Sabe o que me dá arrepios? Sambas que antropomorfizam o samba - aqueles que fazem o ouvinte pensar no samba como uma pessoa. Por exemplo:
"Eu sou o samba/Sou natural aqui do Rio de Janeiro"
(em primeira pessoa!)
ou
"Quem nasce lá na Vila/Nem sequer vacila/Ao abraçar o samba"
ou
"É que o samba chegou agora"
ou
"Não deixa o samba morrer"
ou
"Disseram que o samba se perdeu/Onde será que ele está?"
Mas o campeão de creepiness é com certeza
"O samba ainda vai nascer/O samba ainda não chegou"
Como assim, um samba sobre a presente inexistência do samba? Lemniscata, dude.
Me dá um medo. Serinho. Como se não bastasse, quase todos eles (e outros) falam de uma tristeza enorme a reboque dessa tal pessoa-samba.
Felizmente, Rogério Skylab compartilha da minha estranheza, senão não teria criado essas duas pérolas:
"Não deixa não, o samba morrer/O samba chegou/o samba é você."
e
"O samba é totalmente nerd."
Com tudo isso, não faço a mínima questão e conhecer essa pessoa, seja lá quem ela realmente for.