making small talk
Hoje fui nessa festa. Um cara me viu bebendo coca-cola e perguntou se eu "não tinha vergonha de beber aquele líquido do imperialismo americano". Eu respondi que, fosse assim, seríamos também lacaios do imperialismo escocês (Red Label), francês, português e espanhol (vinhos finos). Depois, porque tinha prometido a mim mesma não ser grossa (= extremamente má) com as pessoas, acrescentei que geralmente só tomava mate, suco e água (produtos da Pátria Amada). "Isso, nós temos! Somos os maiores produtores de água do mundo!" acrescentou ele, entusiasmado. "Sim, temos água. E, os ricos, armas nucleares" - disse eu - "então logo vêm tirar da gente. Podemos tentar jogar Angra I na cabeça deles."
Também teve o cara muito parecido com Paulo Coelho que me viu dando meu livro novo à dona da casa (gentileza gera gentileza) e tascou:
- É poesia?
(Pelo tom de voz e pela sobrancelha esquerda erguida, é óbvio que "poesia" queria dizer loveversos emocore inspirados nos mestres imortais Vinícius de Moraes e Chico Buarque, não poesia pra valer.)
E eu, com a cara mais limpa desse mundo:
- Não. Romance. Segundo.
Fiquei esperando ele perguntar a minha idade. Ah, pergunta a minha idade...! Pergunta pergunta pergunta! Não perguntou. Já estava bom pra ele.