Tem pessoas que não sabem escrever em blog: eu sou uma delas. Não suporto reler o que eu escrevo aqui. Não é mal-escrito, mas raramente é legal, divertido. É como aquele exercício desleixado (já que me meti em metáforas espartanas) que você faz de passar uma hora dando pulinhos. O que importa é se sentir cansado no final para poder ser capaz de subir dois lances de escada sem enfartar. Só pessoas verdadeiramente viciadas (amigos, stalkers, leitores impacientes pelo próximo pedacinho de literatura) é que vêm me ver dar meus pulinhos inúteis.
Mas não tem jeito. Escrever aqui é o jeito de aparecer em forma lá. É este, aliás, para quem se pergunta, o segredo da longevidade deste blog: ele não se cobra nem um pouco. Passa tudo. É um blog guerreiro.
O que me consola é a tipificação. Tem gente que escreve livros ótimos mas soa irremediavelmente chata ou sem-sal em blog. Outros têm blogs geniais, mas seus romances publicados são abortos da natureza. E outros ainda, naturalmente, são horríveis nos dois. Só não tive conhecimento ainda da impossível quarta categoria Super Sayajin que dominaria ambas as artes.
Acho que caio na primeira categoria. Só em livro/conto sou boa mesmo. Já publiquei um conto que achei ruim, mas fiquei tão danada que jurei caprichar em todos que publicasse dali em diante. E tem dado certo.
Enfim, espero que inventem logo prêmios para blogs - "melhor post", "blog revelação", "melhor blog" -, porque senão os bons blogueiros ficam frustrados. E mais frustrados quando a recepção ao seu romance meia-boca é pífia.