Hackers... Estão em todo lugar.
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar
no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e
tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente."
Carlos Drummond de Andrade
Feliz Natal!
Pozdrevlyayu s prazdnikom Rozhdestva i s Novim Godom! :)
26.12.01
21.12.01
Ruiva
Passei Wellaton vermelho intenso 466 no cabelo... Não ficou lá muito intenso... Pelo menos não fez nenhum estrago.
Tem até uns loucos dizendo que ficou legal. Sei não. Quando fiz, nem deu pra perceber. Mas, na primeira lavagem... surpresa! Ficou um pouco mais vermelho. Quem sabe depois de umas cinco lavagens não acabo uma Dana Scully.
Passei Wellaton vermelho intenso 466 no cabelo... Não ficou lá muito intenso... Pelo menos não fez nenhum estrago.
Tem até uns loucos dizendo que ficou legal. Sei não. Quando fiz, nem deu pra perceber. Mas, na primeira lavagem... surpresa! Ficou um pouco mais vermelho. Quem sabe depois de umas cinco lavagens não acabo uma Dana Scully.
28.10.01
Fatboy Slim
A pleiboizada que estava lá esperou cinco horas achando que ia ver o seguinte:
Fatboy Slim entra no palco de macacão fosforescente, dá uma estrela, agarra o microfone e diz... "hello brazil! you know it's a great thrill to be here... this is a great country...i've learned some words during my stay... caipirinha, samba, feijoada. obrigado brazil!"... aí atacaria de "Rockafeller skank", depois "Praise you", depois não se sabia mais o que esperar...
Mas ele nunca foi dessas palhaçadas, então... Foi com uma camisa de botões, ficou mexendo nas pick-ups como os outros (bons!) DJ's, e inventou um techno-samba especialmente para nós, brazucas. Dele mesmo, apenas músicas desconhecidas: "Everybody needs a 303" e "Star 69", além da frase de efeito "Fatboy Slim is fucking in heaven". Estava felizão e terminou o set com "19/2000", do Gorillaz. Deu tchauzinho e foi, sorrindo.
Por isso, os que esperavam um lado mais mainstream dele ficaram decepcionados e foram embora logo depois que começou sua apresentação. Eu não, mas como tinha dançado demais com os outros DJ's (realmente superaram minha expectativa, especialmente o terceiro), sentei na arquibancada. Estava pregada! Mas as dele eu dancei, claro!
A pleiboizada que estava lá esperou cinco horas achando que ia ver o seguinte:
Fatboy Slim entra no palco de macacão fosforescente, dá uma estrela, agarra o microfone e diz... "hello brazil! you know it's a great thrill to be here... this is a great country...i've learned some words during my stay... caipirinha, samba, feijoada. obrigado brazil!"... aí atacaria de "Rockafeller skank", depois "Praise you", depois não se sabia mais o que esperar...
Mas ele nunca foi dessas palhaçadas, então... Foi com uma camisa de botões, ficou mexendo nas pick-ups como os outros (bons!) DJ's, e inventou um techno-samba especialmente para nós, brazucas. Dele mesmo, apenas músicas desconhecidas: "Everybody needs a 303" e "Star 69", além da frase de efeito "Fatboy Slim is fucking in heaven". Estava felizão e terminou o set com "19/2000", do Gorillaz. Deu tchauzinho e foi, sorrindo.
Por isso, os que esperavam um lado mais mainstream dele ficaram decepcionados e foram embora logo depois que começou sua apresentação. Eu não, mas como tinha dançado demais com os outros DJ's (realmente superaram minha expectativa, especialmente o terceiro), sentei na arquibancada. Estava pregada! Mas as dele eu dancei, claro!
26.10.01
Cada uma
Não lembrava disso, mas minha mãe e avó me lembraram. Coisas de quando eu tinha seis anos.
Eu ficava achatando o cabelo da empregada e elogiava: "O cabelo da Rosa é cabelinho de Bombril". É sério, eu achava isso elogio.
A professora ensinou a escrever bilhetes e eu escrevi um pro caseiro negro da minha mãe:
"Domilis,
por favor avise à mamãe que a escravidão já acabou.
Ass: Simone."
Minha tia cortou o cabelo e me perguntaram: "você gostou?" Eu disse: "Gostei. Tá lindo, parece o cabelo do Djavan".
Eu era terrível.
Não lembrava disso, mas minha mãe e avó me lembraram. Coisas de quando eu tinha seis anos.
Eu ficava achatando o cabelo da empregada e elogiava: "O cabelo da Rosa é cabelinho de Bombril". É sério, eu achava isso elogio.
A professora ensinou a escrever bilhetes e eu escrevi um pro caseiro negro da minha mãe:
"Domilis,
por favor avise à mamãe que a escravidão já acabou.
Ass: Simone."
Minha tia cortou o cabelo e me perguntaram: "você gostou?" Eu disse: "Gostei. Tá lindo, parece o cabelo do Djavan".
Eu era terrível.
22.10.01
Olha eu mãe olha eu!
Minha mãe arranjou um namorado que é a personificação da Chatice, a encarnação da Presunção, o cúmulo da Síndrome dos Dez Irmãos... Sim, como o energúmeno não teve oportunidade de aparecer na infância, está tirando o atraso agora, depois de burro velho... e eu é que tenho que agüentar suas longas e estéreis divagações sobre o marxismo e o existencialismo (enquanto minha mãe o ouve, entre embevecida e desplugada, senão dorme).
Certo é que nunca agüento muito tempo e logo chuto o pau da barraca... Provo pra ele que ele não sabe do que está falando, apenas repete o que algum professor comentou trinta anos atrás (trinta? bondade minha...).
Ele me odeia.
Minha mãe arranjou um namorado que é a personificação da Chatice, a encarnação da Presunção, o cúmulo da Síndrome dos Dez Irmãos... Sim, como o energúmeno não teve oportunidade de aparecer na infância, está tirando o atraso agora, depois de burro velho... e eu é que tenho que agüentar suas longas e estéreis divagações sobre o marxismo e o existencialismo (enquanto minha mãe o ouve, entre embevecida e desplugada, senão dorme).
Certo é que nunca agüento muito tempo e logo chuto o pau da barraca... Provo pra ele que ele não sabe do que está falando, apenas repete o que algum professor comentou trinta anos atrás (trinta? bondade minha...).
Ele me odeia.
