26.4.04

"A verdade é que o Brasil sempre teve a “cultura do desrespeito” à lei. Nossa sociedade foi montada na transgressão à ordem, no horror à coisa pública, aos direitos da maioria; somos uma sociedade de contraventores, de sonegadores, de pequenos psicopatas light , uma sociedade de malandros cariocas. Agora é tarde. Isso que está acontecendo é a realidade previsível, não é uma anomalia." - Arnaldo Jabor (vocês têm até hoje às 00:00 para ver essa coluna. Terça ela troca.).
Teve uma época que eu lia esse cara antes da aula. Meu café da manhã era Arnaldo Jabor, puro. Ele fazia citações que eu conhecia, de prestar atenção nas aulas de Geografia (Rousseau, por exemplo), e outras que eu não conhecia, mas ia aprendendo por inferência. Também achava legal ele malhar tanto a esquerda quanto a direita; nesta época eu já estava me desiludindo com a visão preto-e-branca da esquerda, num processo que foi culminar só no 3o ano do Ensino Médio, quando rompi de vez não só com a esquerda mas também com a religião.
Acho que nunca disse isso, mas quando eu tinha 14 anos eu tinha tesão no Arnaldo Jabor. As outras meninas fantasiavam, sei lá, com o Leonardo DiCaprio ou o Brad Pitt, e eu, com o Arnaldo Jabor. É, eu sei que é estranho. Super estranho. Mas eu só sinto tesão por pessoas estranhas e, à primeira vista, díspares. Exemplo 2: Macaulay Culkin, imediatamente antes do Arnaldo Jabor, na época de "My Girl" e "O anjo Malvado". Mas não se preocupem, já passou. Hoje eu tenho meu próprio psicopata.