12.7.10

Darel

Estava eu indo pro dentista quando vejo passar um 326 com busdoor anunciando exposição do Darel (Valença Lins). Na verdade, vi primeiro a ilustração, reconheci como sendo dele, e só aí, já empolgada, é que fui ler os dizeres do cartaz. Não é pra qualquer um, vai - digo, ter um estilo tão único que é reconhecível mesmo estampado num busdoor furtivo às duas da tarde na Perimetral.
Darel está no Caixa Cultural - exatamente em frente ao meu dentista. Tive goosebumps com a coincidência.
Aí cheguei lá e nenhum museu abre segunda. Fuén. Depois vou.

Descobri o Darel Valença Lins enquanto paginava jornais atrás de jornais dos anos 80 na Biblioteca Nacional para a editora Azougue. Os cadernos de cultura eram mais recheados naquela época, e bastou uma ou duas reproduções em preto e branco para eu cair de amores pela obra dele e procurar mais na internet. Fiz um post dizendo que ele tinha desenhado uma Maria Luiza (de A feia noite) muito melhor que eu. Depois ele descobriu meu post e me escreveu. Aí eu dei o nome dele pro protagonista do conto Herói, escrito para uma antologia erótica da Azougue que nunca saiu, mas que acabou entrando no Amostragem complexa (ei, eu preciso tirar nomes legais de algum lugar).
Só não entendi a onda BBB de identificá-lo apenas pelo primeiro nome. Mas ok, o que importa é o conteúdo.

E tome reprise da faixa-bônus do Amostragem, caso alguém não conheça.

P.S.: aproveitando a onda de dizer de onde tiro o nome dos meus protagonistas masculinos, revelo que o Miguel do Conto japonês (Mousmé) é inspirado no Miguel dos Karas (do Pedro Bandeira), e o menino gordinho que aparece no Segundo andar é minha versão carioca e classe média do Bolachão da Turma do Gordo (do João Carlos Marinho). Pronto, danei-me para sempre; posso ir dormir.