vendedores sem noções de marketing nem cortes decentes na cabeça. Vendedores que olhavam pra você quase querendo que você fosse embora. Algo meio deixe-nos com nosso bode-preto, vamos à falência mesmo... você está atrapalhando nossa falência, menina. Xôô.
"Some people call it one night stand... but others call it paradise".
Putz, dentro daquela loja tem um vácuo de tempo. Dentro daquela loja são os anos 80, entende?
Não comprei nada ali. É um santuário. Mas fiquei até o fim da música.
Adoro esses títulos com "E" tipo "Lúcia e o sexo", "O demônio e a srta. Prym" etc. O inconveniente é que eu raramente chego a saber o conteúdo dessas obras. Não sei se é coincidência, mas despreze o "E" e leia assim mesmo...
Tive uma epifania oitentista no meio de uma loja do Saara. Procurava uma camisa bege para desenhar um biquíni, tipo uma pegadinha... na verdade, uma crítica ao fato de o biquíni ser símbolo da "mulégostosa". E também uma saída de praia original.
Não tinha camisa bege. Mas tinha "Save a prayer", do Duran Duran, ecoando pelo lugar. Ecoando, aliás, seria uma inexatidão da minha parte: sabe aquele som de rádio-de-fundo de loja? Então.
E de repente, parei pra olhar as paredes mal pintadas, de cores indigentes, aquelas roupas cafonas, vendedores sem noções de marketing nem cortes decentes na cabeça. Vendedores que olhavam pra você quase querendo que você fosse embora. Algo meio deixe-nos com nosso bode-preto, vamos à falência mesmo... você está atrapalhando nossa falência, menina. Xôô.
"Some people call it one night stand... but others call it paradise".
Putz, dentro daquela loja tem um vácuo de tempo. Dentro daquela loja são os anos 80, entende?
Não comprei nada ali. É um santuário. Mas fiquei até o fim da música.
19.7.03
Algú va robar la bola de discoteca
Isto pode mesmo se tornar um vício. Estou viciada em legendar episódios de "Daria".
E já que o DVD não tem previsão de sair nem nos Estados Unidos, vou disponibilizar os episódios que eu for legendando no E-Donkey. Já legendei o piloto (Destruidora de corações), o primeiro episódio (Aumentando a Auto-Estima), e mais uns cinco. Se não conseguirem achar, vão pro Pootz (sem trocadilho), em "Lançamentos de Usuários", e finalmente em "Seriados".
A coisa mais divertida é dar título aos episódios. Geralmente são algum trocadilho em inglês que eu substituo por um equivalente em português. Ou não. Por exemplo, "I don't" virou "Néscias Núpcias".
Outra coisa muito engraçada foi um script de Daria que achei, escrito em catalão. Catalão, pra quem não sabe, é muito parecido com português. E pra quem já aprendeu quatro línguas, a gramática das outras se torna uma coisa meio Chomskyana. Catalão é assim: use X em vez de J ("hoxe" em vez de "hoje", etc.). Use as gírias e palavras casuais do espanhol ("nena", "hola"). Misture com um pouco de francês e português arcaico (o das peças de Gil Vicente). Parabéns, você sabe falar catalão!
Uma coisa é certa: o fato de eu me divertir assim denuncia que não sou muito normal.
Isto pode mesmo se tornar um vício. Estou viciada em legendar episódios de "Daria".
E já que o DVD não tem previsão de sair nem nos Estados Unidos, vou disponibilizar os episódios que eu for legendando no E-Donkey. Já legendei o piloto (Destruidora de corações), o primeiro episódio (Aumentando a Auto-Estima), e mais uns cinco. Se não conseguirem achar, vão pro Pootz (sem trocadilho), em "Lançamentos de Usuários", e finalmente em "Seriados".
A coisa mais divertida é dar título aos episódios. Geralmente são algum trocadilho em inglês que eu substituo por um equivalente em português. Ou não. Por exemplo, "I don't" virou "Néscias Núpcias".
Outra coisa muito engraçada foi um script de Daria que achei, escrito em catalão. Catalão, pra quem não sabe, é muito parecido com português. E pra quem já aprendeu quatro línguas, a gramática das outras se torna uma coisa meio Chomskyana. Catalão é assim: use X em vez de J ("hoxe" em vez de "hoje", etc.). Use as gírias e palavras casuais do espanhol ("nena", "hola"). Misture com um pouco de francês e português arcaico (o das peças de Gil Vicente). Parabéns, você sabe falar catalão!
