Esqueci de falar de um ou dois aspectos interessantes: o Kraftwerk patrocinado por uma empresa de celular. Muito, muito espertos. Parabéns departamento de marketing.
OK, eu explico. Tudo a ver uma empresa que fabrica pequeninas máquinas de integração inter-humana patrocinar o Kraftwerk, sendo que toda a música deles está fundada nisso: inte(g)ração homem-máquina.
Ao meu lado um casal tirava repetidas fotos do Kraftwerk com o celular, aliás.
A parte em que fiquei mais emocionada no show, realmente uma comoção, foi a Tour de France, com as imagens de ciclistas no telão. Por quê? Sou uma ciclista viciada: desde que aprendi a andar no meio do trânsito e decorei o trajeto das ciclovias arduamente batalhadas pelo Partido Verde, não me canso de me locomover pelo bairro em duas rodas. Para tudo piorar, o Kraftwerk começou o tema principal da música num tempo bem lentinho, quer dizer, só se reconhecia pelas notas: eu tive que gritar.
Tenho uma vaga noção de que possa ter constrangido as pessoas à minha volta com meu comportamento etéreo ("do éter"), mas o cara do lado também me incomodou com sua erudição tagarela puxa-saca, muito malvinda àquela hora de puro sentimento, dizendo ao léu coisas do tipo esta se chama Neon Lights, esta música é linda, preste atenção, oh! Agora vê só essa parte, essa parte é perfeita! Eles estão mais humanos, no outro show eles... Logo, o inferno são os outros e que se foda.