chain gang of serendipity
Eu nunca dei bola pro Philip K. Dick até um enorme maremoto de coincidências me jogar bem no colo dele hoje. Somos irmãos de piração. Achar que as coisas estão conectadas, resistir ao entorpecimento da realidade, a ficção científica filosófica, esquizoidia, o "tempo ortogonal".
Não sei bem como descrever o maremoto de coincidências. Digo que ele envolveu o shuffle do Winamp, o filme Waking life, o Livro de Atos (que consultei exaustivamente para uniformizar os termos de um livro sobre Jesus que fala um bocado de São Paulo e do ribeiro de Qumram), cartas da Sakura, hemisférios do cérebro, episódios de desenho animado, os posts dimensionais do mês passado e, pasme, meus dois livros não-publicados: o A feia noite e o de ficção científica mencionado uns dias atrás.
Então temos a srta. Maria Luiza do A feia noite. Parte do seu mistério (spoilers adiante) é justamente que a construí como uma andróide, uma "andróide com defeito": ela obedece às leis de Asimov de uma forma completamente fucked up. Só percebi isso no final do livro. Maria Luiza também é uma versão da lenda de Santa Clara, padroeira da televisão e amiga de São Francisco. Também só percebi isso quase no final do livro (a tempo de colocar a frase "é dando que se recebe" na boca do amigo de Maria Luiza, Francisco, um consultor político).
Eu poderia dizer que estou passada, mas há uns dois dias eu andava com um pressentimento de... deixa pra lá.