Muerto: verão do norte do México.
Mortal: gíria escocesa para "bêbado".
31.10.05
25.10.05
Essas crianças prodígio são todas demoníacas, bebês de rosamaria. Geralmente são irritantes, especialmente o garoto que fez A.I.. Mas da Dakota Fanning eu gosto.
A menina é simplesmente muito expressiva e ótima atriz. Tão pequena, já carregou filmes inteiros nas costas, como o que fez com a Brittany Murphy e outro com o Denzel Washington (na verdade, uma tentativa de assovio-de-cachorro unificado para o público feminino-fofolete e os machos fãs de ação).
Pois bem, a srta. Fanning será a Coraline criada pçor Neil Gaiman. Mal posso esperar.
A menina é simplesmente muito expressiva e ótima atriz. Tão pequena, já carregou filmes inteiros nas costas, como o que fez com a Brittany Murphy e outro com o Denzel Washington (na verdade, uma tentativa de assovio-de-cachorro unificado para o público feminino-fofolete e os machos fãs de ação).
Pois bem, a srta. Fanning será a Coraline criada pçor Neil Gaiman. Mal posso esperar.
Descobri o segredo para se divertir em boate. Vá tidy (limpo e correto) e só. Prove o ambiente, passeie pelos cômodos, lave as mãos no banheiro, dance com a parede, coce a ponta do nariz, estale as juntas. Só você vai entender a piada. (Das músicas boas, das músicas ruins, da gente milimetricamente estudada que não pode relaxar, de motivos para se sair.)
Porque antes disso descobri que não levo jeito pra ser cool. Sou outra coisa que não cool. Inocente ou sem noção, isso me ajuda.
Porque antes disso descobri que não levo jeito pra ser cool. Sou outra coisa que não cool. Inocente ou sem noção, isso me ajuda.
24.10.05
Livros escoceses. Livros escoceses. Livros escoceses.
Morvern Callar, Alan Warner
Trainspotting, Irvine Welsh
The trick is to keep breathing, Janice Galloway
Quando esbarro lendo em alguém no metrô digo Sor-perdão ou Ch-desculpa.
Resolvi traduzir um pedaço do Morvern Callar porque está bom demais. É solitário ler uma coisa tão boa e não saber que mais gente que poderia gostar não está lendo por causa da barreira da língua ou porque nunca ouviu falar. Me ofereço (imolação) para traduzir isso nem que me paguem uma miséria. Divirtam-se.
Ele tinha cortado a garganta com a faca. Tinha a mão quase decepada pelo cutelo. Como ele não podia se opor acendi um Silk Cut. Uma espécie de onda de alguma coisa me atravessava. Havia susto mas eu já tinha imaginado como eu ia ficar.
Ele estava nu, morto e de cara pro piso da área de serviço sobre uma poça de sangue. As luzes da árvore de Natal acendiam e apagavam. Dessas dava para mudar a velocidade. A cada vez dava pra vê-lO espichado e aí o pretume com a tela do computador dEle ainda ligada.
Comecei o choro por causa de todos os presentes na nossa árvore e dEle morto. Lembrancinhas inúteis sempre me deixaram triste. Quando choro pelo que é triste eu começo comigo e depois passo para os outros. Aquela da Corran Road com todos os filhos afogados de barco. Ela chorou até perder um olho. Eu chorei de soluçar e meu nariz escorria.
Soltei o Silk Cut que queimou até o filtro no sinteco. Parei de chorar porque não conseguia respirar e estava morta de frio. Diminuí a velocidade do pisca-pisca da árvore de Natal. Liguei a luz da área e o aquecedor de imersão e o fogo mas não pus nenhuma música.
Pensei em me preocupar em ir até a cabine perto da garagem para telefonar para a polícia, ambulância, ou quem quer que fosse levar as coisas adiante. O porto todo ia saber. Ia ter foto impressa no jornal. Teriam que contar ao pai velho dele que morava em outro país. Meu padrasto, o pessoal da estação de trem e todo mundo do supermercado ia ficar sabendo.
Levou meia hora o aquecedor e o vídeo marcava umas oito. Precisei ferver a chaleira para limpar aquela choradeira toda da cara.
Não dava pra passar por Ele sem pisar no sangue dEle e eu estava com medo de chegar perto, então fui buscar minhas coisas no quarto. Tomei a última pílula daquele ciclo.
Voltei para a área e corri para saltar sobre o corpo. A pia estava cheia de pratos então dei uma boa lavada neles. A cabeça estava aos meus pés - descalços. Pus o bico da chaleira embaixo da torneira. Então pus minha calcinha em volta do buraco e prendi dos lados com o elástico. Quando a chaleira ferveu coloquei de volta a calcinha quentinha. Pulei sobre Ele de volta pronta para jogar a chaleira longe, que ninguém queria escaldar as pernas. Meu pé pousou em sangue. Dei mais um passo adiante e soltei um palavrão. Limpei o pé no tapete.
Lavei o rosto naquela água de chaleira com cheiro de queimado e depois precisei ir ao banheiro.
Sentada lá percebi que tinha trancado a porta mesmo Ele estando morto. Fiz número um e número dois lembrando de sempre limpar de frente pra trás. Mesmo com Ele morto usei o spray desodorizador.
Por falta do que fazer separei todos os presentes para Ele, Red Hanna, Vanessa a Depressora e Lanna no armário do boiler. Acendi um Silk Cut. Perfilei os presentes dEle para mim e aí rasguei todos os papéis de uma vez feito os engradados de maçã no trabalho: uma jaqueta de couro polido, um pacote de meias-calças amareladas segunda-pele, um isqueiro meio dourado, um troço sedoso tipo espartilho e um Walkman com pilhas que parecia caro. Comecei a chorar de novo quando pisei no sangue e me ajoelhei. Acabei tocando o cabelo dEle porque o resto estava gelado. Todo o sangue do chão estava com uma espécie de casca. Quando vi aquilo queimado enfiei a guimba do Silk Cut no sangue e ela assobiou enquanto era expulsa.