Uma coisa é certa: o fato de eu me divertir assim denuncia que não sou muito normal.
17.7.03
Referência
Agora que acabei de copiar "A vida como ela é", percebi que o último episódio ("A grande mulher", em que a Malu Mader faz uma puta) faz referência a um outro episódio ("Amor mercenário"). Nesse, pra encurtar a história, uma irmã segue os passos da outra e acaba fazendo a vida num puteiro à moda antiga (com escadas, luz baixa, cabelos armados... enfim). Já em "A grande mulher", a "Nenê" de Malu Mader está no mesmíssimo puteiro e, pra não deixar dúvidas, lá estão as duas irmãs do outro episódio, vestidas e maquiadas como antes. O tratamento global do universo de Nelson Rodrigues foi mesmo, pra dizer o mínimo, coeso...
Agora que acabei de copiar "A vida como ela é", percebi que o último episódio ("A grande mulher", em que a Malu Mader faz uma puta) faz referência a um outro episódio ("Amor mercenário"). Nesse, pra encurtar a história, uma irmã segue os passos da outra e acaba fazendo a vida num puteiro à moda antiga (com escadas, luz baixa, cabelos armados... enfim). Já em "A grande mulher", a "Nenê" de Malu Mader está no mesmíssimo puteiro e, pra não deixar dúvidas, lá estão as duas irmãs do outro episódio, vestidas e maquiadas como antes. O tratamento global do universo de Nelson Rodrigues foi mesmo, pra dizer o mínimo, coeso...
16.7.03
A personalidade de Maria Luiza
Restless. Eu não toco naquele livro há um tempão, "tocar" entendido como adicionar alguma coisa de realmente relevante. Mexer, até que mexo. Mas eu tenho mais é pensado nele.
O negócio é que ontem eu desenhei Maria Luiza (depois escaneio) e fiquei pensando na personalidade dela. É a chave de tudo, mesmo. Se ela usasse drogas, por exemplo, não seria a mesma coisa. Mas o fato de ela suportar viver como vive sem nada, nada, nada, isso me faz pensar, como Francisco: com quem estou lidando?
E ML, não é que ela é capaz de tudo, não, esse ângulo está errado. Só tem uma coisa de que ela é incapaz e isso é que comanda tudo: ela é incapaz de viver uma vida falsa, que não lhe diga nada (ela não é uma salaud). Para piorar ela não se contenta com pouco. Ou melhor: sendo 'arguta' como só ela, ML não encontra muitas opções aproveitáveis. E logo percebe quando está num caminho errado... e tenta outra coisa. E se não percebe logo, quando percebe manda parar tudo, realisticamente emputecida... porque suas opções se reduzem a menos ainda.
Restless. Eu não toco naquele livro há um tempão, "tocar" entendido como adicionar alguma coisa de realmente relevante. Mexer, até que mexo. Mas eu tenho mais é pensado nele.
O negócio é que ontem eu desenhei Maria Luiza (depois escaneio) e fiquei pensando na personalidade dela. É a chave de tudo, mesmo. Se ela usasse drogas, por exemplo, não seria a mesma coisa. Mas o fato de ela suportar viver como vive sem nada, nada, nada, isso me faz pensar, como Francisco: com quem estou lidando?
E ML, não é que ela é capaz de tudo, não, esse ângulo está errado. Só tem uma coisa de que ela é incapaz e isso é que comanda tudo: ela é incapaz de viver uma vida falsa, que não lhe diga nada (ela não é uma salaud). Para piorar ela não se contenta com pouco. Ou melhor: sendo 'arguta' como só ela, ML não encontra muitas opções aproveitáveis. E logo percebe quando está num caminho errado... e tenta outra coisa. E se não percebe logo, quando percebe manda parar tudo, realisticamente emputecida... porque suas opções se reduzem a menos ainda.
15.7.03
As horas
É castigo. Só pode ser.
Depois daquele post em que eu prometia responder a hora em beats, todo mundo começou a me perguntar as horas. Todo mundo. E não é de sacanagem, as pessoas passaram realmente a precisar saber as horas, e parece que ninguém mais usa relógio a não ser eu (será que saiu de moda?). As pessoas me páram para saber as horas, mesmo que eu esteja de cara fechada e no meio de alguma atividade importante.