Constituição de uma ditadura
Não acertar o relógio pra 10 minutos mais tarde (é doideira)
Não levar só um prato de cada vez para a cozinha (é perda de tempo)
Jamais completar consumação de boate levando latas de refrigerante pra casa (é cafona)
Não dormir de dia ao invés de noite (não é o normal)
Cumprimentar as pessoas olhando para elas (a educação manda)
Não deixar o jornal no chão (estraga a arrumação da casa)
Não deixar o telefone sem fio fora do lugar (senão perde a bateria)
Não acumular roupas sujas (senão vai ficar sem nenhuma)
Tomar banho todos os dias (senão fede)
Não beber direto da garrafa (é falta de educação)
Não andar descalça (senão o pé fica preto)
Não sair mal-vestida ou vestida de modo estranho (senão as pessoas vão olhar e reparar)
Não pagar nada para ninguém (vão te fazer de otária e não vão te pagar)
Não levar dinheiro solto na bolsa (não é chique)
Não ficar o dia inteiro sozinha (não é normal)
Não ficar o dia inteiro dentro de casa (não é saudável)
Não sair sem bolsa (é falta de bom-tom)
Não beber mate do copo plástico (é grosseria)
Não roer unha (senão não arranja namorado)
Não tirar casca de ferida (deixa marcas)
Não sair sem jóias ou bijuterias (é falta de finesse)
Não sair despenteada ou com penteado estranho (é horrível)
Não voltar sem dar relatório de onde esteve (é um ato anti-social)
Não acertar o relógio pra 10 minutos mais tarde (é doideira)
Não levar só um prato de cada vez para a cozinha (é perda de tempo)
Jamais completar consumação de boate levando latas de refrigerante pra casa (é cafona)
Não dormir de dia ao invés de noite (não é o normal)
Cumprimentar as pessoas olhando para elas (a educação manda)
Não deixar o jornal no chão (estraga a arrumação da casa)
Não deixar o telefone sem fio fora do lugar (senão perde a bateria)
Não acumular roupas sujas (senão vai ficar sem nenhuma)
Tomar banho todos os dias (senão fede)
Não beber direto da garrafa (é falta de educação)
Não andar descalça (senão o pé fica preto)
Não sair mal-vestida ou vestida de modo estranho (senão as pessoas vão olhar e reparar)
Não pagar nada para ninguém (vão te fazer de otária e não vão te pagar)
Não levar dinheiro solto na bolsa (não é chique)
Não ficar o dia inteiro sozinha (não é normal)
Não ficar o dia inteiro dentro de casa (não é saudável)
Não sair sem bolsa (é falta de bom-tom)
Não beber mate do copo plástico (é grosseria)
Não roer unha (senão não arranja namorado)
Não tirar casca de ferida (deixa marcas)
Não sair sem jóias ou bijuterias (é falta de finesse)
Não sair despenteada ou com penteado estranho (é horrível)
Não voltar sem dar relatório de onde esteve (é um ato anti-social)
19.10.01
Chocolate politicamente correto
Lembra dos cigarrinhos de chocolate da PAN? Pois é, eu descobri que eles ainda existem! E continuam com o mesmo gosto (na minha opinião; meu namorado, o JP, achou diferente). Como somos ambos não-fumantes, resolvemos comprar os de chocolate para tirar uma onda de intelectual. E relembrar a infância, claro.
Mas que decepção! A embalagem mudou e agora diz ROLINHOS, e não CIGARROS, de chocolate! Os anos noventa estragaram o fucking chocolate... Pior ainda, os tais "rolinhos" não possuem mais aquele invólucro imitando cigarro! É uma embalagem sem graça qualquer.
Tem um aviso que mantém o espírito do original: nas mesmas letras do aviso do "MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE...", está escrito: "A CHOCOLATE PAN INFORMA: CHOCOLATE É GOSTOSO E ALIMENTA".
E incorreção política, apesar de fazer mal à saúde, é bem legal às vezes!
Lembra dos cigarrinhos de chocolate da PAN? Pois é, eu descobri que eles ainda existem! E continuam com o mesmo gosto (na minha opinião; meu namorado, o JP, achou diferente). Como somos ambos não-fumantes, resolvemos comprar os de chocolate para tirar uma onda de intelectual. E relembrar a infância, claro.
Mas que decepção! A embalagem mudou e agora diz ROLINHOS, e não CIGARROS, de chocolate! Os anos noventa estragaram o fucking chocolate... Pior ainda, os tais "rolinhos" não possuem mais aquele invólucro imitando cigarro! É uma embalagem sem graça qualquer.
Tem um aviso que mantém o espírito do original: nas mesmas letras do aviso do "MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE...", está escrito: "A CHOCOLATE PAN INFORMA: CHOCOLATE É GOSTOSO E ALIMENTA".
E incorreção política, apesar de fazer mal à saúde, é bem legal às vezes!
17.10.01
Minha página
Fica em www.simonecampos.cjb.net.
Juro que vocês vão gostar. E tem a explicação do nick maya_sibylla.
(PS.: link atualizado.)
Fica em www.simonecampos.cjb.net.
Juro que vocês vão gostar. E tem a explicação do nick maya_sibylla.
(PS.: link atualizado.)
15.10.01
Mafalda
Na época do meu primeiro contato com Mafalda, pensei com meus botões: “ela ficaria feliz de ter visto o Muro de Berlim cair, como eu vi quando tinha a idade dela...”. Mas apesar do imenso sucesso, Quino parou de desenhá-la em 1973. Hoje, depois de devorar o livro que tem todas as tirinhas dela, fiquei pensando no que Mafalda teria a nos dizer sobre a situação atual, ou seja: terrorismo, bombardeio com pacotes de comida, antraz... Será que ela estaria com a idade dos seus pais e já não contestaria mais coisa nenhuma? Ou apenas sonharia, de novo, em impedir a guerra com apelos de cima da sua cadeirinha?
Não sei dizer, não me atrevo a afirmar, mas aposto que daria uma palmada na testa e afirmaria, desconsolada: “Vocês não aprenderam nada, estúpidos?”.
Na época do meu primeiro contato com Mafalda, pensei com meus botões: “ela ficaria feliz de ter visto o Muro de Berlim cair, como eu vi quando tinha a idade dela...”. Mas apesar do imenso sucesso, Quino parou de desenhá-la em 1973. Hoje, depois de devorar o livro que tem todas as tirinhas dela, fiquei pensando no que Mafalda teria a nos dizer sobre a situação atual, ou seja: terrorismo, bombardeio com pacotes de comida, antraz... Será que ela estaria com a idade dos seus pais e já não contestaria mais coisa nenhuma? Ou apenas sonharia, de novo, em impedir a guerra com apelos de cima da sua cadeirinha?
Não sei dizer, não me atrevo a afirmar, mas aposto que daria uma palmada na testa e afirmaria, desconsolada: “Vocês não aprenderam nada, estúpidos?”.
*Livro
Estou escrevendo um livro péssimo. Péssimo, no sentido de “pior que mau”. Um livro muito mau. Mau, no sentido de evil. Enfim... deu pra entender.
Trilogias
*1 - Musicais
Já reparou que os musicais estão voltando, aqui e ali, pelas mãos de diretores geniais? E que, cada vez que um deles sai, é saudado pela crítica equivocada como “a volta dos musicais em grande estilo”? Putz, se é assim, já tivemos uma trilogia da volta dos musicais: “Dançando no escuro” (Lars von Trier), “South Park” e, agora, “Moulin Rouge” (Baz Luhrmann). Se bem que “Moulin Rouge” mais parece uma ópera!
Respectivamente: Dramalhão. Comédia animada. E ópera romântica.
Respectivamente também e na minha opinião, as melhores músicas de cada um. “Cvalda”, “Uncle Fucka” e o “Zidler’s Rap” (que mistura “Lady Marmalade” com acredite se quiser e leia por própria conta, porque é surpresa “Smells like teen spirit”!!!).
*2-Big Brothers
Tá. Além disso, temos a Trilogia Big Brother: “O Show de Truman”, “Pleasantville A vida em preto e branco” e “Matrix”. Precisa dizer mais? Talvez, mas eu tô com preguiça. Pense bem nisso e verás que faz um certo sentido. Só digo, pra não dar uma de incompetente, que em cada um dos três, pessoas são arrancadas de sua normalidade por informações novas sobre o que seria a “realidade real”, sendo perseguidas por causa disso. Em contextos bem diferentes, é claro, mas o miolo do roteiro tá lá, é o mesmo, pode ver.
Estou escrevendo um livro péssimo. Péssimo, no sentido de “pior que mau”. Um livro muito mau. Mau, no sentido de evil. Enfim... deu pra entender.