Fiquei chorando tanto tempo que a água já devia estar quente. Pedaços da casca de sangue se desprendiam das minhas pernas quando levantei e caíram gotas frescas. Meus pés descalços deixaram pegadas pretas pelos tacos. Fiz as pegadas virarem borrões com o papel natalino brilhoso.
Ajoelhei no banho. Lavei meus joelhos e pernas e dentro de mim. Esquentei as pernas para acabar com os pontinhos de arrepio e raspei aqui e acolá. Fiz um cortezinho na canela com a gilete e subiu sangue numa bolha, mas sumiu rápido. Joguei um fio de espuma de banho e enchi a banheira. A água estava pelando então liguei a fria.
_______________ ________________
He'd cut His throat with the knife. He'd near chopped off His hand with the meat cleaver. He couldnt object so I lit a Silk Cut. A sort of wave of something was going across me. There was fright but I'd daydreamed how I'd be.
He was bare and dead face-down on the scullery lino with blood round. The Christmas tree lights were on then off. You could change the speed those ones flashed at. Over and over you saw Him stretched out then the pitch dark with His computer screen still on.
I started the greeting on account of all the presents under our tree and Him dead. Useless little presents always made me sad. I start for me then move on to everybody when I greet about the sad things. Her from Corran Road with all sons drowned off the boats. She bubbled till she lost an eye. I greeted in heaves and my nose was running.
I dropped the Silk Cut and it burned to the filter on a varnished floorboard. I stopped the greeting cause I couldnt breathe and was perished cold. I slowed down the speed of the flashing Christmas tree lights. I put on the scullery light then the immersion heater then the bar fire but I didnt put a record on.
I supposed I was stewing over going out to the box by the garage to phone police or ambulance or whoever took things to the next stage. Then all in the port would know. They'd print a photo in the paper. His old dad who lived away in a country would have to be told. My fosterdad and the railway and all in the superstore would know.
That immersion heater took a half hour and it. was eightish on the video. I needed to boil the kettle to get the mess offof my face, what with the greeting and that.
I couldnt get past Him without stepping in His blood and I was scared to go too nearish so's I got my things in the bedroom. I took the last pill in that cycle.
I came back towards the scullery then took a running jump over the dead body. The sink was full of dishes so I had to give them all a good rinse. The face was by my bare foot. I fitted the kettle spout under the tap. Then I put my underwear over the spout and tugged the elastic round the sides. When the kettle boiled I put the warm knickies on. I jumped back over Him ready to throw the kettle away, after all you don't want to scald your legs. My foot came down in blood. I stepped forward and swore out loud. I wiped my foot on the rug.
I washed my face in the sort of burnt-smell kettle water then I needed toilet.
Sitting there I saw I'd locked the door even though He was dead. I did a number-one then a number-two remembering always to wipe backwards. Though He was dead I used the air freshener spray.
For sake of something to do I tidied away all the presents for Him, Red Hanna, Vanessa the Depresser and Lanna into the boiler cupboard. I lit a Silk Cut. I lined up the presents from Him to me then just tore them all open one after another like apple boxes at the work: a polished steerhide jacket, a packet of yellowish low denier stockings, a lighter that looked goldish, a basque thing all silky and a dear- looking Walkman with batteries in. I started to greet again as I stepped in the blood and knelt. I ended up touching His hair cause the rest was cold. All floor-blood had a sort of skin on. When I saw it burnt down I pushed the Silk Cut butt in the blood and it hissed snubbing out.
I'd been greeting so long the water would be hot. Bits of the blood-skin hung from my legs when I stood up and fresh drops came off. My bare feet left blackish foot-prints across the floorboards. I wiped the footprints into smears with the shiny Christmas wrapping paper.
I kneeled in the bath. I washed my knees and legs and in me. I got my legs warm so there were no goosebumps then shaved them and that. I gave my shin a wee nick with the razor and blood lifted in a bubble then trickled quick. I put in a splash of the bubblebath and filled the tub. The water was too burny so I put in cold.
Morvern Callar, Alan Warner
Trainspotting, Irvine Welsh
The trick is to keep breathing, Janice Galloway
Quando esbarro lendo em alguém no metrô digo Sor-perdão ou Ch-desculpa.
Resolvi traduzir um pedaço do Morvern Callar porque está bom demais. É solitário ler uma coisa tão boa e não saber que mais gente que poderia gostar não está lendo por causa da barreira da língua ou porque nunca ouviu falar. Me ofereço (imolação) para traduzir isso nem que me paguem uma miséria. Divirtam-se.
Ele tinha cortado a garganta com a faca. Tinha a mão quase decepada pelo cutelo. Como ele não podia se opor acendi um Silk Cut. Uma espécie de onda de alguma coisa me atravessava. Havia susto mas eu já tinha imaginado como eu ia ficar.
Ele estava nu, morto e de cara pro piso da área de serviço sobre uma poça de sangue. As luzes da árvore de Natal acendiam e apagavam. Dessas dava para mudar a velocidade. A cada vez dava pra vê-lO espichado e aí o pretume com a tela do computador dEle ainda ligada.
Comecei o choro por causa de todos os presentes na nossa árvore e dEle morto. Lembrancinhas inúteis sempre me deixaram triste. Quando choro pelo que é triste eu começo comigo e depois passo para os outros. Aquela da Corran Road com todos os filhos afogados de barco. Ela chorou até perder um olho. Eu chorei de soluçar e meu nariz escorria.
