levando zumbis onde os cérebros estão
Superou todas as minhas expectativas a Zombie Parade do RJ. Achei que ia ser no máximo uma espécie de micareta bizarra, mas que nada: as pessoas brincaram direitinho e foram criativas nas fantasias. O trajeto também foi bem escolhido, começando em frente ao Copacabana Palace e terminando no Arpoador. Uma das pistas já fecha todo domingo e feriado, então não houve problema.
Como éramos zumbis cariocas, saímos uma hora mais tarde do que o combinado, logo depois de atacarmos dois carros abertos de gringos que chegavam ao Palace. Além do básico - zumbi padre, enfermeira e noiva - tinha zumbi palhaço, açougueiro, Jesus, esquadrão cheerleader, jogador de beisebol, Chapeuzinho Vermelho e até a Morte em pessoa. Eu fui de dondoca anos 60 e bati uma foto com o Ibrahim Sued (a estátua dele na frente do Palace).
Teve gente que se assustou de verdade, outros que vieram conversar. Teve gente que achou que era protesto contra a violência do Rio. Comemos elas. Teve dancinha de Thriller. Em dado momento saímos da praia (assombrando ônibus e táxis no sinal), entramos na Nossa Senhora de Copacabana e aterrorizamos lugares como um McDonald's ("minhooocas") e um bistrozinho com mesas na calçada. Uma loura tapou os olhos do filho. Voltamos para a praia e seguimos em frente. Um zumbi pegou um pivete que nos seguia e logo estava uma horda em cima dele. Encontramos uma das vacas da Cow Parade e andamos na direção dela ("picaaanha"). Na segunda parada resolvi voltar para casa porque meus pés estavam me matando... de novo. Quando chego em casa, vejo na lista da faculdade o anúncio de um evento de poesia "para levar poesia onde o povo está" (juro que tinha escrito isso no email). O tal evento seria no final do nosso trajeto! Eu tinha que ter ficado para jantar um poeta de rua.