Trilogias
*1 - Musicais
Já reparou que os musicais estão voltando, aqui e ali, pelas mãos de diretores geniais? E que, cada vez que um deles sai, é saudado pela crítica equivocada como “a volta dos musicais em grande estilo”? Putz, se é assim, já tivemos uma trilogia da volta dos musicais: “Dançando no escuro” (Lars von Trier), “South Park” e, agora, “Moulin Rouge” (Baz Luhrmann). Se bem que “Moulin Rouge” mais parece uma ópera!
Respectivamente: Dramalhão. Comédia animada. E ópera romântica.
Respectivamente também e na minha opinião, as melhores músicas de cada um. “Cvalda”, “Uncle Fucka” e o “Zidler’s Rap” (que mistura “Lady Marmalade” com acredite se quiser e leia por própria conta, porque é surpresa “Smells like teen spirit”!!!).
*2-Big Brothers
Tá. Além disso, temos a Trilogia Big Brother: “O Show de Truman”, “Pleasantville A vida em preto e branco” e “Matrix”. Precisa dizer mais? Talvez, mas eu tô com preguiça. Pense bem nisso e verás que faz um certo sentido. Só digo, pra não dar uma de incompetente, que em cada um dos três, pessoas são arrancadas de sua normalidade por informações novas sobre o que seria a “realidade real”, sendo perseguidas por causa disso. Em contextos bem diferentes, é claro, mas o miolo do roteiro tá lá, é o mesmo, pode ver.
19.9.01
*Botafogo - RJ - Brasil
Botafogo é um bairro cheio de particularidades. Olha isso:
1-Tarde de semana. Voluntários da Pátria (rua movimentada, via arterial), em frente à loja de colchões cujo slogan é "perfeito até para dormir", uma mulher distribui folhetos promocionais. É uma mulher-sanduíche. Ela está (minha nossa) vestida de colchão! Com uma fantasia de colchão, e toda a naturalidade do Universo.
2-Da janela do ônibus, uma padaria jeitosinha. "Desde 1970", anuncia. Logo abaixo, em letras miúdas: "Antiga Padaria do Zezé". Olho para cima... sabe qual o nome atual da padaria do zezé? "SHOPPING DE ALIMENTOS UNIÃO". O que é a globalização...
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
1-Tarde de semana. Voluntários da Pátria (rua movimentada, via arterial), em frente à loja de colchões cujo slogan é "perfeito até para dormir", uma mulher distribui folhetos promocionais. É uma mulher-sanduíche. Ela está (minha nossa) vestida de colchão! Com uma fantasia de colchão, e toda a naturalidade do Universo.
2-Da janela do ônibus, uma padaria jeitosinha. "Desde 1970", anuncia. Logo abaixo, em letras miúdas: "Antiga Padaria do Zezé". Olho para cima... sabe qual o nome atual da padaria do zezé? "SHOPPING DE ALIMENTOS UNIÃO". O que é a globalização...
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*Amendoim da História
Fui avisada de que o Nakayama é o amendoim, não o historiador. O historiador se chama Fukuyama. Esse engano se deve a uma simples troca de fios: eu vivo comendo amendoim Nakayama durante a aula (isso, quando ainda havia aulas -- ha, ha, ha...), inclusive a aula de História.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
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16.9.01
*Leave Home
É a música que inaugura o primeiro cd dos Chemical Brothers. Estava ouvindo ela agora.
Me mudei pra casa do meu pai, onde tem internet, mas antes de escrever aqui eu tinha que me acostumar com a nova máquina: um laptop com Windows 95 em vez de ME, sem gravador de cd, e o que é pior, sem Audio Gallaxy pra baixar minhas mp3.
Ainda assim, eu conquistei algo que me faltava. Paz!
Estou longe da minha mãe, uma criatura intolerante e incompreensível. Somos muito diferentes. Ela vive num mundo cor-de-rosa. Tem mania de Ordem, ou, pelo menos, de Aparência de Ordem.
Eu vivo concebendo atentados contra a Ordem dela, involuntários na maioria das vezes. E me auto-condenei a um exílio político, até pela minha própria segurança.
*O Outro Lado
Sabe o que eu estou lendo? "Mil e Uma Noites", a famosa história de tradição oriental que vai me ajudar a conceber Maria Luiza e seu mundo noturno. Nietzsche criticava a tradição ocidental, e não foi por acaso que escolheu transmitir alguns de seus ensinamentos pela boca do sábio persa Zaratustra -- não esquecendo da estrutura narrativa, absolutamente oriental.
E o mangá da Sakura é ótimo.
*Guerra? Contra quem, cara-pálida?
Nada pode me ajudar mais a entender o momento atual do que escrever sobre ele. Claro que vou ter que colocar isso no meu livro -- "isso" sendo UMA GUERRA CONTRA NÃO SE SABE QUEM. Fantastique. Uma guerra contra não se sabe quem, provavelmente ninguém, porque afinal de contas o ataque foi suicida.
*Caos
Este é o caos. Uma pequena mudança nas condições iniciais de terça-feira, 11 de setembro de 2001, e o mundo todo está de olhos colados à TV, as bolsas despencando, os suicidas adiando suas mortes por falta de público.
*Nakayama
Será assim que se escreve? O nome de um historiador, que (dizem) patrocinado pelos EUA, aceitou decretar o fim da História. E não haveriam mais revoluções, guerras -- mas mortandade e fome sim, apenas bem longe do solo da América.
O castigo veio a Boeing. Pégasos de aço, ensandecidos, se espatifaram contra essa certeza. E ela desabou.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
É a música que inaugura o primeiro cd dos Chemical Brothers. Estava ouvindo ela agora.
Me mudei pra casa do meu pai, onde tem internet, mas antes de escrever aqui eu tinha que me acostumar com a nova máquina: um laptop com Windows 95 em vez de ME, sem gravador de cd, e o que é pior, sem Audio Gallaxy pra baixar minhas mp3.
Ainda assim, eu conquistei algo que me faltava. Paz!
Estou longe da minha mãe, uma criatura intolerante e incompreensível. Somos muito diferentes. Ela vive num mundo cor-de-rosa. Tem mania de Ordem, ou, pelo menos, de Aparência de Ordem.
Eu vivo concebendo atentados contra a Ordem dela, involuntários na maioria das vezes. E me auto-condenei a um exílio político, até pela minha própria segurança.
*O Outro Lado
Sabe o que eu estou lendo? "Mil e Uma Noites", a famosa história de tradição oriental que vai me ajudar a conceber Maria Luiza e seu mundo noturno. Nietzsche criticava a tradição ocidental, e não foi por acaso que escolheu transmitir alguns de seus ensinamentos pela boca do sábio persa Zaratustra -- não esquecendo da estrutura narrativa, absolutamente oriental.
E o mangá da Sakura é ótimo.
*Guerra? Contra quem, cara-pálida?
Nada pode me ajudar mais a entender o momento atual do que escrever sobre ele. Claro que vou ter que colocar isso no meu livro -- "isso" sendo UMA GUERRA CONTRA NÃO SE SABE QUEM. Fantastique. Uma guerra contra não se sabe quem, provavelmente ninguém, porque afinal de contas o ataque foi suicida.
*Caos
Este é o caos. Uma pequena mudança nas condições iniciais de terça-feira, 11 de setembro de 2001, e o mundo todo está de olhos colados à TV, as bolsas despencando, os suicidas adiando suas mortes por falta de público.
*Nakayama
Será assim que se escreve? O nome de um historiador, que (dizem) patrocinado pelos EUA, aceitou decretar o fim da História. E não haveriam mais revoluções, guerras -- mas mortandade e fome sim, apenas bem longe do solo da América.
O castigo veio a Boeing. Pégasos de aço, ensandecidos, se espatifaram contra essa certeza. E ela desabou.