Soltei o Silk Cut que queimou até o filtro no sinteco. Parei de chorar porque não conseguia respirar e estava morta de frio. Diminuí a velocidade do pisca-pisca da árvore de Natal. Liguei a luz da área e o aquecedor de imersão e o fogo mas não pus nenhuma música.
Pensei em me preocupar em ir até a cabine perto da garagem para telefonar para a polícia, ambulância, ou quem quer que fosse levar as coisas adiante. O porto todo ia saber. Ia ter foto impressa no jornal. Teriam que contar ao pai velho dele que morava em outro país. Meu padrasto, o pessoal da estação de trem e todo mundo do supermercado ia ficar sabendo.
Levou meia hora o aquecedor e o vídeo marcava umas oito. Precisei ferver a chaleira para limpar aquela choradeira toda da cara.
Não dava pra passar por Ele sem pisar no sangue dEle e eu estava com medo de chegar perto, então fui buscar minhas coisas no quarto. Tomei a última pílula daquele ciclo.
Voltei para a área e corri para saltar sobre o corpo. A pia estava cheia de pratos então dei uma boa lavada neles. A cabeça estava aos meus pés - descalços. Pus o bico da chaleira embaixo da torneira. Então pus minha calcinha em volta do buraco e prendi dos lados com o elástico. Quando a chaleira ferveu coloquei de volta a calcinha quentinha. Pulei sobre Ele de volta pronta para jogar a chaleira longe, que ninguém queria escaldar as pernas. Meu pé pousou em sangue. Dei mais um passo adiante e soltei um palavrão. Limpei o pé no tapete.
Lavei o rosto naquela água de chaleira com cheiro de queimado e depois precisei ir ao banheiro.
Sentada lá percebi que tinha trancado a porta mesmo Ele estando morto. Fiz número um e número dois lembrando de sempre limpar de frente pra trás. Mesmo com Ele morto usei o spray desodorizador.
Por falta do que fazer separei todos os presentes para Ele, Red Hanna, Vanessa a Depressora e Lanna no armário do boiler. Acendi um Silk Cut. Perfilei os presentes dEle para mim e aí rasguei todos os papéis de uma vez feito os engradados de maçã no trabalho: uma jaqueta de couro polido, um pacote de meias-calças amareladas segunda-pele, um isqueiro meio dourado, um troço sedoso tipo espartilho e um Walkman com pilhas que parecia caro. Comecei a chorar de novo quando pisei no sangue e me ajoelhei. Acabei tocando o cabelo dEle porque o resto estava gelado. Todo o sangue do chão estava com uma espécie de casca. Quando vi aquilo queimado enfiei a guimba do Silk Cut no sangue e ela assobiou enquanto era expulsa.
Fiquei chorando tanto tempo que a água já devia estar quente. Pedaços da casca de sangue se desprendiam das minhas pernas quando levantei e caíram gotas frescas. Meus pés descalços deixaram pegadas pretas pelos tacos. Fiz as pegadas virarem borrões com o papel natalino brilhoso.
Ajoelhei no banho. Lavei meus joelhos e pernas e dentro de mim. Esquentei as pernas para acabar com os pontinhos de arrepio e raspei aqui e acolá. Fiz um cortezinho na canela com a gilete e subiu sangue numa bolha, mas sumiu rápido. Joguei um fio de espuma de banho e enchi a banheira. A água estava pelando então liguei a fria.
_______________ ________________
He'd cut His throat with the knife. He'd near chopped off His hand with the meat cleaver. He couldnt object so I lit a Silk Cut. A sort of wave of something was going across me. There was fright but I'd daydreamed how I'd be.
He was bare and dead face-down on the scullery lino with blood round. The Christmas tree lights were on then off. You could change the speed those ones flashed at. Over and over you saw Him stretched out then the pitch dark with His computer screen still on.
I started the greeting on account of all the presents under our tree and Him dead. Useless little presents always made me sad. I start for me then move on to everybody when I greet about the sad things. Her from Corran Road with all sons drowned off the boats. She bubbled till she lost an eye. I greeted in heaves and my nose was running.
I dropped the Silk Cut and it burned to the filter on a varnished floorboard. I stopped the greeting cause I couldnt breathe and was perished cold. I slowed down the speed of the flashing Christmas tree lights. I put on the scullery light then the immersion heater then the bar fire but I didnt put a record on.
I supposed I was stewing over going out to the box by the garage to phone police or ambulance or whoever took things to the next stage. Then all in the port would know. They'd print a photo in the paper. His old dad who lived away in a country would have to be told. My fosterdad and the railway and all in the superstore would know.
That immersion heater took a half hour and it. was eightish on the video. I needed to boil the kettle to get the mess offof my face, what with the greeting and that.
I couldnt get past Him without stepping in His blood and I was scared to go too nearish so's I got my things in the bedroom. I took the last pill in that cycle.
I came back towards the scullery then took a running jump over the dead body. The sink was full of dishes so I had to give them all a good rinse. The face was by my bare foot. I fitted the kettle spout under the tap. Then I put my underwear over the spout and tugged the elastic round the sides. When the kettle boiled I put the warm knickies on. I jumped back over Him ready to throw the kettle away, after all you don't want to scald your legs. My foot came down in blood. I stepped forward and swore out loud. I wiped my foot on the rug.
I washed my face in the sort of burnt-smell kettle water then I needed toilet.
Sitting there I saw I'd locked the door even though He was dead. I did a number-one then a number-two remembering always to wipe backwards. Though He was dead I used the air freshener spray.
