O problema de movimentos de orgulho (gay, negro, chamar a velhice de Melhor Idade) é bem óbvio. De "também sou gente" passa-se a "eu sou o máximo", e quem não concorda pode ser metralhado por acusações de preconceito. É que, numa sociedade cristã, liberar o orgulho é liberar um "pecado"; é liberar os piores instintos que a pessoa reprimia por medo de ir pro inferno; é inflacionar a auto-estima a níveis sem precedentes, porque nem todos têm uma filosofia laica ou mesmo pessoal por baixo para impedir que se achem mais importantes que o não-gay, o não-negro, o não-velho e comecem a se autoatribuir direitos extras completamente injustificados. Sim, tenho um exemplo.
Outro dia um velho deu uma encostada em mim numa fila e eu reclamei em tom normal: “O senhor pode manter distância, por favor?” A resposta irada dele foi: “Olha aqui, você respeite a minha idade!” E eu rebati: “E o senhor respeite a minha juventude!”. Ficou por aí.