Um amigo me fez narrar toda minha spring break de inverno (que terminou 1 semana após minha entrada no Emprego Estável) e percebi que isso - narrar, eu digo - me fez bem. Ele logo apontou: one of these things is not like the other. E eu concordei. Percebi também, conversando com ele, que jamais, jamais posso relaxar meu autocontrole, e, sabendo disso desde pequena, nunca devia ter caído nessa de "dar só uma espiada" (no abismo) e sim ter continuado com meus exorcismos de sempre.
É tudo muito fácil para uma esquizoide - alguém cuja empatia não vem de fábrica -, até que você percebe que deixou escapar um detalhe por demais importante, correndo o risco de parecer que pensa que é tudo a mesma coisa, quando não pensa, e se ferra bonito, levantando estilhaços que não dá nem para chamar de dano colateral.
Quero esse poder não, obrigada.
Vou ficar bem quietinha e assalariada, e nas folgas vou me submeter aos mesmos exorcismos de sempre. Porque lembrei que decidi ser uma pessoa boa a despeito de qualquer oligarquismo atávico - desde os cinco anos de idade.
Ontem fui a uma festa da minha família e perguntei do meu avô caçador para os meus tios; joguei videogame contra meu padrinho, e perdi; prometi à mulher dele ajudá-la a arrumar adoção para uns gatos. E eu estava gostando. Fiquei com pena de ir para casa. É mesmo uma decisão, questão de empenho, de foco.
Como diz o Ismar: tá tudo bem.
Mas que era uma boa hora para ser poeta, era.