For sake of something to do I tidied away all the presents for Him, Red Hanna, Vanessa the Depresser and Lanna into the boiler cupboard. I lit a Silk Cut. I lined up the presents from Him to me then just tore them all open one after another like apple boxes at the work: a polished steerhide jacket, a packet of yellowish low denier stockings, a lighter that looked goldish, a basque thing all silky and a dear- looking Walkman with batteries in. I started to greet again as I stepped in the blood and knelt. I ended up touching His hair cause the rest was cold. All floor-blood had a sort of skin on. When I saw it burnt down I pushed the Silk Cut butt in the blood and it hissed snubbing out.
I'd been greeting so long the water would be hot. Bits of the blood-skin hung from my legs when I stood up and fresh drops came off. My bare feet left blackish foot-prints across the floorboards. I wiped the footprints into smears with the shiny Christmas wrapping paper.
I kneeled in the bath. I washed my knees and legs and in me. I got my legs warm so there were no goosebumps then shaved them and that. I gave my shin a wee nick with the razor and blood lifted in a bubble then trickled quick. I put in a splash of the bubblebath and filled the tub. The water was too burny so I put in cold.
First-person shooter
Eu sempre quis morar em casa, dessas antigas, com tacos e janelas de madeira e dois andares. Dessas que às vezes têm uma gêmea siamesa. Dessas que viram clínicas e lojas de roupa esnobes.
Estavam falando de casas e confessei meu desejo. Disseram que era perigoso. Baixei a cabeça um momento antes de lembrar que o não ganhou. Então eu compro uma carabina e bááá, dê o fora da minha propriedade, ninguém mexe com Simone Calamidade.
Eu sempre quis morar em casa, dessas antigas, com tacos e janelas de madeira e dois andares. Dessas que às vezes têm uma gêmea siamesa. Dessas que viram clínicas e lojas de roupa esnobes.
Estavam falando de casas e confessei meu desejo. Disseram que era perigoso. Baixei a cabeça um momento antes de lembrar que o não ganhou. Então eu compro uma carabina e bááá, dê o fora da minha propriedade, ninguém mexe com Simone Calamidade.
22.10.05
oldboy
- Lookie. Um velho de chapéu. Adoro velhos de chapéu. Que ainda usem chapéu.
Entramos no ônibus. O velho sentou na poltrona do outro lado. Entabulamos aquela animada conversa de bullshit intercalada com reclamações da idiotice humana.
O velho dava umas olhadinhas pra gente. Quando encarado, desviava o olhar.
Dormi 20 minutos e estávamos na serra.
- Oi.
- Oi.
- Não consegue dormir?
- Não. Acho que esse velho é o Carlos Heitor Cony. Vê.
Olho.
- Não sei a cara dele.
- É a cara desse velho.
- Acho que deve ser, sim. Li alguma coisa que ele morava em Petrópolis.
Olho de novo.
- Que merda. O Cony, e ficamos chamando ele de velho. Será que ele ficou ofendido? Ah, foda-se. Vou continuar chamando de velho. Ó, não pára de olhar pra cá. Por que que ele fica olhando pra cá?
(...)
- Eros e Psiquê, Perséfone e Hades, Afrodite e...?
- Não sei.
- Afrodite com quem? Não consigo lembrar.
- Pergunta pro Cony. Cutuca ele. Ele deve saber.
- Lookie. Um velho de chapéu. Adoro velhos de chapéu. Que ainda usem chapéu.
Entramos no ônibus. O velho sentou na poltrona do outro lado. Entabulamos aquela animada conversa de bullshit intercalada com reclamações da idiotice humana.
O velho dava umas olhadinhas pra gente. Quando encarado, desviava o olhar.
Dormi 20 minutos e estávamos na serra.
- Oi.
- Oi.
- Não consegue dormir?
- Não. Acho que esse velho é o Carlos Heitor Cony. Vê.
Olho.
- Não sei a cara dele.
- É a cara desse velho.
- Acho que deve ser, sim. Li alguma coisa que ele morava em Petrópolis.
Olho de novo.
- Que merda. O Cony, e ficamos chamando ele de velho. Será que ele ficou ofendido? Ah, foda-se. Vou continuar chamando de velho. Ó, não pára de olhar pra cá. Por que que ele fica olhando pra cá?
(...)
- Eros e Psiquê, Perséfone e Hades, Afrodite e...?
- Não sei.
- Afrodite com quem? Não consigo lembrar.
- Pergunta pro Cony. Cutuca ele. Ele deve saber.
Na fila do McDonald's francês:
- Como será que se chama o Quarterão com Queijo na França?
(pausa. percebimento.)
- Não, não estou fazendo nenhuma referência estúpida. Preciso saber por motivos práticos.
A verdade é que... não tem Quarterão na França. O jeito é pedir dois cheeseburguers (deux tchisburguéurr). E lá o McDonald's tem apelido: McDo (mecdô). Eles tentam se camuflar na paisagem para não serem apedrejados pelo Bové e não usam aquelas cores horrivelmente chamativas. O vermelho do logotipo vira um maroon bem discreto. O uniforme também é afrancesado.
- Como será que se chama o Quarterão com Queijo na França?
(pausa. percebimento.)
- Não, não estou fazendo nenhuma referência estúpida. Preciso saber por motivos práticos.
A verdade é que... não tem Quarterão na França. O jeito é pedir dois cheeseburguers (deux tchisburguéurr). E lá o McDonald's tem apelido: McDo (mecdô). Eles tentam se camuflar na paisagem para não serem apedrejados pelo Bové e não usam aquelas cores horrivelmente chamativas. O vermelho do logotipo vira um maroon bem discreto. O uniforme também é afrancesado.