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13.9.01
*Especial Twin Towers
Como não cabia aqui, pus na HP. Clique aqui e veja! www.simonecampos.cjb.net
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. O Especial Twin Towers não está mais na página indicada.)
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. O Especial Twin Towers não está mais na página indicada.)
3.9.01
*Não aporrinharás o próximo
(texto vendável pra revista feminina)
Como é estar dentro de um casal-feliz? Eu pensava que nunca saberia e achava todos eles gosmentos e ridículos (o que também não deixava de ser recalque). Um dia, no entanto, desavisadamente, vim parar dentro de um. Sim, eu sou meio casal-feliz! Estou gosmentamente feliz e não tem nada de errado nisso. Mas pra não torrar a paciência do(s) próximo(s), algumas regras hão por bem serem cumpridas (putz, isso tá certo?).
Vamos às regras:
1-Não se agarre em excesso em lugares públicos.
2-Se alguém estiver falando com vocês, mesmo que o papo esteja chato, não o deixe falando sozinho pra se agarrar com o cara-metade.
3-Quanto às diferenças, não tentem igualá-las – apenas respeitem-nas e respeitem-se. Manter a individualidade é importante.
4-Saia de vez em quando sem ele, pra poder dançar em vez de ficar se agarrando.
5-Não se isole com ele num canto durante festas/viagens.
6-Nem siga-o por toda a parte numa festa ou sítio, por exemplo.
7-Não fique explicando porque vocês são felizes, contando as coisas fofas que ele faz. Todo mundo está vendo que vocês são felizes; se você precisa provar, ou é insegurança ou insatisfação mesmo. Além do mais, isso atrai olho-grande.
8-Não se chame por apelidinhos nem fale com voz tatibitati em público. Vão te zoar.
9-Não falem só um do outro e dos filmes que vocês viram juntos. Existem outras coisas na vida.
10-Não fique tentando manter uma imagem de casal-feliz a qualquer custo. Se ele fizer algo que lhe desagrade pessoalmente, porém em público -- tipo olhar pro decote da sua amiga -- dê um peteleco nele sem pudor.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
Como é estar dentro de um casal-feliz? Eu pensava que nunca saberia e achava todos eles gosmentos e ridículos (o que também não deixava de ser recalque). Um dia, no entanto, desavisadamente, vim parar dentro de um. Sim, eu sou meio casal-feliz! Estou gosmentamente feliz e não tem nada de errado nisso. Mas pra não torrar a paciência do(s) próximo(s), algumas regras hão por bem serem cumpridas (putz, isso tá certo?).
Vamos às regras:
1-Não se agarre em excesso em lugares públicos.
2-Se alguém estiver falando com vocês, mesmo que o papo esteja chato, não o deixe falando sozinho pra se agarrar com o cara-metade.
3-Quanto às diferenças, não tentem igualá-las – apenas respeitem-nas e respeitem-se. Manter a individualidade é importante.
4-Saia de vez em quando sem ele, pra poder dançar em vez de ficar se agarrando.
5-Não se isole com ele num canto durante festas/viagens.
6-Nem siga-o por toda a parte numa festa ou sítio, por exemplo.
7-Não fique explicando porque vocês são felizes, contando as coisas fofas que ele faz. Todo mundo está vendo que vocês são felizes; se você precisa provar, ou é insegurança ou insatisfação mesmo. Além do mais, isso atrai olho-grande.
8-Não se chame por apelidinhos nem fale com voz tatibitati em público. Vão te zoar.
9-Não falem só um do outro e dos filmes que vocês viram juntos. Existem outras coisas na vida.
10-Não fique tentando manter uma imagem de casal-feliz a qualquer custo. Se ele fizer algo que lhe desagrade pessoalmente, porém em público -- tipo olhar pro decote da sua amiga -- dê um peteleco nele sem pudor.
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30.8.01
*Chinfrim
Saí com meus amigos depois de um tempão. O problema foi o lugar que a gente escolheu: a Bunker 94. Quarta-feira, supostamente, devia ser o dia do Marky Mark. Só que ele está de férias! Desavisados, desembolsamos R$13 (ui!) pra ver uns tios cheios de cerveja e umas piranhas baixo nível se contorcendo na pista... Fomos embora exatamente às 2:19. Só dá pra voltar lá quarta 19, que é quando o glorioso Marky volta a tocar...
*Pedestres, tremei!
Afinal, estou tomando minhas aulas teóricas de direção. E logo estarei fazendo as práticas! Por isso, se você tem amor à vida, conserve-se o mais longe possível. Procure, aliás, sequer passar por Botafogo: semana que vem, eu quero ver pista livre!
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
Saí com meus amigos depois de um tempão. O problema foi o lugar que a gente escolheu: a Bunker 94. Quarta-feira, supostamente, devia ser o dia do Marky Mark. Só que ele está de férias! Desavisados, desembolsamos R$13 (ui!) pra ver uns tios cheios de cerveja e umas piranhas baixo nível se contorcendo na pista... Fomos embora exatamente às 2:19. Só dá pra voltar lá quarta 19, que é quando o glorioso Marky volta a tocar...
*Pedestres, tremei!
Afinal, estou tomando minhas aulas teóricas de direção. E logo estarei fazendo as práticas! Por isso, se você tem amor à vida, conserve-se o mais longe possível. Procure, aliás, sequer passar por Botafogo: semana que vem, eu quero ver pista livre!
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27.8.01
*Sangue...
Meu novo look vampiresco do blog agradou ou não? Não sei dizer, mas ficou divertido!
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. O look vampiresco pode ser visto aqui)
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. O look vampiresco pode ser visto aqui)
*Greve
A Universidade Federal do Rio de Janeiro entrou em greve. Logo, estou de férias. Isso parece bom, porém, perto do Natal, eu não estarei de férias como todo mundo, e sim tendo "aulas de reposição"!
*Colunas
Eu sou colunista do jornal "A tarde", da Bahia. Minhas colunas estão arquivadas AQUI. Só não se atreva a lê-las na ordem! Escrevo melhor agora do que antes, porque demorei um pouco a pegar o jeito de colunista (meio diferente do de romancista). Vá na coluna 11, por exemplo, que é bem legal.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. As colunas do jornal A Tarde sumiram-se da internet.)
A Universidade Federal do Rio de Janeiro entrou em greve. Logo, estou de férias. Isso parece bom, porém, perto do Natal, eu não estarei de férias como todo mundo, e sim tendo "aulas de reposição"!
*Colunas
Eu sou colunista do jornal "A tarde", da Bahia. Minhas colunas estão arquivadas AQUI. Só não se atreva a lê-las na ordem! Escrevo melhor agora do que antes, porque demorei um pouco a pegar o jeito de colunista (meio diferente do de romancista). Vá na coluna 11, por exemplo, que é bem legal.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. As colunas do jornal A Tarde sumiram-se da internet.)
*Livro
Estou escrevendo um livro péssimo. Péssimo, no sentido de “pior que mau”. Um livro muito mau. Mau, no sentido de evil. Enfim... deu pra entender.
*Trilogias
1 - Musicais
Já reparou que os musicais estão voltando, aqui e ali, pelas mãos de diretores geniais? E que, cada vez que um deles sai, é saudado pela crítica equivocada como “a volta dos musicais em grande estilo”? Putz, se é assim, já tivemos uma trilogia da volta dos musicais: “Dançando no escuro” (Lars von Trier), “South Park” e, agora, “Moulin Rouge” (Baz Luhrmann). Se bem que “Moulin Rouge” mais parece uma ópera!
Respectivamente: Dramalhão. Comédia animada. E ópera romântica.