Não é possível que esse blog tenha tanta audiência assim, portanto vou considerar uma dessas ironias metafísicas que de vez em quando, a vida me aplica. Enquanto isso, vou respondendo: dez pras quatro. Quinze pras nove.
E o mais irônico é que eu nunca terei dinheiro pra comprar um relógio que marque a hora em beats.
É castigo. Só pode ser.
Depois daquele post em que eu prometia responder a hora em beats, todo mundo começou a me perguntar as horas. Todo mundo. E não é de sacanagem, as pessoas passaram realmente a precisar saber as horas, e parece que ninguém mais usa relógio a não ser eu (será que saiu de moda?). As pessoas me páram para saber as horas, mesmo que eu esteja de cara fechada e no meio de alguma atividade importante.
Não é possível que esse blog tenha tanta audiência assim, portanto vou considerar uma dessas ironias metafísicas que de vez em quando, a vida me aplica. Enquanto isso, vou respondendo: dez pras quatro. Quinze pras nove.
E o mais irônico é que eu nunca terei dinheiro pra comprar um relógio que marque a hora em beats.
13.7.03
12.7.03
Round and round
Mas veja bem, se você estivesse de férias e tivesse 20 anos. você gostaria de ir a uma festa. Ontem eu fui. Fiquei até às 5 da manhã. Hoje meu pai me chamou e disse: o que você ficou fazendo até às cinco da manhã?
- Dançando.
- Ah, dançando?
- Dancei pra caramba.
(sentando no sofá) - Senta aqui, vamos conversar.
- Que senta aqui, o quê.
- Ah... não quer. Tá bom... (num tom de: você não quer se confessar. Logo, vai pro inferno.)
- Que bom que você confia em mim.
É constrangedor. Meu pai é sem-noção.
Hoje eu vou a uma festa junina. E mais tarde vou sair de novo. E amanhã, vou sair de novo. Pra dançar.
Mas veja bem, se você estivesse de férias e tivesse 20 anos. você gostaria de ir a uma festa. Ontem eu fui. Fiquei até às 5 da manhã. Hoje meu pai me chamou e disse: o que você ficou fazendo até às cinco da manhã?
- Dançando.
- Ah, dançando?
- Dancei pra caramba.
(sentando no sofá) - Senta aqui, vamos conversar.
- Que senta aqui, o quê.
- Ah... não quer. Tá bom... (num tom de: você não quer se confessar. Logo, vai pro inferno.)
- Que bom que você confia em mim.
É constrangedor. Meu pai é sem-noção.
Hoje eu vou a uma festa junina. E mais tarde vou sair de novo. E amanhã, vou sair de novo. Pra dançar.
11.7.03
260 em ponto
- Que horas são?
Pergunta idiota. Você não quer saber a hora. Você quer que eu preste atenção em você.
Acho que vou comprar um relógio que marque a hora em beats. Assim, se às 20 pras 4 um idiota fizer essa pergunta idiota, eu posso responder:
- Oitocentos e sessenta e um.
- Que horas são?
Pergunta idiota. Você não quer saber a hora. Você quer que eu preste atenção em você.
Acho que vou comprar um relógio que marque a hora em beats. Assim, se às 20 pras 4 um idiota fizer essa pergunta idiota, eu posso responder:
- Oitocentos e sessenta e um.
9.7.03
"Assim, tipo, nóia... é, nóia." - Marina, "O invasor".
Sims não tiram férias. É muito mais fácil começar o jogo roubando para os Sims não terem que trabalhar, até que suas habilidades estejam desenvolvidas o suficiente. Sims têm habilidades a desenvolver como aprender a cozinhar, cuidar do corpo e aprender a consertar coisas. Sims lêem o jornal e procuram emprego. Sims se relacionam com os vizinhos, bem ou mal, e com as pessoas dentro de casa. Sims sentem a higiene em baixa ou a fome em alta. Sims aprendem qualquer coisa lendo. Sims têm sonhos premonitórios.
Por isso esse meu nome. Só pode ser. Eu sou uma Sim. Alguém está brincando comigo.
