parallel parties
Vi hoje um filme que nunca tinha visto antes: A garota de rosa-shocking. Passou na Se$$ão Premiada do SBT, um aborto da natureza comandado pelo Celso Portioli que, agora que não tenho mais TV a cabo, ando assistindo todo sábado.
O que me deixou espantada foram os trejeitos da Molly Ringwald no filme - sabem o que chamo de trejeitos, não? O jeito de abotoar a boca num bico quando está muito puta, a forma de entreabrir a boca quando recém-termina uma frase, a maneira de olhar enviesado quando alguém está fazendo algo de estranho e vagamente divertido etc.
O porquê do espanto? Foi a percepção de que, se eu tivesse visto o filme quando era pequena, e internalizado os trejeitos da Molly Ringwald como algo a ser feito por mim ou admirado nos outros - o que aconteceu, isso sim, com a Jenniffer Beals em Flashdance - eu não teria percebido os reflexos disso na "vida real", mas sim agido escravizada pelo inconsciente coletivo oitentista sem perceber.
Como, pelo contrário, eu só vi o filme agora, pude perceber que muita coisa do que vi na "vida real" de 83 para cá e achei original era reprise!
Malditos anos 80.
(Caso alguém ainda tenha dúvidas, estes foram os surtos número 2 e 3 and counting.)