Respectivamente também e na minha opinião, as melhores músicas de cada um. “Cvalda”, “Uncle Fucka” e o “Zidler’s Rap” (que mistura “Lady Marmalade” com - acredite se quiser e leia por própria conta, porque é surpresa - “Smells like teen spirit”!!!).
2-Big Brothers
Tá. Além disso, temos a Trilogia Big Brother: “O Show de Truman”, “Pleasantville - A vida em preto e branco” e “Matrix”. Precisa dizer mais? Talvez, mas eu tô com preguiça. Pense bem nisso e verás que faz um certo sentido. Só digo, pra não dar uma de incompetente, que em cada um dos três, pessoas são arrancadas de sua normalidade por informações novas sobre o que seria a “realidade real”, sendo perseguidas por causa disso. Em contextos bem diferentes, é claro, mas o miolo do roteiro tá lá, é o mesmo, pode ver.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
*Trilogias
1 - Musicais
Já reparou que os musicais estão voltando, aqui e ali, pelas mãos de diretores geniais? E que, cada vez que um deles sai, é saudado pela crítica equivocada como “a volta dos musicais em grande estilo”? Putz, se é assim, já tivemos uma trilogia da volta dos musicais: “Dançando no escuro” (Lars von Trier), “South Park” e, agora, “Moulin Rouge” (Baz Luhrmann). Se bem que “Moulin Rouge” mais parece uma ópera!
Respectivamente: Dramalhão. Comédia animada. E ópera romântica.
Respectivamente também e na minha opinião, as melhores músicas de cada um. “Cvalda”, “Uncle Fucka” e o “Zidler’s Rap” (que mistura “Lady Marmalade” com - acredite se quiser e leia por própria conta, porque é surpresa - “Smells like teen spirit”!!!).
2-Big Brothers
Tá. Além disso, temos a Trilogia Big Brother: “O Show de Truman”, “Pleasantville - A vida em preto e branco” e “Matrix”. Precisa dizer mais? Talvez, mas eu tô com preguiça. Pense bem nisso e verás que faz um certo sentido. Só digo, pra não dar uma de incompetente, que em cada um dos três, pessoas são arrancadas de sua normalidade por informações novas sobre o que seria a “realidade real”, sendo perseguidas por causa disso. Em contextos bem diferentes, é claro, mas o miolo do roteiro tá lá, é o mesmo, pode ver.
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24.8.01
*Henfil na China
Juro que não sou de esquerda, juro que não sou de direita. Para mim as posições políticas pouco significam hoje, quando o PMDB aplica a Bolsa-Escola e Lula se abranda para chegar mais perto do pódio... Nada de errado! Para mim estão certíssimos ambos. E eu sou de centro.
Deixa eu chegar logo ao ponto. Eu li "Henfil na China" com uns 12 anos, idade com a qual eu sabia quem eram Roosevelt, Lincoln, Kennedy, Nixon e Reagan... e não tinha idéia de quem era Mao Tsé-Tung. Por isso foi um grande esclarecimento ler algo que vinha de fora da AFP e da Reuters. Um retrato fiel da China de 1977.
Reli "HNC" várias vezes. E hoje peguei nele de novo. Saborear a verve do Henfil... que falta que ele, e tantos outros, nos fazem. Também há o "Diário de um cucaracha", relato dos EUA, mas aí já não há tanta novidade.
Bom, lá vai o bizu; o trechinho que demonstra que Henfil criticou, não se fez de cego pro bem nem pro mal da China.
(continua...)
China entre o bem e o mal
(segundo Henfil)
O BEM: "Nada de cadeia. O assunto é discutido com a comunidade e deve ser uma parada torta. Imagine você pego roubando. Aí reúne todo mundo, sua família, seus vizinhos, todo mundo que vive bem próximo de você, e passa a discutir vários dias com você. Em todos os enfoques, inclusive o político. Só mesmo um masoquista vai roubar de novo e passar pelo vexame e pela discussão com a sua comunidade de novo. E precisa ser completamente maluco de roubar mais ainda só pra cair numa discussão com os camponeses chineses, com os donos da Revolução! Todo dia, depois do trabalho, reunião com o ladrão pra discutir, discutir, discutir o comportamento dele, e toma Mao e toma Marx e toma Lenin. Não há ladrão no mundo que resista a uma madureza destas.
O crime na China, realmente, não compensa."
O MAL: Nesse momento, ele tá contando um filme chinês (fictício) sobre a esquistossomose (real).
"O que mais me impressionou foi o momento em que Mao vai visitar a aldeia. Todos se animam, abrem suas janelas para ver a casa onde Mao vai ficar. Entra uma musica dizendo que "Mao é como o desabrochar das flores". (E a câmara mostra flores se abrindo.) Quando o chefe do posto volta de um encontro com Mao, todos querem apertar a mão que apertou a mão do Mao. O chefe do posto conta que Mao lhe disse que não conseguia dormir pensando na esquistossomose e aí o povo fica emocionadíssimo e alguns limpam as lágrimas reconhecidas. Se dessem uma câmera para os índios eles faziam algo melhor.
O filme se chama "As árvores raquíticas encontram a primavera"."
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com. São dois posts reunidos em um, pois o Desembucha tinha uma ridícula limitação de caracteres por postagem)
Deixa eu chegar logo ao ponto. Eu li "Henfil na China" com uns 12 anos, idade com a qual eu sabia quem eram Roosevelt, Lincoln, Kennedy, Nixon e Reagan... e não tinha idéia de quem era Mao Tsé-Tung. Por isso foi um grande esclarecimento ler algo que vinha de fora da AFP e da Reuters. Um retrato fiel da China de 1977.
Reli "HNC" várias vezes. E hoje peguei nele de novo. Saborear a verve do Henfil... que falta que ele, e tantos outros, nos fazem. Também há o "Diário de um cucaracha", relato dos EUA, mas aí já não há tanta novidade.
Bom, lá vai o bizu; o trechinho que demonstra que Henfil criticou, não se fez de cego pro bem nem pro mal da China.
(continua...)
China entre o bem e o mal
(segundo Henfil)
O BEM: "Nada de cadeia. O assunto é discutido com a comunidade e deve ser uma parada torta. Imagine você pego roubando. Aí reúne todo mundo, sua família, seus vizinhos, todo mundo que vive bem próximo de você, e passa a discutir vários dias com você. Em todos os enfoques, inclusive o político. Só mesmo um masoquista vai roubar de novo e passar pelo vexame e pela discussão com a sua comunidade de novo. E precisa ser completamente maluco de roubar mais ainda só pra cair numa discussão com os camponeses chineses, com os donos da Revolução! Todo dia, depois do trabalho, reunião com o ladrão pra discutir, discutir, discutir o comportamento dele, e toma Mao e toma Marx e toma Lenin. Não há ladrão no mundo que resista a uma madureza destas.
O crime na China, realmente, não compensa."
O MAL: Nesse momento, ele tá contando um filme chinês (fictício) sobre a esquistossomose (real).
"O que mais me impressionou foi o momento em que Mao vai visitar a aldeia. Todos se animam, abrem suas janelas para ver a casa onde Mao vai ficar. Entra uma musica dizendo que "Mao é como o desabrochar das flores". (E a câmara mostra flores se abrindo.) Quando o chefe do posto volta de um encontro com Mao, todos querem apertar a mão que apertou a mão do Mao. O chefe do posto conta que Mao lhe disse que não conseguia dormir pensando na esquistossomose e aí o povo fica emocionadíssimo e alguns limpam as lágrimas reconhecidas. Se dessem uma câmera para os índios eles faziam algo melhor.
O filme se chama "As árvores raquíticas encontram a primavera"."