Espiral
Se você gosta de sentir medo com a Samara/Sadako e sabe inglês:
Uzumaki - Volume 01 [MangaReactor].rar
Uzumaki - Volume 02 [MangaReactor].rar
Uzumaki.-.Volume.03.[MangaReactor].rar
(links do Emule. Se não sabe o que é Emule, descubra aqui)
Na Inglaterra isto estava vendendo por 15 libras a edição, se não me engano. Uma cidadezinha é contaminada por espirais. O crematório começa a soltar fumaça em espiral, pessoas começam a extirpar partes do corpo com espiral (olhe bem pro seu dedão), outros viram caramujos.
Quando li, tive dificuldades pra dormir no meu quarto com o conjunto kitsch cama/penteadeira/espelho pavão (i.e. decorados com espirais) e o edredom de arabescos. Dormi num cantinho do colchão.
Se você gosta de sentir medo com a Samara/Sadako e sabe inglês:
Uzumaki - Volume 01 [MangaReactor].rar
Uzumaki - Volume 02 [MangaReactor].rar
Uzumaki.-.Volume.03.[MangaReactor].rar
(links do Emule. Se não sabe o que é Emule, descubra aqui)
Na Inglaterra isto estava vendendo por 15 libras a edição, se não me engano. Uma cidadezinha é contaminada por espirais. O crematório começa a soltar fumaça em espiral, pessoas começam a extirpar partes do corpo com espiral (olhe bem pro seu dedão), outros viram caramujos.
Quando li, tive dificuldades pra dormir no meu quarto com o conjunto kitsch cama/penteadeira/espelho pavão (i.e. decorados com espirais) e o edredom de arabescos. Dormi num cantinho do colchão.
15.10.05
Iluminação
Bater os olhos e saber se é bom pelos parágrafos, local das vírgulas, travessões, tamanhos de blocos de texto, parêntesis. O jeito como se fala ser muito mais importante que o conteúdo: melodia, interesse, instigação. A angulação da roupa muito mais pertinente que tendências, a comida ao clima, a criação à cria.
Slide
Bater os olhos e saber se é bom pelos parágrafos, local das vírgulas, travessões, tamanhos de blocos de texto, parêntesis. O jeito como se fala ser muito mais importante que o conteúdo: melodia, interesse, instigação. A angulação da roupa muito mais pertinente que tendências, a comida ao clima, a criação à cria.
Slide
12.10.05
Ando achando todas as pessoas do mundo chatas, inclusive eu. É uma evolução. Quando eu era adolescente eu achava todos ridículos, menos eu.
Fico pensando em como sair dessa. Não consigo conviver com chatice, sabe? Penso em sair de casa, mas aí teria que lidar com um número maior de chatos na rua. E ficaria morrendo de vontade de voltar para casa, onde só tem uma chata.
Dentro das minhas classificações de chatice, existem categorias que aprecio e outras de chatos deploráveis. Gosto de chatices raras; gente que é estritamente ética, por exemplo, e fala mal de tudo com cara feia. Quanto aos exemplos de chatice detestada, nem vou me estender porque me dão náuseas. Digo só que o tipo de chato mais detestável é aquele cuja chatice ele mesmo julga incomum e exclusiva, mas é completamente ordinária - existem milhares de chatos iguais pensando a mesma coisa.
E este post saiu chato, mas como sou chata, posto mesmo assim.
Fico pensando em como sair dessa. Não consigo conviver com chatice, sabe? Penso em sair de casa, mas aí teria que lidar com um número maior de chatos na rua. E ficaria morrendo de vontade de voltar para casa, onde só tem uma chata.
Dentro das minhas classificações de chatice, existem categorias que aprecio e outras de chatos deploráveis. Gosto de chatices raras; gente que é estritamente ética, por exemplo, e fala mal de tudo com cara feia. Quanto aos exemplos de chatice detestada, nem vou me estender porque me dão náuseas. Digo só que o tipo de chato mais detestável é aquele cuja chatice ele mesmo julga incomum e exclusiva, mas é completamente ordinária - existem milhares de chatos iguais pensando a mesma coisa.
E este post saiu chato, mas como sou chata, posto mesmo assim.
9.10.05
As Frenéticas
Eu andei pesquisando umas coisas bizarras por motivos bizarros, e por isso acabei caindo, evidentemente, nas Frenéticas. Ouvindo o som que estas magníficas senhoras produziram e deixando minha mente revoar até uma certa festa recente e ainda queimada na retina, cheguei a uma relevantíssima conclusão:
as amigas da minha mãe se parecem com as Frenéticas.
De vez em quando elas voltam, reaparecem no Faustão com meias arrastão, não é? (As Frenéticas, não as amigas da minha mãe) E então você pensa, minha nossa, de onde foram desencavar estas criaturas esquecidas por Deus? E por quê???
É a mesma sensação com as amigas da minha mãe. É impressionante. As poucas que se salvavam já se salvaram, óbvio: não vejo minha mãe andar mais com elas. Sobraram rigorosamente as piores dentre as piores!
E na tal festa eu pude me deprimir bastante. Por mais que eu tentasse me isolar, aconteceram as seguintes cenas:
Eu me enterrei no quarto com um livro gostoso de ler que graças a Deus eu tinha trazido.
Então chegam algumas mulheres pra deixar as bolsas no cabide (que desafortunadamente ficava no meu quarto). Elas entram, me vêem, e começam a fazer perguntas. Dou respostas polidas. Não satisfeitas, duas delas permanecem no quarto. Tagarelando. Apreciando o ambiente exclusivo. Eu continuo a ler e uma delas repara e troa:
- Ihh, a gente veio acabar com o sossego da Simone!
Então ela bateu palminhas e cantarolou "a-ca-bou sos-se-go" ou algo assim umas duas vezes. Eu fiz tal cara de cu que as duas deixaram o quarto imediatamente.
(Não achei a menor graça na hora. Uma sombra de sorriso normalmente passaria pela minha mente num momento desses, mas estou começando a perder o humor para certas coisas. Não dá pra ser pós-moderna com tudo.)