Sims não tiram férias. É muito mais fácil começar o jogo roubando para os Sims não terem que trabalhar, até que suas habilidades estejam desenvolvidas o suficiente. Sims têm habilidades a desenvolver como aprender a cozinhar, cuidar do corpo e aprender a consertar coisas. Sims lêem o jornal e procuram emprego. Sims se relacionam com os vizinhos, bem ou mal, e com as pessoas dentro de casa. Sims sentem a higiene em baixa ou a fome em alta. Sims aprendem qualquer coisa lendo. Sims têm sonhos premonitórios.
Por isso esse meu nome. Só pode ser. Eu sou uma Sim. Alguém está brincando comigo.
Como vocês podem notar
Mudei o template do blog. Os arquivos não entravam de jeito nenhum, e eu só conheço a HTML "arcaica", até 96... Então me rendi a um desses templates prontos; mas claro que tive de usar meu parco conhecimento pra mudar as cores. Quanto às fontes, não pretendo arriscar; mas se você não gostou delas, saiba que não está sozinho...
Mudei o template do blog. Os arquivos não entravam de jeito nenhum, e eu só conheço a HTML "arcaica", até 96... Então me rendi a um desses templates prontos; mas claro que tive de usar meu parco conhecimento pra mudar as cores. Quanto às fontes, não pretendo arriscar; mas se você não gostou delas, saiba que não está sozinho...
8.7.03
Sobre a beleza
Porque para mim, a beleza é mais bonita estragada. Vira um símbolo, como uma laranja mofada. Eu gosto de exotismo.
Porque a beleza tem que ser lisinha, cor-de-rosa? Porque não arranhada e enlameada? Porque não posso andy-warholizar e photoshopar em mil cores, só em tons pastéis?
Inseguros e covardes, muitos fazem variações sobre o mesmo tema... formas sem conteúdo. São belezas riscadinhas (e num padrão diagonal ou xadrez). Mas se põem nas prateleiras para serem comprados como todos os que criticam. Basta olhar direito para perceber a (falta de) diferença.
Porque para mim, a beleza é mais bonita estragada. Vira um símbolo, como uma laranja mofada. Eu gosto de exotismo.
Porque a beleza tem que ser lisinha, cor-de-rosa? Porque não arranhada e enlameada? Porque não posso andy-warholizar e photoshopar em mil cores, só em tons pastéis?
Inseguros e covardes, muitos fazem variações sobre o mesmo tema... formas sem conteúdo. São belezas riscadinhas (e num padrão diagonal ou xadrez). Mas se põem nas prateleiras para serem comprados como todos os que criticam. Basta olhar direito para perceber a (falta de) diferença.
6.7.03
Dolores e Dolores
Dee Dee e Lolita têm um parentesco.
Estava pensando na coincidência de nomes entre a protagonista dos filmes da Turma da Praia (lembra, a Annette Funnicello e o Frankie Avalon?) e a ninfeta de Nabokov. Será coincidência? Se for, é uma das boas.
A moral da Turma da Praia é coisa das mais impressionantes. Dolores, ou Dee Dee, tem um date fixo e um fica chifrando a prancha do outro. Depois dão uns beijos de boca fechada e dizem que se amam.
Não sei, só vi dois filmes: "A praia dos amores" (em que Dolores trai Frankie com um antropólogo mais velho e Frankie trai Dolores com uma húngara) e "Como rechear um biquini" (cujo título original, "How to stuff a wild bikini" foi emprestado por aquela peça com a Cláudia Jimenez. Neste Frankie trai Dolores com uma nativa de ilha e Dolores trai Frank com um garoto-propaganda de moto).
I mean, cruz credo. Se é pra fazer isso, que seja às claras. E o filme ainda é machista. Dolores tem que hesitar e se fazer de difícil (porque não é) e falar que "fulano é pra casar, sicrano não".
Enfim, quem leu Lolita sabe do que estou falando. A cultura do dating e as sacanagens de acampamento. Ou de praia. Ambientes promíscuos. Nabokov enxergou o que estava acontecendo antes dos outros (que só viram lá pelos seventies...).
American Pie é franquia. Conseqüência.
Dee Dee e Lolita têm um parentesco.
Estava pensando na coincidência de nomes entre a protagonista dos filmes da Turma da Praia (lembra, a Annette Funnicello e o Frankie Avalon?) e a ninfeta de Nabokov. Será coincidência? Se for, é uma das boas.
