Gelo baiano
Então, terminei O morro dos ventos uivantes e fiquei me (lhes?) devendo uma resenha. Agora que eu me importo com esses troços tipo tradução-boa-ou-ler-no-original, agora que estou sob a influência desses astros, peguei a da Rachel de Queiroz, embora mais cara e volumosa. (E brevemente também me importarei com o projeto gráfico dos livros; sei que esta edição foi bem-acabada graficamente, sei que suas linhas foram bem-separadas e suas serifas arredondadas num estilo antigo - tanto que a fonte se chama Old Style - fabricam a agradável leitura; sei agora que livros feios me incomodarão extremamente quando eu tiver terminado esta matéria de que falei aí abaixo. Virarei uma fetichista de merda, exigirei livros de saltos altíssimos e meias 7/8 com babadinho. Ou não.)
E, olha, ler Emily de Queiroz fez diferença. O livro me sugou para dentro. Eu fui lida, não li. Embora às vezes Rachel patine: nunca o interior da Inglaterra pareceu tanto com o sÉrtão nordestino. Não sei bem aliás se isso é uma patinada, na verdade. É uma traição justificada. Facilita a identificação. Mas nem todos os leitores vão ter essa luz. De qualquer modo desperta o apetite para uma lida no original, que nada é tão original como o original...