1.12.04
Eram quatro as irmãs que, fosse na França, se chamariam Adèle, Albertine, Amélie e Marguerite (alias Margot); cantariam pelos prados, colhendo girassóis. Albertine se identificaria com a heroína de Proust, Marguerite (a mais chamada, não por ser a pior, mas a mais consonantal: Mar-guerrrr-rri-te!) imitaria a Joana D'Arc, Amélie viveria uma vida Poulain e Adèle ia fazer queijo e fumar; fossem inglesas, ou americanas, seriam apenas dois os nomes decentes, Delia e Amelia, mas os apelidos de Maggie e Tina compensariam seus títulos feiosos; iriam em grupo à universidade de pulôver xadrez, giggling à vista dos rapazes de olhos verdes. Mas não, elas tinham que nascer no Brasil e se chamarem Adélia, Albertina, Amélia e Margarida/Guida, e a história nem queiram saber, nem os filhos, nem os netos.