back to basics
Andei em trens, usei cachecóis e trotei por calçadas não-rachadas por algum tempo, mas agora estou de volta. Sempre soube que até no melhor dos mundos existem detalhes desagradáveis, mas agora sei que terei que fazer o possível a partir daqui mesmo. Porque essa é a minha casa. Talvez eu mude de cidade ou estado para parir, mas ainda vai ser Brasil.
Ontem pus no papel (no GoogleDocs, na verdade) o final de um conto que, no presente estado, é páreo para o Conto Japonês, até então meu preferido. Não sei se chamo esse conto de Concurso ou Marionete.
Preciso trabalhar muito, pois quero ver o Amostragem complexa terminado até novembro.
Estou lendo um romance nacional recente medonho. É bom ler um romance ruim de vez em quando. Assim você sente alguma empatia para com o seu futuro leitor - você não vai querer que ninguém se sinta assim ao ler o seu livro. Se conseguir destrinchar o motivo da ruindade do livro, você pode tentar evitar os mesmos pecados do autor.
Minha escrita está num momento tão peculiar que nem sei como descrever. A viagem me ajudou a enxergar melhor o que estou fazendo, a ver o que funciona ou não e porquê.
Ao contrário do que se pensa, para sair da estrutura básica do texto é preciso mais rigor do que aquele necessário para continuar nela.
Algumas leituras recentes, umas ruins e outras boas, me ensinaram isso: não se pode costurar algumas cenas soltas de "coisas legais" e esperar que os críticos ou leitores enxerguem um sentido que nem você conseguiu ver. Se você nem isso espera, não pense que está sendo pós-moderno; tão somente preguiçoso ou sacaneando o seu leitor (a não ser que ele goste, o pervertido).