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23.8.01
22.8.01
*Psicótica nível médio
Detalhe crucial na roupa de uma patricinha, 5 letras: MARCA
Bem-(?) social - preocupação do político, 5 letras: ESTAR (HAHAAHAH)
Aquele que comanda o ritual de religião afro-brasileira, 12 letras: QUIMBANDEIRO
Cantor de "Me Leva", 6 letras: LATINO
Empresa de telefonia de código 23, 7 letras: INTELIG (tossepropagandatosse)
Encanto pessoal, 2 letras: IT
Pronto. Agora o pessoal do caminhãozinho branco pode me levar. Ei, que camisa é essa?
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Bem-(?) social - preocupação do político, 5 letras: ESTAR (HAHAAHAH)
Aquele que comanda o ritual de religião afro-brasileira, 12 letras: QUIMBANDEIRO
Cantor de "Me Leva", 6 letras: LATINO
Empresa de telefonia de código 23, 7 letras: INTELIG (tossepropagandatosse)
Encanto pessoal, 2 letras: IT
Pronto. Agora o pessoal do caminhãozinho branco pode me levar. Ei, que camisa é essa?
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*continuação da psicose...
Eu achei que estava livre. Porém, se fechava os olhos pra dormir, eu via um campo minado imaginário e um mouse irreal a clicar, a clicar incessantemente...
Os quadrados ainda não conseguiram acabar comigo, mas continuam tentando. Faz dois dias, eu encontrei uma antiga coletânea de cruzadas Coquetel feita pela metade. Era nível fácil. Acabei em dois dias.
Hoje passei na banca pra ver se o mangá da Sakura já tinha chegado... não tinha, e... não resisti... comprei uma coletânea nível médio! HAahahahah! Lá vou eu de novo! Haja oculista!
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Os quadrados ainda não conseguiram acabar comigo, mas continuam tentando. Faz dois dias, eu encontrei uma antiga coletânea de cruzadas Coquetel feita pela metade. Era nível fácil. Acabei em dois dias.
Hoje passei na banca pra ver se o mangá da Sakura já tinha chegado... não tinha, e... não resisti... comprei uma coletânea nível médio! HAahahahah! Lá vou eu de novo! Haja oculista!
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*Psicose quadrática!!!
Um dia, sem nada pra fazer, abri o Campo Minado do Windows pra me distrair. Comecei com uma dose leve: iniciante. Depois terminei o tabuleiro intermediário... e algum tempo depois, o experiente. Estava viciadona, queria mais. Logo, personalizei um tabuleiro, tasquei uma dimensão qualquer (1000x1000 quadradinhos, digamos) e 180 minas. Me apareceu um campo imenso e desengonçado. Dificílimo. Não conseguia ganhar.
Assim se iniciou meu processo quadrático-psicótico. Danei a jogar minas nesse campão. Não consegui parar por dois meses inteiros. Viajei pro Chile por dez dias e mal podia me conter. Eu queria MINAS! Mal voltei, já me pluguei de novo no meu vício. E não conseguia ganhar na porcaria do tabuleiro!
Mas fui melhorando aos poucos, e quase um mês depois eu consegui a façanha. Eu GANHEI, sim, senhores, graças a exercícios de lógica matemática dos quais jamais me imaginei capaz...
A esta altura, minhas pálpebras inferiores, estarrecidas, perpetravam movimentos involuntários... Incrédulo, meu indicador recusava a desgrudar-se do mouse e parar de clicar...
Levantei-me de repente e disse a mim mesma: Simone, você tá pronta pra escrever outro livro!
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Assim se iniciou meu processo quadrático-psicótico. Danei a jogar minas nesse campão. Não consegui parar por dois meses inteiros. Viajei pro Chile por dez dias e mal podia me conter. Eu queria MINAS! Mal voltei, já me pluguei de novo no meu vício. E não conseguia ganhar na porcaria do tabuleiro!
Mas fui melhorando aos poucos, e quase um mês depois eu consegui a façanha. Eu GANHEI, sim, senhores, graças a exercícios de lógica matemática dos quais jamais me imaginei capaz...
A esta altura, minhas pálpebras inferiores, estarrecidas, perpetravam movimentos involuntários... Incrédulo, meu indicador recusava a desgrudar-se do mouse e parar de clicar...
Levantei-me de repente e disse a mim mesma: Simone, você tá pronta pra escrever outro livro!
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20.8.01
*A pessoa
Às vezes eu sou meio esquecida. A "pessoa pra quem eu mostrei" meus escritos, meu habitual consultor e namorado se chama João Paulo de Souza Cruz e tem um blog chamado Ex-quase-futuro. O moço é despretensioso (pra mim isso é uma grande qualidade), escreve como jornalista (que é a carreira dele, aliás) mas com um toque pop.
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*Gêmeos, mórbida aparição
Prometi que colocaria de vez em quando um postzinho falando do meu livro novo. Pois lá vai, criei uma dupla: Os Gêmeos. Eles serão amiguinhos de Maria Luiza, a noturna. Criei duas cenas com eles, ficou jóia. Quem disse isso foi a pessoa para quem mostrei.
As cenas não são seguidas. Meu livro não é criado em ordem direta. Primeiro capítulo, segundo, terceiro, último, epílogo. Eu prefiro criar pedaços e depois juntá-los. Como juntá-los, com mais ou menos amarras, é que é o truque. Esse livro, ao contrário do primeiro, vai ter que ficar bem amarrado -- por causa do tema. (Mistério...)
OK, com vocês, um pedacinho dos Gêmeos:
"Maria Luiza o disse olhando pro chão, e chutando uma pedrinha completou seu dito, em voz de confidência: “são os Gêmeos”.
Dois idênticos sorrisos que encaravam a rua à sua frente. Eles andavam com as mãos nos bolsos. Ambas as calças eram larguíssimas e negro-reluzentes."
Pronto! Acabou!
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As cenas não são seguidas. Meu livro não é criado em ordem direta. Primeiro capítulo, segundo, terceiro, último, epílogo. Eu prefiro criar pedaços e depois juntá-los. Como juntá-los, com mais ou menos amarras, é que é o truque. Esse livro, ao contrário do primeiro, vai ter que ficar bem amarrado -- por causa do tema. (Mistério...)
OK, com vocês, um pedacinho dos Gêmeos:
"Maria Luiza o disse olhando pro chão, e chutando uma pedrinha completou seu dito, em voz de confidência: “são os Gêmeos”.
Dois idênticos sorrisos que encaravam a rua à sua frente. Eles andavam com as mãos nos bolsos. Ambas as calças eram larguíssimas e negro-reluzentes."
Pronto! Acabou!
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16.8.01
*Estantânea
Ahh! Comprei uma estante para pôr meus amados livros! Não qualquer estante, mas uma estante piramidal... Estilosa... Ela carrega meus livros com visível prazer. E foi uma pechincha! Duzentinhos. Era de uma mulher que ia se mudar pra França e tinha que se livrar dos móveis.
*Livro de hoje
Terminei de ler "O processo", do Kafka. Dizem que existe um filme, e que é bom. Mas eu adorei o livro, terminei rapidinho -- ao contrário do "Zaratustra" de Nietzsche (ô nome). "Zara" é um livro complicado e cheio de devaneios, mas algumas passagens são bem marcantes, chegaram a me fazer chorar. Enquanto o de Kafka... Gente, é o pesadelo dos meus sonhos. E não se trata de um livro sobre leis absurdas ou o processo obtuso da justiça... não apenas!
