paradoxal
Veja o que é o ambiente.
Eu não lembro de quase ninguém da high school. Mas eles sempre me reconhecem. Geralmente nos esbarramos em situações escrotas. Por exemplos, indies riquinhos que deixaram para decidir em quais shows do Tim Festival vão bem na boca do caixa (a fila aumentando atrás). A namorada vai embora primeiro, e enquanto o fulano cheio de botoques espera o extrato do cartão de crédito, vira pra mim e “Você estudou no Santo Inácio?”. No wonder, penso. Mas respondo “Sim.” – e imediatamente para o balconista – “Uma meia para o Daft Punk, por favor.” Eu nunca deixo essas tristes coincidências degringolarem em conversa.
Outro dia encontrei uma (são poucas) pessoa legal da high school. Claro que na época não podíamos admitir isso, mas em outras circunstâncias seríamos amigas. Pois bem, as outras circunstâncias chegaram. E é engraçado como lembrei até a grafia do nome da menina - incomum.
Na Biblioteca, eu reconheço rostos que só vi uma vez, mesmo sendo caxias e me concentrando nos jornais e revistas como deve ser. Porque pessoas que pesquisam têm potencial para ser legais, pelo menos já é uma pré-seleção. (Alguém devia avisar as meninas ingênuas que usar camiseta Nerd Pride na Biblioteca é redundância.)
Então é... sintomático. Eu não esqueço de quem não posso esquecer, esqueço quem é bom esquecer. Às vezes esqueço até de quem devia lembrar.