Mais tarde, minha mãe, numa tentativa de me fazer participar da festa, me fez entrar na cozinha (onde notei que as empregadas - sim, plural, DUAS - estavam usando inéditos uniformes e touca) e confeitar o bolo de chocolate com um maço de mini-confettis. Enquanto eu tentava entender como se abria aquilo, surgiu uma criatura de rosa, acho que pra pegar mais vinho.
- Zzabe com quem vozzê parezze? - engrolou a coisa.
Como não ouviu resposta, ela repetiu, dessa vez encostando-se (melhor seria dizer escorando-se) no meu ombro.
- Zzabe com quem vozzê parezze?
Nada.
- Vozzê parezze com... aquela menina... que lanzzou um cedê agora... a Maria Rita!
(Eu consegui abrir as confettis.)
- Não zzabe? A Maria Rita... aquela cantora... filha da Elis... vozzê não zzabe quem é?
- Sei. (eu espalhava a confetti no bolo como orégano sobre pizza)
- O que foi? Vozzê não gosta dela?
Nada.
- Vozzê acha ela... o quê?
- Você está de rosa. - finalmente o pensamento que ocupava minha mente escapulia pela boca.
- Quêê?
- Você está de rosa - repeti, continuando a confeitar.
- Mas... como azzim, de rozza? Eu tô de rozza...
- Você está toda de rosa.
Demorou, mas uma luz se acendeu naquele pequeno cérebro empoeirado.
- Aah. Minha filha também fica falando, ah mãe, vai zzair toda de rozza. É, as pezzoas da zua idade...
O bolo estava pronto e saí. A mulher se apoiava na bancada da cozinha, e aparentemente falou sozinha on and on.
Não estou brincando, infelizmente. Isso praticamente me incapacitou por uma semana. Fiquei deprimida e apática de verdade, igual aos sintomas (até então) hipotéticos que descrevo no meu livro, e não é nada divertido. Espero que meus personagens saibam me perdoar.
Eu andei pesquisando umas coisas bizarras por motivos bizarros, e por isso acabei caindo, evidentemente, nas Frenéticas. Ouvindo o som que estas magníficas senhoras produziram e deixando minha mente revoar até uma certa festa recente e ainda queimada na retina, cheguei a uma relevantíssima conclusão:
as amigas da minha mãe se parecem com as Frenéticas.
De vez em quando elas voltam, reaparecem no Faustão com meias arrastão, não é? (As Frenéticas, não as amigas da minha mãe) E então você pensa, minha nossa, de onde foram desencavar estas criaturas esquecidas por Deus? E por quê???
É a mesma sensação com as amigas da minha mãe. É impressionante. As poucas que se salvavam já se salvaram, óbvio: não vejo minha mãe andar mais com elas. Sobraram rigorosamente as piores dentre as piores!
E na tal festa eu pude me deprimir bastante. Por mais que eu tentasse me isolar, aconteceram as seguintes cenas:
Eu me enterrei no quarto com um livro gostoso de ler que graças a Deus eu tinha trazido.
Então chegam algumas mulheres pra deixar as bolsas no cabide (que desafortunadamente ficava no meu quarto). Elas entram, me vêem, e começam a fazer perguntas. Dou respostas polidas. Não satisfeitas, duas delas permanecem no quarto. Tagarelando. Apreciando o ambiente exclusivo. Eu continuo a ler e uma delas repara e troa:
- Ihh, a gente veio acabar com o sossego da Simone!
Então ela bateu palminhas e cantarolou "a-ca-bou sos-se-go" ou algo assim umas duas vezes. Eu fiz tal cara de cu que as duas deixaram o quarto imediatamente.
(Não achei a menor graça na hora. Uma sombra de sorriso normalmente passaria pela minha mente num momento desses, mas estou começando a perder o humor para certas coisas. Não dá pra ser pós-moderna com tudo.)
Mais tarde, minha mãe, numa tentativa de me fazer participar da festa, me fez entrar na cozinha (onde notei que as empregadas - sim, plural, DUAS - estavam usando inéditos uniformes e touca) e confeitar o bolo de chocolate com um maço de mini-confettis. Enquanto eu tentava entender como se abria aquilo, surgiu uma criatura de rosa, acho que pra pegar mais vinho.
- Zzabe com quem vozzê parezze? - engrolou a coisa.
Como não ouviu resposta, ela repetiu, dessa vez encostando-se (melhor seria dizer escorando-se) no meu ombro.
- Zzabe com quem vozzê parezze?
Nada.
- Vozzê parezze com... aquela menina... que lanzzou um cedê agora... a Maria Rita!
(Eu consegui abrir as confettis.)
- Não zzabe? A Maria Rita... aquela cantora... filha da Elis... vozzê não zzabe quem é?
- Sei. (eu espalhava a confetti no bolo como orégano sobre pizza)
- O que foi? Vozzê não gosta dela?
Nada.
- Vozzê acha ela... o quê?
- Você está de rosa. - finalmente o pensamento que ocupava minha mente escapulia pela boca.
- Quêê?
- Você está de rosa - repeti, continuando a confeitar.
- Mas... como azzim, de rozza? Eu tô de rozza...
- Você está toda de rosa.
Demorou, mas uma luz se acendeu naquele pequeno cérebro empoeirado.
- Aah. Minha filha também fica falando, ah mãe, vai zzair toda de rozza. É, as pezzoas da zua idade...
O bolo estava pronto e saí. A mulher se apoiava na bancada da cozinha, e aparentemente falou sozinha on and on.
Não estou brincando, infelizmente. Isso praticamente me incapacitou por uma semana. Fiquei deprimida e apática de verdade, igual aos sintomas (até então) hipotéticos que descrevo no meu livro, e não é nada divertido. Espero que meus personagens saibam me perdoar.
