2.3.06

.strict.

Actually, eu ia falar sobre a outra face destes fenômenos e um comentário me decidiu a deixar de preguiças. Eu ia falar da vibe criada artificialmente, denominada hype. Dos aditivos pros cavalinhos correrem mais pela pista... de dança. Dos DJs e escritores furrecas admirados por terem adubado seu som/obras/comportamento (pode incluir blog aí) com baboseiras populistas, obviedades exageradas. Um exemplo: assobios de kill-bill. Certo, todos gostaram do som no filme e quando fiquei com minha avó no hospital ouvia garotos 18-25 assobiando isso (eles queriam ser a Daryl Hannah). Mas você pega isso e remixa com um bate-estaca superbásico e todos vão gostar mesmo que venha depois de um axé e antes de um forró.
Isso se entrelaça com o fato das pessoas quererem gostar de alguma coisa a ponto de se forçarem a isso. Estou chegando à conclusão de que as pessoas querem gostar porque têm que se divertir e não conseguem. Ou porque têm um certo espaço de tempo pra se divertir e não conseguem. Ou porque os amigos todos recomendam e gostam de Fulano e a pessoa não tem personalidade pra dizer: cara, eu não consigo achar Fulano legal (rápido, sincero, indolor). E também não sabem procurar coisa diferente e acrescentar: prefiro Sicrano.
As pessoas, estimuladas desde crianças a ignorarem o que se passa dentro de suas cabeças para maior "liberdade de ação", caminham sustentadas por fios. Imagino onde vão parar.
Essa é a era em que o relógio biológico não trabalha de graça. Caminha a chibatadas.