10.6.06

Estava aqui matutando e cheguei à hipótese (não conclusão) de que o segredo pra se escrever direito inclui egotrips sim, mas uma egotrip em benefício do leitor, não seu.
Ontem escrevi uns seis parágrafos de memórias da minha vida escolar de um jeito que ficou legal. Depois escrevi mais alguns sobre meus pais. Tudo sem aquele jeitão-diarinho que é urticário e extensivo. Ficou meio Mark Twain, e não Dickens' David Copperfield, e nem Salinger either. Eu passo por cima de "fatos marcantes" e fico metade do texto falando da minha amiga que jogava Altered Beast. Mas considero impertinente ficar falando o tempo todo da própria vida. Pra publicar isso eu teria que trocar o nome de todo mundo, usar alter ego, essas coisas. Aliás, alter ego serve pra isso: diminuir a carga de auto-referência. Só que hoje em dia, as pessoas usam para aumentar - vide o texto mais abaixo sobre verdade x mentira na literatura (pronto, já fui bastante auto-referente por hoje).