3.10.05
Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?
é mais um filme japonês pós-apocalíptico. Fico abismada como conseguem fazer tantos filmes japoneses pós-apocalípticos sem que um repita o outro.
Seguinte: o mundo está sendo assolado pela chamada "Síndrome de Lemming", um vírus que causa compulsão de suicídio. Nesse contexto, um grupo eletrônico experimental ao extremo, o Stepin Fetchit, isola-se no hostel sem hóspedes da mãe de um deles, no meio do nada, coletando sons pós-apocalípticos para suas composições. Chega um velho trazendo uma mocinha amarrada e dizendo que a música do Stepin Fetchit pode aliviar os sintomas da síndrome na mocinha que é a neta dele.
Este aqui só podia assistir quem gostasse de música eletrônica. Os velhos sofreram. (E aqui entraria o grande detour politicamente correto para fazer notar que provavelmente nem todos os velhos odeiam música eletrônica, ou que algum velho deve gostar um pouco, mas não estou com vontade.) Eles sofreram mesmo. Calvário. Teve uma cena de, sei lá, quase cinco minutos mostrando uma determinada experimentação do Stepin Fetchit que incluía um arco de violino, um cabo metálico grosso bem esticado e pedais - três pedais - distorcendo cada vez mais o som. Prova de fogo. Só essa cena eliminou umas duas velhas da audiência.
O Stepin Fetchit também desmontou um ventilador, retirando as pás e amarrando mangueiras zunidoras no lugar; prendeu conchas num varal com correntes e pregadores e gravou o som da pira funerária de um de seus componentes.
O Stepin Fetchit não existe na vida real, e nem encontrei a trilha do filme. Mas caso queira ter uma idéia, baixe alguma coisa do Bardo Pond. Eu adoro Bardo Pond.
Algumas músicas "Stepin Fetchit" do Bardo Pond:
Chomp
Vent
Lull
FUFO (cara, eu adoro FUFO. FUFO quer dizer FUll Fuzing Options - "opções de detonação completa" para uma bomba nuclear, por exemplo. Bem pós-apocalíptico.)
O Bardo Pond tem outras músicas mais melosas - mais agradáveis. Mas aí não atende ao objetivo de emular o Stepin Fetchit. Sinta-se uma velha!
é mais um filme japonês pós-apocalíptico. Fico abismada como conseguem fazer tantos filmes japoneses pós-apocalípticos sem que um repita o outro.
Seguinte: o mundo está sendo assolado pela chamada "Síndrome de Lemming", um vírus que causa compulsão de suicídio. Nesse contexto, um grupo eletrônico experimental ao extremo, o Stepin Fetchit, isola-se no hostel sem hóspedes da mãe de um deles, no meio do nada, coletando sons pós-apocalípticos para suas composições. Chega um velho trazendo uma mocinha amarrada e dizendo que a música do Stepin Fetchit pode aliviar os sintomas da síndrome na mocinha que é a neta dele.
Este aqui só podia assistir quem gostasse de música eletrônica. Os velhos sofreram. (E aqui entraria o grande detour politicamente correto para fazer notar que provavelmente nem todos os velhos odeiam música eletrônica, ou que algum velho deve gostar um pouco, mas não estou com vontade.) Eles sofreram mesmo. Calvário. Teve uma cena de, sei lá, quase cinco minutos mostrando uma determinada experimentação do Stepin Fetchit que incluía um arco de violino, um cabo metálico grosso bem esticado e pedais - três pedais - distorcendo cada vez mais o som. Prova de fogo. Só essa cena eliminou umas duas velhas da audiência.
O Stepin Fetchit também desmontou um ventilador, retirando as pás e amarrando mangueiras zunidoras no lugar; prendeu conchas num varal com correntes e pregadores e gravou o som da pira funerária de um de seus componentes.
O Stepin Fetchit não existe na vida real, e nem encontrei a trilha do filme. Mas caso queira ter uma idéia, baixe alguma coisa do Bardo Pond. Eu adoro Bardo Pond.
Algumas músicas "Stepin Fetchit" do Bardo Pond:
Chomp
Vent
Lull
FUFO (cara, eu adoro FUFO. FUFO quer dizer FUll Fuzing Options - "opções de detonação completa" para uma bomba nuclear, por exemplo. Bem pós-apocalíptico.)
O Bardo Pond tem outras músicas mais melosas - mais agradáveis. Mas aí não atende ao objetivo de emular o Stepin Fetchit. Sinta-se uma velha!
1.10.05
Encontrei um quarto escuro, peguei um travesseiro e me enrolei no edredom. Mas não dormi. A festa estava num estágio de embriaguez eufórica (logo antes de bater a depressão) em que o barulho era tonitruante. O problema não era o volume; era a untuosidade dos causos selecionados para mostrar que Eu Sou Foda, um tentando se sobrepor ao outro.
Eu estava ouvindo a Fran Drescher conversar com o Capitão Gancho com ocasionais apartes de uma débil mental.
Considerei circular com a câmera, adicionar um jazz e montar o mais novo filme de Walter Hugo Khouri, mas nessa hora o edredom já estava quentinho e preferi continuar onde estava.
Eu estava ouvindo a Fran Drescher conversar com o Capitão Gancho com ocasionais apartes de uma débil mental.
Considerei circular com a câmera, adicionar um jazz e montar o mais novo filme de Walter Hugo Khouri, mas nessa hora o edredom já estava quentinho e preferi continuar onde estava.
Corpse Bride
Resume-se em: vejam.
Um pouco mais? "Animação em stop-motion do Tim Burton com dublagem de Johnny Depp, Helena Bonham-Carter e Emily Watson, e inspirado numa lenda russa do século XIX."
