Muitos dos filmes que vi no Festival do Rio 2006 envolvem árvores e morte.
A fonte da vida: um médico e sua mulher morrendo de câncer, ele pesquisa a árvore que pode salvá-la. Paralelamente, no futuro, um homem tenta revitalizar a mesma árvore, que está morrendo.
Les filles du botaniste: moças executadas na China pelo "crime do homossexualismo" têm suas cinzas enterradas juntas sob uma árvore.
El laberinto del fauno: no meio da guerra civil espanhola (= morte), uma menina recebe tarefas mágicas de um fauno. Uma delas é ressuscitar uma árvore que está morrendo.
Em Electroma, o filme do Daft Punk, não há quase árvores, no máximo arbustos. Afinal, são dois robôs com a aspiração de serem humanos. O resultado que obtêm é grotesco, e acabam sendo perseguidos por toda uma cidade de robôs-aldeões-zangados. É uma inversão óóóbvia do fato do Daft Punk se vestir de robô e todos os outros humanos acharem estranho (eu não só dou o maior apoio, como também me acho uma andróide e criei uma outra garota-andróide, a Maria Luiza do A feia noite. Aliás, vide o post abaixo.).
Em suma, como disse o JP, dos filmes chatos que já vi no Festival, este foi o melhor.
A trilha sonora de Electroma é perfeita. Linda Perhacs, Brian Eno e Chopin! I like Chopin.
Só faltou uma música que caberia muito bem: Wire - Small electric piece
E uma que é boa, embora não se encaixe no filme: Vector Lovers - Suicide Android