Então tá, né
Um drinking game personalizado: toda vez que me perguntarem "você é brasileira" ou "você é carioca" ou "você é daqui", eu tenho que beber uma lata inteira de Guaraná Jesus ou Mineirinho.
(Para quem não sabe, Mineirinho tem gosto de água ferruginosa de Poços de Caldas e nunca provei Guaraná Jesus, mas ouvi de fonte confiável que tem gosto de canela com tutti-frutti.)
Hoje, num sebo da Praça Tiradentes, não só me perguntaram se eu era brasileira como foram logo sugerindo que eu era sérvia. Sérvia, gente. Deu vontade de dizer "não, sou uma polaquinha que caiu num wormhole e, puxa, saí aqui nesse tempo de estranhas carruagens sem cavalos".
Esqueci de comprar um pirulito colorido, rocambolesco, tipo Chaves, na casa de doces que tem ali. Esdrúxulo, mas fonte de glicose para garimpar os sebos e andar por tudo aquilo. Cheguei em casa fraquinha, fraquinha... Suponho que as putas recorram ao mesmo expediente de aquisição de energia rápida e barata - por motivos diversos, é claro. Aliás, o comércio daquela área é todo voltado para elas e seus clientes. Para as putas, além da casa de doces, um monte de hotéis baratos e uma loja de bolsas que só vende enormes bolsas de vinil; para os boêmios/clientes, os sebos e lojas de instrumentos musicais, bem como a banca que só vende revista de mulher pelada das bem açougueiras - uma delas se chamava Noras. A vantagem é que tudo fica aberto até mais tarde, sem essa paúra de baixar as portas às 5:55.