26.2.06

Carnaval pra mim é assim

A cidade fica diferente essa época. O vento pára e fica quente mesmo sem sol. Você vê estopas no chão e estilhaços nas esquinas. Cheira a protetor solar e queimado - álcool, nos elevadores e orelhões. Não tem ninguém na rua, estão todos em outro lugar o qual não se sabe. O silêncio é mortal. Aqui e ali se vê um mendigo, uma bermuda cítrica adolescente. No domingo a calçada vai estar cheia de cocô de cachorro e confetti pisados, e então você vai ouvir vozes isoladas discutindo engrolado. Sirenes. Helicópteros e aviões no céu, o tempo todo.

(Agora é realmente fashion detestar o carnaval, e eu pessoalmente nem sempre detestei; quando era pequena e não entendia as implicações.)