Família que rouba unida
Que bom que no Brasil ainda existe a tradição de família. Família-quadrilha. Ao mesmo tempo em que essa excelente tradição é mantida, abre-se caminho para as minorias, porque não importa (mais) se o filho sai mulher ou gay: o importante é continuar explorando o curral eleitoral que o pai construiu. Doutrinados desde pequenininhos - "olha, nossa família é a maioral, a mais esperta, não leva bola nas costas, tá entendendo?" "a gente aqui tem que se proteger" - os meninos e meninas crescem prontos a cumprir sua missão: arrumar um namorado ou namorada que entenda a missão, casar na capa de Caras e procriar um laranjal inteiro. Caso os negócios estejam indo excepcionalmente bem, pode-se adotar algumas crianças, que serão tratadas a pão-de-ló para evitar o fiasco da ex-mulher do Pitta.
É por isso que esse povo não se divorcia, aliás. O melhor é manter as aparências (e algumas cachorras acessórias).
A gente está no feudalismo, não se enganem. Só que nossa Lady Macbeth é Rosinha Garotinho.