22.11.04

Às vezes eu acho que está errado. Mas como estou escutando e gostando tanto desta música [a música é eletrônica e sêca]. Eu sou uma pessoa boa. Não boazinha, boa. Mas não está errado não, eu é que sou dúplice, quase esquizofrênica. Não sei se a música me agrada por ser o exato oposto da minha doçura atual ou por clamar ao meu lado metálico (o que faz kling quando jogam uma moeda).
Sweetness é sempreviva, dependo dela [um beija-flor de bico na flor de plástico, suck suck] mas sempre conclamam o mal, capital, o Mal takes over, não sobra espaço para o bem. Não tem espaço para os dois na cidade. O outro em círculos pelo porão, mãos pra trás, o porão é escuro, empoeirado, "como é que ele agüenta"? Pois ele não agüenta, é isso. Então eventualmente sou pregos e parafusos na partitura, acorde invencível, chutes nas correntes, obsessão cúbica, morte limpa, insistência exagerada em monotom, definição do óbvio martelante. Mas no porão sou sempre. Não grite para dentro.