18.12.07

Acabo de mediunizar aqui um dos grandes problemas da literatura brasileira.
Todo mundo tenta ser profundo, seguindo o modelo europeu; mas aqui, a questão é ser raso. A questão é revolver o que está abaixo da superfície. Como numa psicanálise, não é bom jogar na cara das pessoas o ridículo do que andam fazendo; é preciso fazê-las descobrir, como quem lê uma trama. E nada melhor para enredar as pessoas numa trama do que ficção.
É o óbvio óbvio de Nelson Rodrigues, tão mal-compreendido que hoje sua obra é tratada como uma sacanagenzinha cult, inclusive pelas editoras.