Depois que li Cthulhu, fiquei lembrando de um trecho de A feia noite:
Deuses extintos, sólidos e onipresentes, orquestravam a violência, desorientando os caçadores uns contra os outros; revanche contra a insignificância luminosa dos engenhos atados ao topo de suas cabeças, e contra aqueles que não pegavam o verdadeiro espírito, abrindo a boca em êxtase para chamá-los, e a todos os seus domínios, maravilhas. De cima era perceptível: as praias eram frias e ameaçadores os malabares de espuma branca, e para não acreditar tanto nisso, todos lhes davam as costas, como no passado, até amanhecer. As vias podiam enrolar-se como uma esteira e tragar o que quer que estivesse por cima; florestas abriam-se nos lugares mais impróprios; os lugares mais ruidosos revelavam-se na verdade os mais silenciosos, e a resposta dos ignorantes era fazer dos lugares mais silenciosos os mais barulhentos. Mas os deuses se riem dessa mímica ingênua de civilização, o anúncio exultante de que agora todos os vulcões estão extintos, quando por baixo da crosta corre a lava preta.