No livro, o processado K. procura de todos os meios sair de um processo do qual ele nem sabe o motivo! Mas o livro insinua que o motivo seria a própria vida dele. Ou seja, conforme K. vai se esforçando pra sair do processo, mais "delitos" ele vai cometendo em sua existência... acabando por ser condenado.
Fantástico, porque a vida parece ser, às vezes, um processo absurdo contra a nossa pessoa. Temos que provar que somos alguma coisa todo o tempo -- ainda mais em tempos como esses, tão privados de privacidade...
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*Livro de hoje
Terminei de ler "O processo", do Kafka. Dizem que existe um filme, e que é bom. Mas eu adorei o livro, terminei rapidinho -- ao contrário do "Zaratustra" de Nietzsche (ô nome). "Zara" é um livro complicado e cheio de devaneios, mas algumas passagens são bem marcantes, chegaram a me fazer chorar. Enquanto o de Kafka... Gente, é o pesadelo dos meus sonhos. E não se trata de um livro sobre leis absurdas ou o processo obtuso da justiça... não apenas!
No livro, o processado K. procura de todos os meios sair de um processo do qual ele nem sabe o motivo! Mas o livro insinua que o motivo seria a própria vida dele. Ou seja, conforme K. vai se esforçando pra sair do processo, mais "delitos" ele vai cometendo em sua existência... acabando por ser condenado.
Fantástico, porque a vida parece ser, às vezes, um processo absurdo contra a nossa pessoa. Temos que provar que somos alguma coisa todo o tempo -- ainda mais em tempos como esses, tão privados de privacidade...
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14.8.01
*Caos!
Estão me dando raiva todas essas pessoas que se afirmam donas da verdade. Fundamentalistas da própria verdade. Ferrenhos defensores do próprio modo de vida, sem muita convicção eles mesmos... No fundo, pensam: "Se todos me imitarem, eu serei o certo".
É certo que o certo é um consenso, mas estes agem por insegurança e com pretensão para liderar tal consenso...
Estou falando dos hiperreligiosos e dos muderninhos. Da extrema direita e a extrema esquerda... e dos apocalípticos e integrados.
Ser coluna do meio em extremamente tudo também é muito extremo, e não é o ideal. O ideal, para mim, são "Os normais", que apesar do título não o são. São, isso sim, uma linha sinuosa que não fica no meio, nem na esquerda muito menos na direita -- mas passa por todos eles em algum momento.
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É certo que o certo é um consenso, mas estes agem por insegurança e com pretensão para liderar tal consenso...
Estou falando dos hiperreligiosos e dos muderninhos. Da extrema direita e a extrema esquerda... e dos apocalípticos e integrados.
Ser coluna do meio em extremamente tudo também é muito extremo, e não é o ideal. O ideal, para mim, são "Os normais", que apesar do título não o são. São, isso sim, uma linha sinuosa que não fica no meio, nem na esquerda muito menos na direita -- mas passa por todos eles em algum momento.
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12.8.01
*Menos cabelo, mais baboseira
Êpa! Cortei o cabelo no ombro e estou parecendo a ovelha que trabalha no seriado do Garfield! SIIIM! Tive um pensamento complexo, resultante provável da imensa massa de cabelo que retirei de cima do cérebro!
Ei-lo: Como saber se vc é "o novo"? Basta verificar se, toda vez que você aponta algo de errado no mundo, o mundo todo (suas pessoas!) apontam de volta pra vc dizendo q vc está errado!
*Dressed Novelist
Já ouviram falar da inglesa que escreve nua, ao vivo pela internet? E escreve um romance chamado "My middle Class girl"? Bom... A parte legal é o acompanhar o parto do livro. Porém dá pra desconfiar da qualidade da obrinha, para ela ter necessidade de atrair leitores-voyeurs...
Tá bom, se ela é naked eu sou... "dressed novelist". Começo um relato -- não tão minucioso quanto o dela -- sobre o segundo livro que vou escrever.
Eu sou uma criminosa tentando cometer um crime. Eu vou dando umas pistas e vocês tentam adivinhar sobre o quê é o meu crime, digo, livro.
Começa que eu já tenho uma sombria idéia. Estou lendo Nietszche e Kafka. Francisco é casado com Amanda. Maria Luiza anda de noite, apenas de noite.
Depois se continua.
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Ei-lo: Como saber se vc é "o novo"? Basta verificar se, toda vez que você aponta algo de errado no mundo, o mundo todo (suas pessoas!) apontam de volta pra vc dizendo q vc está errado!
*Dressed Novelist
Já ouviram falar da inglesa que escreve nua, ao vivo pela internet? E escreve um romance chamado "My middle Class girl"? Bom... A parte legal é o acompanhar o parto do livro. Porém dá pra desconfiar da qualidade da obrinha, para ela ter necessidade de atrair leitores-voyeurs...
Tá bom, se ela é naked eu sou... "dressed novelist". Começo um relato -- não tão minucioso quanto o dela -- sobre o segundo livro que vou escrever.
Eu sou uma criminosa tentando cometer um crime. Eu vou dando umas pistas e vocês tentam adivinhar sobre o quê é o meu crime, digo, livro.
Começa que eu já tenho uma sombria idéia. Estou lendo Nietszche e Kafka. Francisco é casado com Amanda. Maria Luiza anda de noite, apenas de noite.
Depois se continua.
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3.8.01
*Snoopies
Sabe quando você está com um amigo e não têm papo nenhum e começam a viajar na maionese? Pois é, um dia desses isso aconteceu comigo e com uma Stella amiga minha. O tópico foi: “o que os personagens de Snoopy fariam se fossem adultos e vivessem nos anos noventa”.
Agora eu resolvi desenvolver a idéia, que apesar de inútil é bem divertida. Acompanhem.
1 - Charlie Brown – desenhista de histórias em quadrinhos, oras.
2 - Sally – autora de livros de auto-ajuda, todos best-sellers.
3 - Lucy – advogada.
4 - Linus - programador, criaria um sistema operacional gratuito e aberto.
5 - Schroeder – formaria uma banda estilo Radiohead/Coldplay.
6 - Woodstock – garoto-propaganda da Zorba.
7 - Snoopy – contestador de Derrida.
8 - Marcie – ativista antiglobalização.
9 - Peppermint Patty (Patrícia) – clubber.
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Agora eu resolvi desenvolver a idéia, que apesar de inútil é bem divertida. Acompanhem.
1 - Charlie Brown – desenhista de histórias em quadrinhos, oras.
2 - Sally – autora de livros de auto-ajuda, todos best-sellers.
3 - Lucy – advogada.
4 - Linus - programador, criaria um sistema operacional gratuito e aberto.
5 - Schroeder – formaria uma banda estilo Radiohead/Coldplay.
6 - Woodstock – garoto-propaganda da Zorba.
7 - Snoopy – contestador de Derrida.
8 - Marcie – ativista antiglobalização.
9 - Peppermint Patty (Patrícia) – clubber.
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*Espertinho
E o José Mayer, gente? Já faz duas novelas e um filme (Bufo e Spallanzani) que ele está pegando apenas ninfetas. Jovens magrinhas e rebeldes que seduzem o “homem maduro” e andam de calcinha pela casa. Esperem, ouviram esse barulho? Nabokov se revira no túmulo!
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2.8.01
*Branca de neve
Eu esquiei na neve, tchof tchof, com aqueles bastões. Na verdade eles até atrapalham, dá pra esquiar sem eles, ao contrário do que parece. Só ir jogando o corpo. É uma delícia. E quando você cai, você não se machuca. Afinal, neve não é cimento. Neve é macia. Se bem que tem as pessoas, que não são nada macias.
