14.8.03

Roteirizando

Assim como traduzir não é a mesma coisa que legendar, escrever roteiro é diferente de escrever livros. Tenho uma percepção incomum do que funciona bem num livro e do que funciona num roteiro. Não sei se já disse, mas pretendo filmar o livro novo, o "A feia noite", porque ao contrário do "No Shopping", ele é bem cinematográfico... Já tenho até um candidato a diretor, o cara que está adaptando "Crime e Castigo" (que vai se chamar "Nina" e o Raskolnikov é a Guta Stresser! Achei isso foda.). Quando terminar e registrar o bichinho, mando o roteiro pra ele. Estou até suspeitando que escrever esse roteiro vai me ajudar a escrever o livro...
Então, nas três cenas que escrevi ontem, existem diferenças em relação ao que acontece no livro. Uma das cenas é a primeiríssima do filme, diferente da primeira do livro, com a mulher de Francisco, Amanda (que provavelmente nem vai aparecer no filme). O filme começa nos anos 80, contando a história dos pais de ML... ou melhor, como ela foi concebida. Aí é que entra o Francisco (no filme) e depois é que ele encontra a ML.
Outra diferença é que o stalker da Maria Luiza não a encontra pela segunda vez, quando ela tem 12 anos, numa praia, como no livro, mas numa boate estilo Mikonos ou Vogue, ao som de... Stevie B! Quem tem lido meus posts percebeu como cheguei a essa idéia, né? Porém, acho que não funcionaria no livro. Vai ficar só no roteiro mesmo. E as poucas músicas que existirão no roteiro, vou tentar manter no baixo custo... Stevie B pode ser substituído por Latino, porque não? E também pode entrar Chopin (Nocturne opus 9 número 2), talvez Satie... (huahuahua... tudo farinha do mesmo saco, né?).
Vamos ver se isso sai ou não.