6.5.04

Hoje não tem mais emprego da forma como conhecíamos: entrar numa empresa, ficar 15 anos, ser promovido a chefe. Não existe estágio de revisor, como você quer, porque as editoras não vão querer dar supervisão a uma pessoa que deve exatamente supervisionar. Tudo isso me disse a mulher que me entrevistou hoje. Também criticou os pais que forçam os filhos a pegar qualquer emprego odiável que vem pela frente antes do final da faculdade (porque senão, é "vagabundo". Pessoas como você vão formar o novo paradigma, disse ela.). Pensei que seria uma entrevista de emprego, mas pelo jeito não existe mais emprego, e nem sequer pareceu uma entrevista. Pareceu mais aconselhamento profissional grátis.
Mestra Yoda me permitiu escolher entre o lado negro e o lado iluminado da Força: poderia lançar mão de seus contatos e tentar um estágio-a-jato em alguma editora para mim, ou me proporcionar alguns frilas da empresa para que eu fosse aprendendo, gradualmente, os macetes da profissão que eu realmente queria - e, juntando tudo, no futuro eu teria um bom portfólio ou currículo. O Bem é um caminho pedregoso.
Bom, saí de lá cheia de free-lance na mão. Notas para revista, revisão de livros, formatação. Beleza. Gostei.
Tudo pra fazer em casa. Será que vão me chamar de dona-de-casa...?
E, casualmente, arrumei uma coisa parecida em outra das carreiras que ambiciono. Depois eu conto.

Sim, queridos, o futuro é o trabalhador-RPG: precisamos aumentar nossos pontos de experiência antes de lutar, pessoa física ou jurídica mas sempre suela, contra o dragão da maldade. E fazer previdência privada no BB.