A moral da Turma da Praia é coisa das mais impressionantes. Dolores, ou Dee Dee, tem um date fixo e um fica chifrando a prancha do outro. Depois dão uns beijos de boca fechada e dizem que se amam.
Não sei, só vi dois filmes: "A praia dos amores" (em que Dolores trai Frankie com um antropólogo mais velho e Frankie trai Dolores com uma húngara) e "Como rechear um biquini" (cujo título original, "How to stuff a wild bikini" foi emprestado por aquela peça com a Cláudia Jimenez. Neste Frankie trai Dolores com uma nativa de ilha e Dolores trai Frank com um garoto-propaganda de moto).
I mean, cruz credo. Se é pra fazer isso, que seja às claras. E o filme ainda é machista. Dolores tem que hesitar e se fazer de difícil (porque não é) e falar que "fulano é pra casar, sicrano não".
Enfim, quem leu Lolita sabe do que estou falando. A cultura do dating e as sacanagens de acampamento. Ou de praia. Ambientes promíscuos. Nabokov enxergou o que estava acontecendo antes dos outros (que só viram lá pelos seventies...).
American Pie é franquia. Conseqüência.
3.7.03
Ontem foi um dia estranho e legal
A professora picareta nos dispensou das aulas.
Vi o JP. Passeamos pelo bairro e pegamos minha bicicleta de pneu consertado. Namoramos.
Furei a câmara da minha bicicleta imprensando-a na porta do elevador (anteontem). Descobri isso na volta da faculdade, quando notei o pneu murcho, murcho. Como disse, isto já está consertado, mas faltava instalar uma cestinha para eu carregar aquelas coisas pesadas... Deixei a magrela na oficina.
Aproveitei que estava perto e aluguei "Ringu" na videolocadora, mas não gostei tanto quanto do americano.
Joguei na Mega-Sena. Acertei um número.
Passei na casa da minha avó, que remendou um furo nas minhas calças. São calças novas mas já têm história. Passei de ônibus, gostei das calças num manequim, e fui procurar a loja a pé. Andei pelo trajeto do ônibus e achei. Era uma malharia pra turista e as calças eram de capoeira! De início, achei-as meio grandes. A vendedora disse:
- Olha, você colocou ao contrário.
Putz. Depois o preço. Tive que pechinchar, e consegui um bom desconto. Mas tinha um furinho do lado.
Ontem também recebi a notícia de ter ganho uma ação. Bem gorda. E melhor, justiça houve. Vou meter tudo no investimento. Minha casa-só-minha está bem mais perto.
Peguei a enciclopédia Barsa pra fazer uma pesquisa e finalmente compreendi toda a lógica daquilo. Ainda sei pesquisar no mundo real, e melhor que nunca. O Google me transformou.
A professora picareta nos dispensou das aulas.
Vi o JP. Passeamos pelo bairro e pegamos minha bicicleta de pneu consertado. Namoramos.
Furei a câmara da minha bicicleta imprensando-a na porta do elevador (anteontem). Descobri isso na volta da faculdade, quando notei o pneu murcho, murcho. Como disse, isto já está consertado, mas faltava instalar uma cestinha para eu carregar aquelas coisas pesadas... Deixei a magrela na oficina.
Aproveitei que estava perto e aluguei "Ringu" na videolocadora, mas não gostei tanto quanto do americano.
Joguei na Mega-Sena. Acertei um número.
Passei na casa da minha avó, que remendou um furo nas minhas calças. São calças novas mas já têm história. Passei de ônibus, gostei das calças num manequim, e fui procurar a loja a pé. Andei pelo trajeto do ônibus e achei. Era uma malharia pra turista e as calças eram de capoeira! De início, achei-as meio grandes. A vendedora disse:
- Olha, você colocou ao contrário.
Putz. Depois o preço. Tive que pechinchar, e consegui um bom desconto. Mas tinha um furinho do lado.
Ontem também recebi a notícia de ter ganho uma ação. Bem gorda. E melhor, justiça houve. Vou meter tudo no investimento. Minha casa-só-minha está bem mais perto.
Peguei a enciclopédia Barsa pra fazer uma pesquisa e finalmente compreendi toda a lógica daquilo. Ainda sei pesquisar no mundo real, e melhor que nunca. O Google me transformou.
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