É fofo e mórbido, como seria de se esperar. Estranhei as pessoas não rirem tanto. Eu ri o tempo todo como uma criança.
Resume-se em: vejam.
Um pouco mais? "Animação em stop-motion do Tim Burton com dublagem de Johnny Depp, Helena Bonham-Carter e Emily Watson, e inspirado numa lenda russa do século XIX."
É fofo e mórbido, como seria de se esperar. Estranhei as pessoas não rirem tanto. Eu ri o tempo todo como uma criança.
se uma árvore cai no meio da floresta
Eu tenho o dom de conseguir ser odiada e (1) nem perceber a princípio (2) quando perceber, séculos após o evento original, não saber porquê. Finalmente, eu descubro toda uma história enterrada a dois palmos da superfície, que era sobre mim e comigo, porém sem minha participação. É mais ou menos como se eu fosse convidada especial do delírio paranóico do próximo.
Quando eu escrevia para o jornal baiano, fiz uma coluna contando que tinha sido convidada para escrever contos para um site administrado por indies. Os contos eram representações alegóricas de álbuns musicais. Escrevi (e era verdade) que eu estava feliz por poder pegar todos os álbuns eletrônicos, já que a preferência dos demais escritores eram álbuns alternativos e independentes de que eu sequer havia ouvido falar. Portanto, indies.
Uns 15 dias depois de publicada a coluna, mandei um email para o tal site perguntando quando meu novo conto-álbum (já enviado fazia algum tempo) entraria no ar. Nenhuma resposta. Mandei outro uma semana depois. Nada. Depois disso acho que o site onde estocávamos os contos sumiu. "Que gente desorganizada", pensei, feliz por ter menos uma responsabilidade, frívola que só.
Só muito tempo depois é que me bateu: depois da coluna publicada, um leitor meio stick-up-his-ass do jornal tinha me escrito reclamando (1) que eu chamara uma banda pelo nome do álbum e (2) do rótulo de indie que eu tinha aplicado, segundo ele, incorretamente. (Eu não tinha idéia de que os indies, como os existencialistas, recusavam o próprio nome.) Percebi meses depois que ele devia ter escrito também para os meus colegas indies (a URL constava da coluna) e me delatado; eles devem ter ficado com ódio e me expulso do clubinho por causa da traição. E se eu não tinha noção da "traição", muito menos do "castigo". Passou completamente em branco. Se eles tivessem me escrito, xingando que fosse, eu poderia ter tido a chance de pensar em riscar o pezim no chão: desculpa, vá...
Mas a verdade é que eu provavelmente não faria isso. Vai ser sensível assim lá longe.
Eu tenho o dom de conseguir ser odiada e (1) nem perceber a princípio (2) quando perceber, séculos após o evento original, não saber porquê. Finalmente, eu descubro toda uma história enterrada a dois palmos da superfície, que era sobre mim e comigo, porém sem minha participação. É mais ou menos como se eu fosse convidada especial do delírio paranóico do próximo.
Quando eu escrevia para o jornal baiano, fiz uma coluna contando que tinha sido convidada para escrever contos para um site administrado por indies. Os contos eram representações alegóricas de álbuns musicais. Escrevi (e era verdade) que eu estava feliz por poder pegar todos os álbuns eletrônicos, já que a preferência dos demais escritores eram álbuns alternativos e independentes de que eu sequer havia ouvido falar. Portanto, indies.
Uns 15 dias depois de publicada a coluna, mandei um email para o tal site perguntando quando meu novo conto-álbum (já enviado fazia algum tempo) entraria no ar. Nenhuma resposta. Mandei outro uma semana depois. Nada. Depois disso acho que o site onde estocávamos os contos sumiu. "Que gente desorganizada", pensei, feliz por ter menos uma responsabilidade, frívola que só.
Só muito tempo depois é que me bateu: depois da coluna publicada, um leitor meio stick-up-his-ass do jornal tinha me escrito reclamando (1) que eu chamara uma banda pelo nome do álbum e (2) do rótulo de indie que eu tinha aplicado, segundo ele, incorretamente. (Eu não tinha idéia de que os indies, como os existencialistas, recusavam o próprio nome.) Percebi meses depois que ele devia ter escrito também para os meus colegas indies (a URL constava da coluna) e me delatado; eles devem ter ficado com ódio e me expulso do clubinho por causa da traição. E se eu não tinha noção da "traição", muito menos do "castigo". Passou completamente em branco. Se eles tivessem me escrito, xingando que fosse, eu poderia ter tido a chance de pensar em riscar o pezim no chão: desculpa, vá...
Mas a verdade é que eu provavelmente não faria isso. Vai ser sensível assim lá longe.
As paradas de 1980 a 1989 abrigam uma quantidade absurda de músicas geradoras de futuros samples.
Experimente baixar estas aqui e confira:
Another one bites the dust (Queen) -----> 2345678 - Gabriel o Pensador.
Upside down (Diana Ross) ----> não lembro mas tocou como praga nas rádios faz um tempo.
Superfreak (Rick James) gerou a "Can't touch this" e posteriormente, "Xereta" - Claudinho e Buchecha.
Heaven is a place on earth - Belinda Carlisle ---> Halcyon ao vivo - Orbital.
Experimente baixar estas aqui e confira:
Another one bites the dust (Queen) -----> 2345678 - Gabriel o Pensador.
Upside down (Diana Ross) ----> não lembro mas tocou como praga nas rádios faz um tempo.
Superfreak (Rick James) gerou a "Can't touch this" e posteriormente, "Xereta" - Claudinho e Buchecha.
Heaven is a place on earth - Belinda Carlisle ---> Halcyon ao vivo - Orbital.
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