No primeiro dia só aprendi a esquiar com a instrutora. Dormi num frio cão, imaginando porque diabos não trouxera o meu walkman pra escutar techno enquanto esquiava. No dia seguinte, enquanto eu subia minha primeira ladeirinha, ouvi os primeiros acordes de “On”, do Aphex Twin. Desci a pista toda feliz e em alta velocidade – também, não sabia frear - ouvindo aquela música maravilhosa. Performei meu estabaco espetacular no final da pista sorrindo com todos os dentes que me restaram.
Teve uma vez em que quase deixei um garoto falando fino, tadinho. Eu achei que fosse conseguir frear e tomei velocidade. Em seguida me esborrachei na ladeira, pela qual deslizei desgraciosamente, arrastando um bonde de neve, meu esqui direcionando a ponta exatamente para certa área sensível da pobre quase vítima.
Bom, mas as músicas continuaram ao longo do dia. Tocou Daft Punk, Moby, Modjo. Me diverti. Aprendi a frear também. Minhas curvas foram aperfeiçoadas ao som de “Lovefool”, dos Cardigans.
E agora vendo as fotos... é que tenho noção da terrível indumentária que tive que vestir. Era um macacão verde-água e azulão. Os esquis alugados e a bota também, eram vermelhos! E eu tinha um cachecol vermelhíssimo pendendo do pescoço... E óculos escuros de camelô pra se proteger do sol... Em suma, eu parecia uma x-men, só que dos quadrinhos, não com aqueles uniformes chiques do filme.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
Eu esquiei na neve, tchof tchof, com aqueles bastões. Na verdade eles até atrapalham, dá pra esquiar sem eles, ao contrário do que parece. Só ir jogando o corpo. É uma delícia. E quando você cai, você não se machuca. Afinal, neve não é cimento. Neve é macia. Se bem que tem as pessoas, que não são nada macias.
No primeiro dia só aprendi a esquiar com a instrutora. Dormi num frio cão, imaginando porque diabos não trouxera o meu walkman pra escutar techno enquanto esquiava. No dia seguinte, enquanto eu subia minha primeira ladeirinha, ouvi os primeiros acordes de “On”, do Aphex Twin. Desci a pista toda feliz e em alta velocidade – também, não sabia frear - ouvindo aquela música maravilhosa. Performei meu estabaco espetacular no final da pista sorrindo com todos os dentes que me restaram.
Teve uma vez em que quase deixei um garoto falando fino, tadinho. Eu achei que fosse conseguir frear e tomei velocidade. Em seguida me esborrachei na ladeira, pela qual deslizei desgraciosamente, arrastando um bonde de neve, meu esqui direcionando a ponta exatamente para certa área sensível da pobre quase vítima.
Bom, mas as músicas continuaram ao longo do dia. Tocou Daft Punk, Moby, Modjo. Me diverti. Aprendi a frear também. Minhas curvas foram aperfeiçoadas ao som de “Lovefool”, dos Cardigans.
E agora vendo as fotos... é que tenho noção da terrível indumentária que tive que vestir. Era um macacão verde-água e azulão. Os esquis alugados e a bota também, eram vermelhos! E eu tinha um cachecol vermelhíssimo pendendo do pescoço... E óculos escuros de camelô pra se proteger do sol... Em suma, eu parecia uma x-men, só que dos quadrinhos, não com aqueles uniformes chiques do filme.
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1.8.01
*Andando às cegas no escuro
Cansada de me dizerem sempre “o quê”, um dia eu comecei a ler o que me deu na telha. Arranquei livros difíceis da estante e comecei a debulhá-los. Tirados da estante da biblioteca da escola, dos livros herdados do avô, sebos e parentes, me inundaram de informação non-pop.
Que a informação pop nos vem como distração e é inútil; a informação dos bons livros, perigosa transformadora, é protegida do “manuseio indevido” porque, além de inútil, não quer entreter em especial. Ao contrário, às vezes fornece infernos. Infernos são difíceis.
Enquanto é fácil o pé número 42 do astronauta ter pisado na Lua em 1969, é difícil que Bentinho tenha tentado envenenar o (próprio?) filho. Difícil de digerir, mais do que alimentos gordurosos após as seis da tarde.
*Momento eu lembro
*1-Fauna animal
Eu lembro de um preá que pulou na piscina num dia de inverno. Ou melhor, ele tomou uma distância fenomenal, desde a magnólia que fica atrás da piscina, deu uma corridinha e pulou de cabeça. Melhor do que eu.
Depois ele ficou procurando uma saída. Ficou contornando a piscina, num nado peito melhor do que o meu. Várias voltas depois, fiquei com dozinho e cacei o preá com a rede de apanhar folha. Larguei o bicho na grama. Ele me agradeceu e sumiu no meio dos antúrios. Na verdade, acho que ele não me agradeceu, mas eu teria gostado desse realismo fantástico. Preá ingrato.
Aranha na beira da piscina, eu cheguei perto ela não se mexeu. Eu cheguei pertinho ela não se mexeu. Irritada com tanta imobilidade, peguei um galho e cutuquei-a. Das costas dela começaram a sair aranhinhas pra todos os lados. Era uma mãe sendo abandonada pelos filhos no primeiro revés da vida. Aranhinhas ingratas.
*2-Moço
Percebi que estava a fim dele quando ele pediu minhas medidas e eu fui até a máquina de costura da minha vó, peguei a fita métrica, verifiquei bunda, peito, coxa, cintura, quadril, e mandei via icq. E eu não sou cachorra.
É só o que eu lembro por hoje.
*(repostado do servidor defunto do Desembucha.com)
Cansada de me dizerem sempre “o quê”, um dia eu comecei a ler o que me deu na telha. Arranquei livros difíceis da estante e comecei a debulhá-los. Tirados da estante da biblioteca da escola, dos livros herdados do avô, sebos e parentes, me inundaram de informação non-pop.
Que a informação pop nos vem como distração e é inútil; a informação dos bons livros, perigosa transformadora, é protegida do “manuseio indevido” porque, além de inútil, não quer entreter em especial. Ao contrário, às vezes fornece infernos. Infernos são difíceis.
Enquanto é fácil o pé número 42 do astronauta ter pisado na Lua em 1969, é difícil que Bentinho tenha tentado envenenar o (próprio?) filho. Difícil de digerir, mais do que alimentos gordurosos após as seis da tarde.
*Momento eu lembro
*1-Fauna animal
Eu lembro de um preá que pulou na piscina num dia de inverno. Ou melhor, ele tomou uma distância fenomenal, desde a magnólia que fica atrás da piscina, deu uma corridinha e pulou de cabeça. Melhor do que eu.
Depois ele ficou procurando uma saída. Ficou contornando a piscina, num nado peito melhor do que o meu. Várias voltas depois, fiquei com dozinho e cacei o preá com a rede de apanhar folha. Larguei o bicho na grama. Ele me agradeceu e sumiu no meio dos antúrios. Na verdade, acho que ele não me agradeceu, mas eu teria gostado desse realismo fantástico. Preá ingrato.
Aranha na beira da piscina, eu cheguei perto ela não se mexeu. Eu cheguei pertinho ela não se mexeu. Irritada com tanta imobilidade, peguei um galho e cutuquei-a. Das costas dela começaram a sair aranhinhas pra todos os lados. Era uma mãe sendo abandonada pelos filhos no primeiro revés da vida. Aranhinhas ingratas.
*2-Moço
Percebi que estava a fim dele quando ele pediu minhas medidas e eu fui até a máquina de costura da minha vó, peguei a fita métrica, verifiquei bunda, peito, coxa, cintura, quadril, e mandei via icq. E eu não sou cachorra.
É só o que eu lembro por hoje.
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21.1.01
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